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Parabéns, Moro, "Atocha, Lula" e se vira, Temer
Posted: 01 Aug 2016 02:57 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Hoje é aniversário do Juiz Sérgio Fernando Moro. O titular da 13a Vara Federal em Curitiba festeja 44 primaveras. Mais que o abraço simbólico das pessoas de bem e do bem, que o transformaram em "herói nacional" apenas porque cumpre corretamente seu dever de servidor público do judiciário, Moro merece um super-presente: que o esforço da maioria dos brasileiros consiga promover mudanças estruturais, avanços políticos e progressos econômicos, muito além do nada fácil combate à corrupção. Parabéns, Moro! Saúde, paz e felicidade!
Lula é quem não tem motivos para comer bolo com o Moro. Depois das olim-piadas deste agosto, a previsão judiciária para o companheiro $talinácio é de muito desgosto. O ex-Presidento já se tornou réu, na Justiça Federal em Brasília, por tentativa de obstrução ao trabalho do judiciário. Corre altíssimo risco de também ser transformado em réu pelo que maldosamente chamou de "República de Curitiba". Lula sabe que é elevadíssima a chance de acabar condenado e preso. Na hipótese menor ruim, tem tudo para vestir uma "tornozeleira eletrônica". O povo já pediu ontem, nas ruas: "Atocha, Lula"...
As manifestações domingueiras cumpriram seu papel. Mandaram o recado aos políticos de que a maioria esmagadora da população está insatisfeita e bastante revoltada com os rumos do Brasil. O espírito anti-PT prevaleceu, mas isto não significa que a petelândia esteja morta, embora se mostre mais moribunda que o esperado, com sua cúpula prestes a militar majoritariamente na cadeia. O eleitorado brasileiro ainda é uma caixinha de esterco cheia de suspresas... Uma pesquisa encomendada pelo Palácio do Planalto apenas confirmou o óbvio ululante: a preocupação majoritária da população brasileira é com a crise econômica, o desemprego e a corrupção.
O levantamento chapa-branca ouviu seis grupos, com cinco participantes cada um, das classes C e D (com renda mensal de um a quatro salários mínimos), em seis capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Brasília e Belém, no período de 14 a 24 de junho. O estudo ratificou que Temer enfrenta alta rejeição em redutos eleitorais do PT e de Lula. No Nordeste, os contra Temer são 52%. No Sudeste, a reprovação ao interino chega a 56%. O levantamento indica que 15% avaliam o governo provisório de Temer como ótimo e bom, 38% o consideram regular e 13% péssimo ou ruim.
Não foi à toa que Temer aproveitou o domingão de manifestação para tentar debelar uma tentativa de alguns "aliados" ou de inimigos que desejam queimar o filme dele antes de sacramentado o impeachment da Dilma. O Presidento em exercício soltou uma nota oficial para negar que já pense em disputar a própria reeleição: "Fico honrado com a lembrança de meu nome como possível candidato em 2018. Mas reitero, uma vez mais, que apenas me cabe cumprir o dever constitucional de completar o mandato presidencial, se o Senado Federal assim o decidir. Não cogito disputar a reeleição. Todos meus esforços, e de meu governo, estão voltados exclusivamente para garantir que o Brasil retome a rota do crescimento e seja pacificado".
Michel Temer sabe que, se der mole, dança. A petelândia e congêneres do Foro de São Paulo, brochados com a quase impossível chance de Dilma acabar salva da degola no impeachment, tenta vender a complicada tese das eleições gerais. O tema não é digerido pelo mercado financeiro e não ganha dimensão midiática ou repercussão nas redes sociais. O avanço desta tese depende da evolução na economia - principal objetivo e tábua de salvação para Temer se livrar da impopularidade. Por enquanto, o rombo bilionário nas contas públicas, milhões de desempregados e inflação alta são os fantasmas que mais apavoram o Brasil, junto com a corrupção sistêmica.
