Editorial do Estadão: A greve do feriadão | VEJA.com
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Augusto NunesCom palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido.
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Editorial do Estadão: A greve do feriadão
Como ergofóbicos que são, os organizadores desse movimento esperam que a adesão seja alta porque conhecem o valor de uma boa desculpa para não trabalhar
access_time 27 abr 2017, 17h43 more_horiz
Integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) protestam em frente ao prédio da Petrobras em São Paulo (Eduardo Carmim/Folhapress)
Uma “greve geral” marcada para coincidir com a véspera de um feriado prolongado, encompridando-o um pouco mais, traduz bem o espírito dos organizadores desse movimento. Os chefes das centrais sindicais que convocaram a paralisação certamente esperam que a adesão seja alta, entre outras razões, porque muita gente vai considerar a “greve” uma oportunidade de antecipar a folga. Como ergofóbicos que são, esses sindicalistas conhecem o valor de uma boa desculpa para não ir trabalhar.
E a desculpa da vez são as reformas promovidas pelo governo de Michel Temer, especialmente a trabalhista e a previdenciária. A desonestidade dessa campanha sindical, orquestrada pelo PT, é evidente por si mesma. O partido que governou o Brasil por mais de uma década e é diretamente responsável pelo colapso da economia – sem falar do colapso moral – lidera um movimento destinado justamente a sabotar as únicas soluções possíveis para a crise que os próprios petistas criaram.
Para que o deboche seja completo, o PT, ao mesmo tempo que está organizando a tal greve, tratou de lançar um “plano econômico”, batizado de Seis Medidas Emergenciais para Recuperação da Economia, do Emprego e da Renda. Lá estão, uma a uma, as mesmíssimas medidas que condenaram o Brasil a três anos de profunda recessão, que quase levaram o Estado à bancarrota e que criaram mais de 13 milhões de desempregados.
Os petistas dizem que querem, entre outras coisas, “fortalecer empresas brasileiras para gerar empregos de qualidade”, isto é, voltar a privilegiar empresas amigas do governo; “aumentar o comércio Sul-Sul, principalmente os Brics”, impedindo, por questões ideológicas, que o Brasil faça acordos comerciais muito mais vantajosos; e “investir em infraestrutura para uma economia dinâmica e eficiente”, o que, no governo petista, equivaleu a destinar bilhões de reais para projetos superfaturados que mal saíram do papel. Além disso, o PT pretende “recuperar as empresas de construção civil”, ou seja, dar uma mãozinha aos sócios empreiteiros hoje enrascados na Lava Jato, e também quer “recuperar o papel central da Petrobrás”, impedindo – atenção – “a fragmentação, destruição e privatização da Petrobrás”, como se a estatal não tivesse sido rapinada e arruinada justamente pelos petistas.
A desfaçatez é, portanto, total. O PT, fragorosamente derrotado nas urnas e expelido do poder por ter legado à Nação uma crise econômica sem precedentes e um descomunal escândalo de corrupção, acredita-se em condições morais de denunciar um governo que, a duras penas, luta para consertar uma parte desse estrago. E é espantoso que haja quem, por vício sindical ou político, aceite engrossar esse movimento, deixando de refletir sobre os efeitos nefastos que a rejeição das reformas de Temer teria para o conjunto da sociedade.
Até mesmo algumas escolas particulares de São Paulo decidiram apoiar o movimento grevista de seus professores, em vez de lhes cortar o ponto pela falta, em claro desrespeito aos que pagam mensalidade em troca do serviço. Uma das escolas, resumindo o espírito que presidiu tão esdrúxula decisão, argumentou que as reformas foram encaminhadas “sem o debate qualificado” – como se o Congresso não fosse o local legítimo desse debate.
A maioria dos trabalhadores que deixarão de cumprir expediente amanhã, contudo, será formada não por grevistas, mas por funcionários que não conseguirão chegar ao trabalho em razão da paralisação do transporte público. O mesmo vai acontecer com os estudantes, que deixarão de ir à escola não apenas pela falta de transporte, mas porque muitos professores aderiram à greve.
Tudo isso, caso se confirme, tende a dar a falsa sensação de que a “greve geral” é mesmo geral, isto é, que mobilizou grande parte dos trabalhadores para protestar contra as reformas encaminhadas pelo governo. Num Congresso acuado por denúncias de corrupção e pela perspectiva de grandes e radicais renovações nas eleições de 2018, essa atmosfera pode definir votos contra as mudanças. Ao governo cabe manter a firmeza de propósitos, sem se intimidar pela delinquência daqueles que usam os “direitos do trabalhador” para golpear os trabalhadores pelas costas. Notícias sobre CUTeditorial do EstadãoGreveMichel TemerPT - Partido dos TrabalhadoresReforma da Previdênciareforma trabalhistaSindicatos
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eduardo 27 abr 2017 - 18h48
Cristalino. A melhor coisa do Estadão continua sendo seus editoriais.
Sonia Fausta Tavares Monteiro 27 abr 2017 - 19h06
Excelente editorial! Tem muita gente levando “gato por lebre”, e não atentando para os verdadeiros motivos dessa greve, que é excencialmente política, e nada tem ver com direitos do trabalhador!

Jarbas N. Cavalcante 27 abr 2017 - 19h17
Já comentei em outra oportunidade neste espaço sobre greves. Sou pequeno empresário e, meus funcionários foram avisados: Se faltarem ao serviço na sexta-feira, estarão automaticamente demitidos. Para cada 5 funcionários que tenho trabalhando, tenho uma lista de espera com mais de 100 nomes de pessoas doidinhas para trabalhar…
VPB 27 abr 2017 - 20h17
Ser contra as reformas se equivale a uma auto-mutilação; pois pensam que a reforma interessa somente ao Temer e para o Temer. São uns alienados que não tem noção do país em que vivem, apenas seguem sindicatos formados em sua maioria por descompromissados com a coisa pública e, sim, comprometidos com seus próprios privilégios! Por que Temer colocaria a cara a tapa por uma reforma se está não fosse inteiramente necessária? Acordem e não sejam massa de manobra de vagabundos!

Adilson Nagamine 27 abr 2017 - 20h45
Jaboticaba. Malandro marcando greve da malandragem. U
Alberto de Araujo 28 abr 2017 - 00h29
Compartilho a matéria.O PT deveria sumir do mapa do Brasil. A razão está diante do nariz. Ainda assim há lugar para mentira. Para os petistas só hospício.

cacarolos Souza 28 abr 2017 - 01h18
Greve em vespera de feriado! Brincadeira!
Juiz do trabalho de Pernambuco criticando o atual governo e defendendo a balburdia dos sindicatos? Tem que acabar mesmo com o Ministerio do Trabalho. Porcaria facista inventada pelo ditador Getulio Vargas há mais de 70 anos, e baseado nos estatutos do governo facista italiano, e logo copiado pelos nazistas alemães.E que hoje em dia mostra-se apenas mais uma excrescencia no Brasil. Alias, o Brasil é responsavel hoje em dia, por mais de 90% das ações trabalhistas no mundo. Por acaso esta justiça trabalhista do ditador Getulio Vargas traz alguma melhora nos rendimentos do moderno trabalhador brasileiro? Ou apenas criou mais uma elite milionaria no serviço publico brasileiro?
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