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- O Sistema de Educação e muito mais
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- A Lei é a Justiça
Temer = Mengão? Ofensivo, mas não convence?
Posted: 27 Jul 2017 04:11 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O futebol brasileiro imita a politicagem? Ou vice-versa? Na dúvida, vale um ensaio técnico... Por exemplo: o Flamengo é comparável ao governo Michel Temer. Joga na ofensiva, porém não convence quando vence. Expõe-se demais ao adversário. Sofre muito gol no contrataque. Tem um elenco muito caro, porém ainda não joga como uma equipe eficiente. Sua diretoria adora negócios milionários – tipo a privataria peemedebista. Mengão tem uma imensa torcida a favor. O Presidente, uma gigantesca contra ele. O consolo temerário é que, em casa, dizem que a Marcela bate um bolão...
Quem odiou a comparação com o Flamengo, fica calmo. Michel Temer também pode ser comparável ao time pelo qual torce, de modo até envergonhado: o São Paulo Futebol Clube, que luta para não cair... Aliás, Temer não cultiva o gosto por polêmicas futebolíscas. Porém, para vencer de goleada contra a acusação da Procuradoria-Geral da República, o Presidente é obrigado a jogar pra galera de uma Câmara que tem 78 deputados torcedores confessos do Flamengo, 33 corinthianos e por aí vai...
O "dando-que-se-recebe" para não tomar bola nas costas será testado quarta-feira da semana que vem... A galera, em peso, deseja que Temer se ferre... No entanto, o resultado deve ser outro. Se depender da vontade da maioria corrupta ou clientelista do parlamento brasileiro (que é para lamentar), o Presidente continua no cargo. Temer é parecido com aquele treinador "prestigiado" pela diretoria do Clube. A diferença é que ele não deve ser mandado embora, apesar de tantas derrotas contra o povo brasileiro.
Quem adora metáforas é Luiz Inácio Lula da Silva. O ilustre torcedor só vive um momento diverso de seu principal time de coração: o Corinthians (embora o volúvel Lula também torça pelo Vasco da Gama). O Timão lidera facilmente o campeonato brasileiro porque joga magistralmente na defesa, raramente toma gol e demonstra ser fatal nos contrataques. Já Lula não tem a mesma eficiência corinthiana. O ex-Presidente abusa na ofensiva, se defende muito mal e só sabe reclamar do juiz. Lula só se torna comparável a Temer porque ambos apostam que, no final do jogo-jogado, acabarão vencedores no "tapetão" (o judiciário do mundo ludopédico).
Coisas do País do Futebol... Aliás, este esporte – que eletriza a torcida mundial – é um dos campeões em lavagem transnacional de dinheiro. As milionárias compras e vendas de jogadores e as negociatas envolvendo a realização de grandes competições internacionais são marcadas por denúncias refinadas de corrupção. Vide o escândalo da FIFA (a entidade-empresa máxima que comanda os negócios e as negociatas futebolísticas no Planeta da Bola).
O brasileiro ainda não cansou de perder de goleada para o time do Estado-Ladrão. Quando isto acontecer, estaremos com as pré-condições amadurecidas para a inédita Intervenção Institucional que promoverá mudanças estruturais no País que tem tudo para parecer um Real Madrid ou um Barcelona, porém ainda lembra um ficcional Tabaraja Futebol Clube ou, pior ainda, um Íbis Sport Club – que é conhecido, folcloricamente, como "o pior time do mundo".
Continuemos na torcida para o Brasil virar o jogo... A torcida contra ainda é muito grande,,,
Cobra na cadeia
A 42ª fase da Operação Lava Jato bota na cadeia Aldemir Bendine.
A delação premiada da Odebrecht revelou pagamento de R$ 3 milhões em propinas ex-poderoso presidente do Banco do Brasil e da Petrobras.
"Cobra" era o codinome do Bendine nas planilhas da empreiteira...
É mais um susto no coração de Luiz Inácio Lula da Silva – que insiste para sentar frente a frente com o juiz Sérgio Moro, no dia 13 de setembro...
Encaixado
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A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 27 de Julho de 2017. |
T’ MERDE!
Posted: 27 Jul 2017 04:08 AM PDT
"País Canalha é o que não paga precatórios"
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
É uma praxe teatral desejar a palavra de Cambronne aos atores prestes a entrar em cena.
No circo planaltino, será dita aos autores da herança maldita. Ao entrar em cana ouvirão: "Por aqui seu merda!".
Não há mais parábolas nem inspiração que nos acudam para satirizar o momento-excremento que vivemos.
Ou nos tornamos repetitivos ou pífios.
Temos que cortar o mal pela raiz. Não basta a prisão do ogro ou da mera atriz.
A fubecada "master" tem que ser dada no judas ciário e nos torquemadas da vida.
Rigor seletivo e blindagem pra poupar a fina flor da bandidagem?
A retórica não elimina a má intenção.
Nem a náusea é escusa pra situação confusa.
Bundas moles nunca antes vistos na história deste país, tentarão um "acordão".
Tarde demais; o povo já acordou!
Apesar da imprensa (que seu espírito embota) não engole mais a lorota do janota.
Os herdeiros de Floriano, comer-lhe-ão o â... (vocês sabem).
Serafins, querubins e ofanins, em vão tentarão salvar que tem sorriso alvar.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
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O Sistema de Educação e muito mais
Posted: 27 Jul 2017 04:07 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Gilberto Pimentel
Estaremos encerrando o debate sobre os "Desafios e Perspectivas da Educação Diante da Realidade Brasileira". Para coroar o evento, acontecerá um painel sobre o "Sistema de Educação nas Forças Armadas". Vamos contar com a participação das principais autoridades responsáveis pela atividade nas suas respectivas Forças e os que nos derem a honra de comparecer poderão verificar a qualidade desse ensino e as diferenças quanto aos resultados quando há de fato priorização e a execução de uma política competente, objetiva e permanente, independente da restrição dos recursos orçamentários.
