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segunda-feira, 27 de maio de 2024
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Detonando o vídeo: ABRAÃO NÃO EXISTIU | NUNCA EXISTIRAM SARA, ISAAC, JACÓ, JOSÉ E MOISÉS
Abraão existiu
Em resposta a um leitor que nos apoiou pelo pix, vamos responder esse vídeo simplista de Youtube de ateísta. Se você também quiser que eu responda a vídeos faça uma colaboração pelo pix emeoliv@gmail.com que vou analisar o vídeo e responder aqui ou por vídeo.
Esses vídeos de ateístas de Youtube não tem valor algum acadêmico. Não citam fontes, bibliografias nem interagem com estudiosos que os respondem. Normalmente falam a um público simplista e desinformado.
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O vídeo “ABRAÃO NÃO EXISTIU | NUNCA EXISTIRAM SARA, ISAAC, JACÓ, JOSÉ E MOISÉS” do canal Verdades Ocultas da Bíblia argumenta que não há evidências científicas ou arqueológicas que sustentem a existência dos patriarcas bíblicos e que suas histórias são meramente simbólicas. Vamos examinar e refutar essas alegações de forma acadêmica e crítica.
1. Evidências Arqueológicas e Históricas
#### **Arqueologia** Embora seja verdade que a arqueologia ainda não tenha encontrado evidências diretas dos patriarcas bíblicos, isso não significa que eles não existiram. A ausência de evidência não é evidência de ausência. A arqueologia muitas vezes lida com fragmentos de civilizações antigas, e a maioria das descobertas ainda não foram feitas.
**Exemplos de Suporte Indireto:** – **Tabuinhas de Nuzi:** Textos de Nuzi, uma antiga cidade perto de Kirkuk, fornecem contexto para práticas culturais e legais mencionadas no Gênesis. Esses textos mencionam práticas como a primogenitura e adoção, que são paralelos aos relatos de Abraão e seus descendentes. – **Tabuinhas de Mari:** Correspondências encontradas na cidade de Mari, datadas do século XVIII a.C., mencionam nomes e lugares que se alinham com os relatos bíblicos.
#### **Historiografia** Os textos bíblicos não são apenas documentos religiosos, mas também históricos. Diversas histórias bíblicas foram corroboradas por descobertas arqueológicas. – **Merneptah Stele:** Este monumento egípcio, datado de cerca de 1208 a.C., menciona “Israel” como um povo existente em Canaã, sugerindo uma presença israelita antiga na região. – **Obras de Flávio Josefo:** O historiador judeu do século I mencionou Abraão e Moisés, utilizando fontes mais antigas, sugerindo uma tradição contínua e uma base histórica para esses personagens.
### 2. Interpretação Crítica da Bíblia
#### **Tradições Orais e Escritas** A tradição oral desempenhou um papel significativo na preservação das histórias dos patriarcas. Essas narrativas podem ter sido transmitidas por gerações antes de serem registradas por escrito. – **Exemplos em Outras Culturas:** Muitas culturas antigas preservaram histórias de forma oral antes de registrá-las. Isso não diminui sua historicidade; pelo contrário, muitas vezes preserva eventos importantes de maneira culturalmente significativa.
#### **Análise Literária** Os livros de Gênesis, Êxodo e outros textos bíblicos utilizam uma mistura de genealogias, leis e narrativas para transmitir história e identidade cultural. – **Gênesis 12-50:** Esses capítulos são especialmente ricos em detalhes históricos e culturais que refletem práticas da Idade do Bronze. O uso de detalhes específicos e tradições regionais sugere uma base histórica.
### 3. Argumentos Contra o Simbolismo Exclusivo
#### **Identidade e Coesão Cultural** As histórias dos patriarcas são centrais para a identidade israelita. Alegar que são puramente simbólicas sem base histórica ignora a profundidade cultural e religiosa dessas narrativas. – **Festividades e Rituais:** Festas como a Páscoa estão profundamente enraizadas nas histórias do Êxodo e dos patriarcas. A continuidade dessas práticas sugere uma base histórica significativa.
#### **Contradições nas Alegações do Vídeo** – **Datação da Origem de Israel:** O vídeo menciona que a “verdadeira” história de Israel começa entre 1500 e 1300 a.C., mas desconsidera que tradições orais e culturais poderiam ter sido preservadas e registradas posteriormente. – **Cidades e Assentamentos:** Lugares como Siquém, Betel e Hebrom, mencionados no vídeo, são consistentemente mencionados em contextos históricos e arqueológicos, reforçando a historicidade das narrativas bíblicas.
Historiografia
Alegação: “A história de Israel começa muito depois dos patriarcas bíblicos.”
A Estela de Merneptá (c. 1208 a.C.) menciona “Israel” como um povo já estabelecido em Canaã, o que sugere uma presença israelita antiga na região, anterior aos eventos narrados no Êxodo e na conquista de Canaã (Kitchen, 2003).
2. Interpretação Crítica da Bíblia
Tradições Orais e Escritas
Alegação: “As narrativas dos patriarcas são simbólicas e não históricas.”
As tradições orais desempenharam um papel crucial na preservação das histórias dos patriarcas antes de serem registradas por escrito. Isso é uma prática comum em muitas culturas antigas e não diminui a historicidade das narrativas (Van Seters, 1975).
Análise Literária
Alegação: “As histórias dos patriarcas foram escritas muito depois e são apenas simbólicas.”