2018 ainda está muito distante. Agosto será dominado pelo clima festivo de Rio 2016. Os políticos rezam pelo excelente desempenho dos atletas brasileiros. No final de agosto e começo de setembro entra em campo o impedimento da Dilma. Logo em seguida, teremos a mais rápida, e talvez mais pobre, campanha eleitoral municipal nunca antes vista na História. Surpresas desagradáveis podem se repetir, com o retorno ao poder de profissionais da politicagem que têm base popular e currais fortes. Novos nomes também podem surgir, porém ainda serão minoria.
O brasileiro continua na bronca, mas sem espírito de revolta excessiva - ao menos por enquanto. Temer sabe que tem até o final do ano para mudar as espectativas econômicas. Lula tem certeza de que vai para o saco a qualquer momento, mas se prepara para posar como vítima. Sérgio Moro espera acabar sua parte na Lava Jato, até 2016 terminar, mas isso não será fácil. Outros magistrados, com o espírito de Moro, devem despontar. E o próprio Supremo Tribunal Federal deve iniciar um período mais forte de combate à corrupção com a posse da ministra Carmem Lúcia no lugar de Ricardo Lewandowski.
Os segmentos esclarecidos da sociedade não podem diminuir a pressão, porque no Brasil é sempre alto e uma tendência o risco de acomodação, para conchavos e jeitinhos que deixam tudo como sempre esteve em Bruzundanga. Quem, sinceramente, acredita em ajusta nas contas públicas em um País Capimunista rentista, cheio de gente mamando nas tetas estatais? A Velhinha de Taubaté, futura esposa do Negão da Chatuba, jura que leva fé nessa parada... Vamos ver o que rola (com acento aberto na pronúncia do ó, para não haver problemas interpretativos)...
Procura-se um tradutor juramentado
Releia o artigo de domingo: Dia da rua gritar por mudanças no BrasilReveja o artigo de sábado: Salvação para Temer: aliança com militares, devassa da Lava Jato no PMDB, redução de gastos e impostos
Campeã das UPPs
Depois de uma final triunfal no estádio de São Januário, em São Cristóvão, com direito a pênaltis para deixar ainda mais emocionante, a equipe da Vila Kennedy venceu a do Vidigal por 5x4, e conquistou a Copa UPP 2016.
Unidades de Polícia Pacificadora disputaram o torneio, que tem como principal objetivo aproximar a polícia da sociedade e também, moradores de diferentes áreas do Rio de Janeiro.
Vila Kennedy conquistou o campeonato de forma invicta, marcando 18 gols e sofrendo apenas cinco em oito jogos disputados.
Os descrentes
A descoberta
Sacanagem no ar
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O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 1 de Agosto de 2016.
O Cão Guru
Posted: 01 Aug 2016 02:52 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Quem não tem cão caça com gato.
À falta de bola de cristal, vai uma de vidro mesmo.
Análise prudente não causa dor de dente.
O molusco anda a esmo; nem parece o mesmo.
Só grita "Salve-se que puder!" quem já está a salvo.
Em tempos cabeludos, nada como um guru calvo.
Melhor seria glabro, diante de tal descalabro.
A pitonisa revisa tudo o que ele analisa.
Velejar no Bósforo ou na "mérdia" tanto faz.
O cheiro não é mau hálito, mas deixa um gringo pálido.
Num ambiente cálido serão, as provas de natação.
A maioria (dos atletas) não passa de patetas.
Assim, na Olim-piada, caçamos de Cão Guru.
Em homenagem ao Prefeito, que tomou no Australiano.
Num evento canino internacional, encontraram-se três cães de raça. Um estadunidense, um soviético e um brasileiro.
O primeiro pergunta aos demais:
"Quando o seu treinador se atrasa em lhe trazer aquele suculento bife na hora do almoço, vocês reclamam muito?.
O soviético disse: "O que significa reclamar?"
O brasileiro perguntou: "O que é suculento bife?"
A falta de conceitos impede até o "Coloquio de los perros" .
Viva Cervantes!
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador, em lugar cão fortável!
