Supostamente, há uma contradição bíblica. A que horas Jesus foi crucificado? Os Evangelhos sinóticos parecem estar em acordo sobre a linha do tempo do que aconteceu no dia em que Jesus morreu. Por volta das 9 horas da manhã, na terceira hora, Jesus foi crucificado. Então, a escuridão caiu sobre a terra por volta do meio-dia. Jesus morreu por volta das 15h, ou na nona hora.
No entanto, João diz que Jesus não foi crucificado até depois da sexta hora em João 19:14 era a 6:00 hora e Jesus ainda estava diante de Pilatos. Então, João contradiz os sinóticos sobre quando Jesus foi crucificado? A resposta comum é afirmar que João está usando o sistema romano de cronometragem e contagem a partir da meia-noite em vez do amanhecer. Então, era 6 da manhã quando isso aconteceu e João estaria em acordo com os Sinóticos.
Mas isso na verdade cria mais problemas do que resolve porque o julgamento de Jesus incluía várias etapas e todos os Evangelhos concordam que isso começou assim que o dia começou. À noite, ele foi questionado pelo sumo sacerdote no Sinédrio. Mas então todos os quatro concordam que assim que o dia começou eles o levaram a Pilatos. De lá, Pilatos questionou Jesus, o enviou para Herodes para questionamento, depois o enviou de volta para Pilatos para mais questionamento. Barrabás é então solto e depois Jesus é açoitado e zombado e então sentenciado à morte. É muito improvável que tudo isso tenha acontecido em uma hora, então João poderia assertar que era por volta das 6:00 a.m. João provavelmente está se referindo por volta do meio-dia, o que permitiria tempo suficiente para os eventos descritos se desenrolarem.
Então, por que Marcos diz que isso aconteceu três horas antes? Tanto Marcos quanto João provavelmente estão fazendo uma estimativa e falando sobre tempo e quartos com uma compreensão antiga do tempo. Ambos seriam entendidos em sua cultura como reivindicando aproximadamente a manhã ou o meio-dia. O principal problema é que estamos impondo expectativas de cronometragem precisa a uma cultura antiga e isso realmente não é caridoso. Não é como se alguém tivesse relógios naquela época para saber exatamente quando essas coisas estavam acontecendo, então as pessoas antigas eram muito flexíveis na cronometragem e uma hora realmente poderia significar um grande período de tempo.
Por exemplo, James, nosso gerente, diz que o tempo moderno é frequentemente caracterizado tanto pela unidade de comprimento quanto por um ponto no tempo. Uma hora é composta por 60 minutos ou um dia tem 24 horas. Esses são comprimentos de tempo. Dizer que são 3:30 é um ponto no tempo. Os antigos não usavam nenhum termo precisamente, em vez disso, eles viam o tempo como duração, um curto período de tempo ou um longo período de tempo, ou nenhum período de tempo. Ele observa que a sexta hora era vista como por volta do meio-dia, mas JB Burry observou que a sexta hora era vista como por volta das onze horas em nosso tempo.
O ponto sendo feito é que as culturas antigas realmente não se importavam com o tempo preciso e se referiam a unidades como a terceira ou sexta hora para realmente significar qualquer momento ao redor daquele momento do dia. Os dias eram divididos em doze horas e as pessoas geralmente arredondavam para a terceira, sexta, nona ou 12ª hora.
Flavio Conti diz que os romanos não davam tempo ou, para ser mais preciso, a medição do tempo o valor absoluto e autoritário que concedemos hoje nos Evangelhos em Atos, com poucas exceções, as horas que são mais referidas para marcar o tempo são a terceira, sexta e nona horas. Em outras palavras, eles tendiam a arredondar para uma dessas horas em vez de se preocupar com o momento exato.
Assim, Craig Blomberg diz que quando se reconhece que a falta generalizada de dispositivos de cronometragem precisa no mundo antigo levou à prática de dividir o dia em quartos, para que as pessoas muitas vezes não se preocupassem em falar mais especificamente do que isso, torna-se plausível interpretar a terceira hora de Marcos para significar qualquer momento entre 9h e meio-dia.
A cerca de 6:00 hora de João também se referirá então a algum momento antes do meio-dia, talvez dentro de uma hora. Em outras palavras, a audiência antiga não se importaria com a cronometragem precisa, a mensagem era clara, provavelmente era por volta do meio da manhã quando Jesus foi sentenciado a ser crucificado.
Marcos arredonda para a terceira hora e João arredonda para a sexta hora. E Off Richards e Brandon J O’Brien observam que a cronometragem fora das culturas ocidentais nunca é precisa e sempre são estimativas gerais. Os gregos mesmos estavam mais interessados em aspectos do que em cronometragem.
Jerald Borchert observou o mesmo fenômeno como missionário entre pessoas que não usam relógios e para quem um horário de reunião designado de 10h significa algum momento no meio do dia e poderia realmente acontecer não de manhã, mas no início da tarde.
Uma vez que deixamos nossas expectativas modernas ocidentais na porta e percebemos que as pessoas antigas não calculavam tempos precisos como nós fazemos, podemos ver dentro de sua cultura que isso não teria sido visto como um carimbo de data e hora preciso, mas um período de tempo geral em que um evento aconteceu por isso, dentro de seu contexto cultural e não o nosso, realmente não há contradição.
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