Os livros de Gênesis e Êxodo utilizam uma mistura de genealogias, leis e narrativas que refletem práticas culturais e históricas da Idade do Bronze. A especificidade dos detalhes culturais e legais sugere que essas histórias têm uma base histórica significativa (Sarna, 1989).
3. Argumentos Contra o Simbolismo Exclusivo
Identidade e Coesão Cultural
Alegação: “As histórias dos patriarcas são puramente simbólicas.”
As histórias dos patriarcas são centrais para a identidade israelita. Festividades como a Páscoa, profundamente enraizadas nas histórias do Êxodo e dos patriarcas, sugerem uma base histórica significativa (Noth, 1960).
4. Evidências Específicas
Uso de Camelos
Alegação: “No tempo de Abraão, não havia camelos domesticados.”
Esta alegação é baseada na falta de evidências arqueológicas claras de camelos domesticados na região durante a Idade do Bronze. No entanto, há evidências de que os camelos eram conhecidos e possivelmente domesticados em outras regiões antes disso:
Fossil Evidence: Restos de camelos foram encontrados em sítios datados do final do terceiro milênio a.C. em locais como Umm an-Nar (Uerpmann, 1999).
Arte e Escrituras Antigas: Representações de camelos em artefatos e textos de Mesopotâmia e Egito sugerem que os camelos eram conhecidos e possivelmente usados antes do segundo milênio a.C. (Bulliet, 1990).
Conclusão
A alegação de que Abraão, Isaac, Jacó, José e Moisés nunca existiram baseia-se em uma interpretação limitada das evidências arqueológicas e históricas. A arqueologia está em constante evolução, e muitas descobertas futuras podem lançar mais luz sobre essas figuras. Além disso, as tradições orais e culturais desempenham um papel significativo na preservação da história, e desconsiderar essas tradições como puramente simbólicas ignora a complexidade e a profundidade da formação da identidade cultural israelita.
Referências Acadêmicas:
Bulliet, R. W. (1990). “The Camel and the Wheel”. Harvard University Press.
Kitchen, K. A. (2003). “On the Reliability of the Old Testament”. Eerdmans.
Liverani, M. (2006). “Israel’s History and the History of Israel”. Equinox.
Noth, M. (1960). “The History of Israel”. Harper & Row.
Sarna, N. M. (1989). “Genesis: The Traditional Hebrew Text with New JPS Translation”. JPS.
Stein, M. L. (1994). “Nuzi and the Hurrians”. Eisenbrauns.
Van Seters, J. (1975). “Abraham in History and Tradition”. Yale University Press.
Uerpmann, H. P. (1999). “Camel and Horse Skeletons from Protohistoric Graves in the United Arab Emirates”. Arabian Archaeology and Epigraphy.
Esta análise detalhada demonstra que a inexistência de evidências diretas não invalida a historicidade dos patriarcas bíblicos e que há uma base significativa de suporte indireto e contexto cultural que sugere sua possível existência.
Pontos a serem considerados:
Evidências arqueológicas: Apesar de o vídeo afirmar que “não há nada nenhuma evidência” da existência dos patriarcas, várias descobertas arqueológicas corroboram a narrativa bíblica. Por exemplo, a cidade de Ur, mencionada como local de nascimento de Abraão, foi escavada e comprovou-se ser um importante centro urbano na época em que ele teria vivido.
Anacronismos: O vídeo aponta alguns anacronismos presentes no texto bíblico, como a menção a camelos em uma época em que eles ainda não eram comuns na região. É importante reconhecer que o texto bíblico passou por um processo de edição e compilação ao longo de séculos, e que alguns elementos podem ter sido incorporados posteriormente.
Interpretação simbólica: O vídeo sugere que os patriarcas são figuras simbólicas e não personagens históricos. Embora a tradição bíblica apresente elementos simbólicos e literários,isso não significa que os personagens sejam completamente inventados.
Formação do povo de Israel: O vídeo apresenta uma visão simplista da formação do povo de Israel, ignorando a complexa história da região e as diversas migrações e interações entre diferentes grupos étnicos.
É importante ressaltar que a pesquisa sobre a historicidade dos patriarcas e a formação do povo de Israel ainda está em andamento.Novos estudos arqueológicos e textuais estão constantemente sendo realizados e podem contribuir para uma melhor compreensão desse período.
Recomenda-se consultar fontes confiáveis e atualizadas para ter uma visão mais completa e crítica sobre o tema.
Observações
O vídeo apresenta um viés antirreligioso, buscando desqualificar a fé e a tradição bíblica.
É importante ter cautela ao consumir conteúdos online que apresentam conclusões definitivas e questionam sem nuances a veracidade de textos e eventos históricos complexos.
### Conclusão
A alegação de que Abraão, Isaac, Jacó, José e Moisés nunca existiram baseia-se em uma interpretação limitada e parcial das evidências arqueológicas e históricas. A arqueologia ainda está em progresso e constantemente revela novas descobertas. Além disso, a riqueza cultural e histórica das tradições bíblicas não pode ser descartada como meramente simbólica sem uma análise mais aprofundada e equilibrada.
Em suma, enquanto a arqueologia não forneceu evidências conclusivas para a existência dos patriarcas bíblicos, há uma base substancial de suporte indireto e uma rica tradição histórica que sugere que essas figuras podem ter uma base real. Descartar essas histórias como meras invenções simbólicas ignora o valor das tradições orais e a complexidade da formação da identidade cultural israelita.
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