Época de Felicidade
Posted: 01 Aug 2016 02:51 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Francisco Torres de Melo
Estamos vivendo um período de tranquilidade. Os jornais e os meios de comunicação estão todos voltados para as Olimpíadas. Tudo é festa. Chegada de delegações. Pequenos erros que são apenas ligeiros enganos. Todo o país esperando a abertura, que deverá ser uma festa maravilhosa. O RIO volta ao que era. Fora deste contexto apenas uma ligeira dúvida onde irá ficar a Dona Dilma ou se ela vai, arriscando a levar uma grande vai ou não vai.
Repare que poucos assaltos. Terrorismo só ligeiramente e no exterior. Parece que há uma minoria torcendo para que uma bomba exploda, pois se não o Brasil ficará sem cartaz na mídia internacional.
Estão lembrados da Copa do Mundo? Tudo foi uma maravilha e o Brasil era a tranquilidade em pessoa. Tudo às mil maravilhas. Voltou a ser um país sem segurança quando perdemos da Alemanha de 7x1. Foi uma tragédia.
Todos nós estamos tão tranquilos por não ouvir LAVA JATO, LULA, DILMA, ZÉ DIRCEU, AMARAL, EDUARDO CUNHA. Temos a sensação de vivermos num paraíso. Imagine a felicidade de não ouvir O STF devolveu o processo ao Dr. Moro e o processo da amiga íntima do ex-presidente subiu para o STJ que o julgará em 2025?
Agosto ... Mês do desgosto, mas poderá ser, também, de alegria por término de dois processos que não acabam: o da Presidente e do Deputado Eduardo Cunha.
QUEM SABE SE O LAVA JATO NÃO PRENDE O CHEFE DA QUADRILHA? É AGOSTO!
Francisco Torres de Melo, General reformado, é Coordenador do Grupo Guararapes.
Agências Desreguladoras
Posted: 01 Aug 2016 02:50 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão
Quando veio o plano real em 1994 e as privazitações sucederam a idéia geradora foi no sentido de criarmos órgãos reguladores, espécies de agencias encarregadas de fiscalizar, supervisionar e ditar normas para o funcionamento de serviços públicos essencias, tais como água, saneamento, luz, planos de saúde, telefonia, enfim uma gama plural de atividade ligada à sociedade civil e substancialmente cidadania.
Depois de mais de duas décadas as agências pecam pela falta de atingimento do seu objetivo, deixando milhões de brasileiros aturdidos com a lentidão, conivencia e irresponsabilidade em termos de eficiencia e punição. Temos exemplos as carradas de plano de saúde, empresas de telefonia e tantas outras que vieram a ter dificuldades de atender aos consumidores e não sofreram no momento preciso a posição das agências para efeito de por fim e solucionar aquela realidade.
Busca-se demonstrar a prevalência de uma circunstância de mercado, se a carteira de um plano está insolvente ou em condições precárias deve ser vendida e até de forma compulsória para que os protegidos não fiquem completamente sujeitos ao desserviço e o mesmo acontece com os chamados serviços essenciais. Não se cogita de solução de continuidade em hipótese alguma, mas a concessão, parceria, delegação ou mesmo parceria público privada deve ser examinada e observada a todo tempo e dela extrair dados contábeis,atuariais e fundamentalmente de prestação do serviço.
Inadmissivel que as agencias empurrem com a barriga o problema e dificultem uma resposta imediata e de pronto calibre visando a reduzir prejuízos e manter em funcionamento a atividade para qual foi criada. E os problemas,na maioria das vezes,são de má administração,péssima gestão e desvios de recursos. Num modelo destacando lucros abundantes e vantagens quase sem concorrência como empresas de grande porte podem
naufragar num mar tranquilo de ondas previsíveis e ingressarem numa tempestade de nuvens escuras e permearem o caminho das trevas.
