AS CRUZADAS |
O Islã às portas de Viena: um Papa santo convoca a Cruzada Posted: 04 Jul 2016 01:30 AM PDT
continuação do blog anterior: Assalto do Islã: a grande batalha pelo coração da Cristandade A Santa Liga O Papa Inocêncio XI, da família lombarda Odescalchi, governou a Igreja de 1676 a 1689. Restabeleceu com grande zelo a disciplina eclesiástica, suprimiu abusos e cuidou dos pobres com magnanimidade. Era reverenciado pelo povo como um santo. Sentindo ele toda a magnitude do perigo turco, fez todo o possível para auxiliar a aflita Áustria. "Conjuro-te pela misericórdia de Deus — escreveu ele a Luis XIV— que acudas em auxílio da oprimida Cristandade, para que não caia no jugo de horrível tirano". Mais eficaz foi a intercessão do Papa junto a João Sobieski, rei da Polônia. Eleito em 1674, após praticar grandes atos de heroísmo na luta contra a invasão turca, também ele mantinha suas rixas com a Áustria. E a tentação de tirar proveito da situação se lhe oferecia espontaneamente, pois Maomé IV pretendia conseguir sua amizade e Luis XIV lhe fazia propostas de aliança. Porém, entre todas as incitações e lisonjas, João Sobieski previu que os canhões que destruíssem os muros de Viena chegariam mais tarde a Varsóvia. E, portanto, a Polônia deveria lutar por sua própria salvação diante de Viena. As exortações do Papa em prol da defesa da Cristandade venceram nele as últimas dificuldades e revigoraram seu espírito de cavaleiro cristão. No dia 16 de agosto de 1683, tendo o Papa como protetor e fiador do tratado, pactuou-se uma aliança defensiva e ofensiva: a Santa Liga.
Avanço dos turcos até Viena Tendo a traição de Thököly sido mantida em segredo, pensava-se em Viena que o vizir avançaria primeiro contra as fortalezas da Hungria, dando tempo suficiente para os austríacos se armarem e prepararem suas muralhas, que não estavam em bom estado. Sob o comando do duque Carlos V de Lorena e aproximadamente 33 mil homens, o exército austríaco se reuniu numa cidade anterior a Viena, com o intuito de atrasar o avanço turco. O grão-vizir, deixando de lado as fortalezas intermediárias, dirigiu-se diretamente para Viena com todo o seu exército. E apenas quando os turcos se aproximaram do duque Carlos V de Lorena, Thököly revelou sua aliança com o sultão. Como consequência, os húngaros desertaram em massa do exército austríaco. Não podendo sustentar a batalha, Carlos V retirou-se então com sua cavalaria para a capital. Chegando às proximidades de Viena, os muçulmanos devastavam tudo com incêndios, assassinatos e violências. Os austríacos viram suas cidades serem vítimas de todos os horrores de uma batalha com bárbaros. Angustiados, viam subir colunas de fumaça de aldeias e castelos incendiados. Os fugitivos relatavam que milhares eram arrastados à escravidão e outros assassinados sem misericórdia.
Então, as portas se abriram e uma donzela com uma coroa na cabeça e uma bandeira nas mãos seguiu diante de uma comitiva que levava em três bandejas a soma combinada. Porém, quando os 3.800 cidadãos já estavam fora das muralhas, foram todos mortos a fio de espada, com menosprezo dos turcos pela palavra empenhada. Em Viena o terror foi indizível e todos que puderam, fugiram. Em dois dias saíram quase 60 mil pessoas. Do campo, ao contrário, muitas pessoas se refugiaram na cidade. Na noite de 7 de julho, depois de excitar os cidadãos a se defenderem valorosamente e prometer que logo que possível forçaria os turcos a levantar o cerco, o imperador, não podendo se expor ao risco de cair prisioneiro em caso de derrota, retirou-se da cidade com a corte à luz de tochas. Já no dia seguinte, 8 de julho, Carlos de Lorena entrou de volta em Viena com 10 mil cavaleiros. Em 14 de julho, a capital estava cercada por todos os lados. Em torno dela se estendia um bosque de 25 mil tendas de campanha em forma de meia lua. Pelo luxo, distinguia-se especialmente a tenda do grão-vizir, com muitas salas e aposentos, verdes por fora e coruscantes de ouro e prata por dentro. Como a sorte da Europa dependia da defesa de Viena, a Cristandade seguia com atenta expectativa esses acontecimentos. Infelizmente a cidade estava mal fortificada para suportar um cerco prolongado e o exército polonês ainda levaria um mês para sair de Cracóvia. A defesa do Império católico Notas: continua no próximo post: Batalha de Viena: a investida das trevas islâmicas GLÓRIA CASTELOS CATEDRAIS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS |
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