As agencias reguladoras exercem função de Estado,defendem o bem maior da Nação,a própria soberania do povo,e isso merece uma reviravolta completa, na medida em que o sistema não dá segurança e mudanças são inadiáveis, a começar da forma de nomeação, confiança, mérito e a remuneração. O crescimento da economia e sua estabilidade dependem de entes fiscalizadores de primeira linha que contribuam para explorar os defeitos, retirar as falhas e impor cautelas e não fugir quando necessário da insolvencia e até da falencia quando não existir saída menos traumáutica.
O aumento desmesurado dos preços dos planos não pode ser justificado pelo alto desemprego e o custo benefício, com a carestia de exames e tratamentos hospitalares. Precisamos refletir numa mesa de debate qual o fundamento e não generalizar com o envelhecimento da população e sempre bater na mesma tecla a judicialização da saude. A bem da verdade, quando se entra num plano tudo é colorido para encontrar apoio. Respaldo e guia de internação nada se faz possível. é somente com ordens judiciais. E já que o SUS tem gritantes problemas ninguém esperará para um dia ser operado ou sofrer qualquer intervenção cirurgica. Daí porque
a vergonha dos serviços públicos no Brasil é uma ameaça ao tempo dos jogos olímpicos.
Não disposmos de infraestrutura para a saúde, segurança, e todos os demais serviços essenciais. Os trilhões arrecadados vão para o ralo da corrupção, desvio e quando não internados no exterior. A população não se conforma e a representatividade é colocada em xeque. O poder aquisitivo nos falta e a maioria não o tem. Em virtude disso praticamos também os juros mais elevados do planeta, enquanto nações desenvolvidas estão exercendo o papel de juros negativos.
Essa reengenharia precisa alterar o papel em descrédito do Estado e impor agências reguladoras que não se transformem na desregulação do serviço e na eternização do atendimento. Reclamações são levadas às agências e demoram para ser respondidas, quando eventualmente pedem esclarecimentos para a prestadora e tem o mesmo jargão de um atendimento lento, moroso e ineficiente.
Querem tirar o Brasil do retrocesso, do atavismo,da depressao e da alta inflacionária, mas o serviço precisa urgente de uma transformação
das agencias reguladoras que estão hoje sucateadas. A forma de remuneração é de ser revista como servidores do estado e não vinculados ao grupo que tem a concessão do serviço ou a delegação. Não haverá concorrência, trabalho capacitante ou reforma do padrão dos
serviços, notadamente de infraestrutura, se mantivermos o status quo, sem redesenharmos o modelo que está superado e cercado de dúvidas na sua consecução.
Não se explica o motivo de insolvencia de planos de saúde com milhoes de aderentes que pode contaminar todo o sistema, falencia sistemica ou empresa operadora de telefonia movel que tem um caixa negativa de 65 bilhões. De se indagar como chegaram ao fim do tunel se antes nada foi tentado para reorganizar ou recuperar as irregularidades, ilegalidades, e abusos dos dirigentes e seus controladores.
Pensamos assim que a responsabilidade da agencia reguladora é solidária e não poderá ser afastada para que o poder público responda pela má qualificação dos técnicos e responsáveis pelo controle da eficiencia da atividade de serviços fundamentais à manutenção da dignidade humana
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.
A nomenklatura e a mais-valia
Posted: 01 Aug 2016 02:48 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O Capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O Socialismo é o contrário...
O texto abaixo é o resumo de um dos capítulos do livro "A NOMENKLATURA – Como Vivem as Classes Privilegiadas na União Soviética", de autoria de MICHAEL S. VOSLENSKY, considerado no Ocidente um dos mais eminentes especialistas em política soviética. Foi professor de História na Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba, em Moscou, e membro da Academia de Ciências Sociais junto ao Comitê Central do PCUS. O livro foi editado no Brasil pela Editora Record.
NOMENKLATURA, uma palavra praticamente desconhecida pela maioria dos brasileiros, exceto por alguns especialistas, merece tornar-se tão célebre quanto o termo GULAG. Designa a classe dos novos privilegiados, essa aristocracia vermelha que dispõe de um poder sem precedentes na História, já que ela é o próprio Estado. Atribui a si mesma imensos e inalienáveis privilégios – dachas e moradias luxuosas, limusines, restaurantes, lojas, clínicas, centros de repouso especiais e quase gratuitos -.
______________
A teoria marxista considera como exploração a apropriação da mais-valia, sem fazer diferença quanto à utilização dessa mais-valia, quer se trate dos caprichos dos exploradores, ou de gestão da economia. Nesse sentido, já que no socialismo real a Nomenklatura se apropria da mais-valia, ela explora os trabalhadores. Simples, assim...
A Nomenklatura constitui a classe dos exploradores da sociedade soviética. Nenhuma propaganda poderá mascarar essa verdade. Daí,pode-se tirar imediatamente a conclusão que se impõe. Conhece-se a afirmação, repetida sem cessar pela propaganda do Partido, segundo a qual, na URSS, a exploração do homem pelo homem está abolida. Lenin já insistia: "A justiça e a igualdade, a primeira fase do comunismo, não se pôde, contudo, ainda, realizá-la. Subsistem diferenças quanto à riqueza, e diferenças injustas. Mas, a exploração do homem pelo homem será impossível, pois não se poderá apoderar, a título de propriedade privada, dos meios de produção, fábricas, máquinas, terras, etc".
Há tanto tempo que a economia soviética representa a propriedade coletiva da classe da Nomenklatura, e não a propriedade individual de seus membros, que a exploração dos trabalhadores se reveste aparentemente do caráter de uma exploração do homem pelo Estado, e não do homem pelo homem. Mas, os nomenklaturistas não podem esconder que cada um deles recebe pessoalmente sua parte da mais-valia produzida, pois a sonegação coletiva é evidentemente seguida pela apropriação individual.
Do contrário, de onde viriam os rendimentos elevados dos nomenklaturistas, que dinheiro permitiria manter as casas e as datchaspostas à disposição deles, suas estadas nas estações de repouso do Comitê Central, ou seus carros oficiais. De que cornucópia abundante proviriam os víveres destinados ao Kremlin?
Como a mais-valia passa, de início, pelo cofre comum do Estado da Nomenklatura, antes de ser repartida entre os indivíduos, é impossível estabelecer qual membro da Nomenklatura explora tal trabalhador. Mas, a impossibilidade de nomear este ou aquele não muda nada no fato de que ele, membro da Nomenklatura, explora pessoas físicas, apropriando-se da mais-valia que elas produzem. Explora-as como os escravagistas exploram seus escravos, como o senhor feudal explora seus servos.
A diferença só reside na forma de exploração. Existe uma exploração do homem pelo homem na Rússia. Ela existe, e os cidadãos do "socialismo real" começam a compreendê-la. Não é sem razão, por isso mesmo, que a anedota colocada em epígrafe neste texto seja tão popular na Rússia. A realidade da exploração no "socialismo real" é incontestável, precisamente do ponto de vista marxista. Eis porque as tentativas para contestá-la parecem tão irrisórias.
A propriedade de Estado significa que, nos países socialistas os meios de produção estão nas mãos de todo o povo. Pode-se afirmar que, em tais condições, a propriedade do Estado é administrada por uma NOVA CLASSE de proprietários que dispõe dela? Não. É impossível. Na sociedade socialista, os homens que trabalham são co-proprietários de todos os meios de produção, não vendem sua força de trabalho, e não podem fazê-lo, pois isso significaria que estariam se vendendo a si mesmos. Nessas condições, seria absurdo falar de uma relação de exploração.
A exploração do homem pelo homem só existe quando a fração da sociedade que tem nas mãos os meios de produção se apropria do trabalho da outra fração, que é assim desapossada de seus meios de produção, e obrigada, destarte, a trabalhar para os proprietários dos meios de produção. Essa situação não existe e nem pode existir na sociedade socialista. Conhece-se a fórmula clássica: "Isto não existe, porque isto não deve existir!" Mas ela é falsa. No socialismo real existe uma mais-valia e existe a exploração do homem pelo homem. Essa é a base sobre a qual se construiu o seu sistema econômico.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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