A abordagem do tema vem ao encontro da tradicional política do Clube Militar, desde suas origens, de se envolver, ativamente, na busca de soluções para problemas nacionais que afligem a vida da Nação.
Vários educadores acorreram ao nosso chamado desde o lançamento do debate e suas preciosas colaborações estão à disposição de todos no portal do Clube. Embora modesta, esperamos ter contribuído no sentido de alertar nossos dirigentes, em geral, tão descuidados do problema, possivelmente dentre os mais graves que nos afligem e provocadores de grande parte das nossas mazelas.
Não poderíamos deixar passar a ocasião para afirmar que nem tudo de mal que se atribui à deficiência do sistema de ensino nacional, ao menos na nossa modesta opinião, é disso decorrente. Acho que enfrentamos, hoje, problemas tão ou mais graves, como a crise de valores, que têm sua origem, também, em outros fatores, talvez até mais importantes.
Digo isso com a experiência de quem viveu dois anos num país muito mais pobre do que o Brasil, cheio de problemas sociais, recentemente envolvido em conflito fronteiriço, com muito baixo índice educacional, mas onde duvido, um político que seja apenas suspeito da prática de ilegalidade no exercício da função pública tenha sobrevida. Seu destino é o "juízo político" e o ostracismo e/ou cadeia. Por isso clamará indignada a sociedade.
Uma sociedade que, garanto, jamais aceitaria se abastecer numa feira de produtos roubados como as que proliferam por aqui. Lá a educação familiar ainda funciona, gente!!!
Que não teria paz enquanto não visse atrás das grades um bandido que ferisse um policial.
Uma sociedade que ainda hasteia a bandeira nacional nas suas casas nos dias de comemorações cívicas.
Um país que, para vergonha nossa, foi citado nesses dias como opção de migração para os aposentados brasileiros que percebam valor mínimo estipulado por lei, pois lá o estado, com esses recursos lhes assegura vida digna, moradia e assistência de saúde.
Enquanto isso, nosso estado, desgovernado, nem o compromisso com o funcionalismo ativo cumpre.
E calados vemos se aproximar o pleito de 2018 para consagrar uma vez mais a vitória do crime e da corrupção oficial.
Gilberto Pimentel, General, é Presidente do Clube Militar.
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O Esquerdismo Nem-Nem
Posted: 27 Jul 2017 04:05 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira
Até que ponto o crescimento das ideologias de esquerda, tanto no mundo, quanto no Brasil, nas suas mais variadas versões (na régua ideológica : "ultraesquerda", "esquerda" e "centro-esquerda), e do surgimento da "ideologia" da juventude NEM-NEM (jovens que não estudam nem trabalham), estariam relacionados entre si? Até que ponto as "invasões" migratórias dos países ricos por populações mais pobres de outros países estariam acontecendo por iniciativa e coordenação das esquerdas?
A matéria é delicada e as fontes de pesquisa raras . Para que melhor se compreenda o raciocínio, o fenômeno mundial das migrações externas em massa de gente de diversas nacionalidades ,com destino a países mais ricos , integrará a discussão. Onde essa situação mais se acentuou foi na migração de expresivos contingentes populacionais do mundo islâmico, tanto para os países mais desenvolvidos da Europa, quanto para os Estados Unidos.
Nesse exato sentido, o Presidente Donald Trump está encontrando muita dificuldade para restringir e regulamentar tais migrações , que considera prejudiciais ao povo do país que governa, devido à já parcial "esquerdização" e "islamização" desse país, incrementadas fortemente nos Governos do seu antecessor Barack Obama, que "aparelhou" as instituições públicas americanas nessa direção, com muita "dedicação".
Quanto aos recentes acontecimentos na Europa, a imprensa nem tem mais espaço para noticiar todos os horrores que diariamente estão acontecendo, especialmente na Alemanha e França, onde os islâmicos praticamente já "tomaram conta" ,agindo como se donos fossem desses países. Mas o pior de tudo é que essas práticas estão sendo incentivadas e mesmo patrocinadas pelo esquerdismo escancarado que foi implementado tanto na UNIÃO EUROPÉIA, quanto na ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS-ONU. Por isso deve-se compreender perfeitamente as razões da saída do Reino Unido (Brexit) da União Europeia, que tomou essa medida para evitar sua própria "contaminação" do terrorismo que já assolou seus parceiros da UE.
Não há como fugir da conclusão que o "DNA" que move o esquerdismo dentro dos países se identifica com o "DNA" que regula as migrações tanto internas quanto externas, invariavelmente de populações de regiões ou países menos desenvolvidos para regiões ou países mais desenvolvidos. Dito fenômeno marca presença especial em alguns países , fortemente no Brasil, onde as migrações internas também têm como principal característica o abandono de regiões mais pobres em busca de regiões mais ricas e desenvolvidas. No Brasil esse fenômeno corre "frouxo", e jamais funcionaria com tanta velocidade sem o patrocínio e incentivo dos governos.
Dessa política absurda emerge que o "assalto" migratório ilimitado de regiões mais pobres sobre regiões e cidades mais ricas ,paulatinamente está invertendo o comando dessas cidades, onde os seus naturais, que construíram toda a riqueza existente , são forçados a ceder seus direitos para esses "alienígenas" invasores. São Paulo é quem mais sofre com essa situação. Não é mais o paulista quem manda em S.Paulo, porém "outros", que inclusive são decisivos nas escolhas dos políticos eleitos. Isso seria sinal de "liberdade" ou "esculhambação" mesmo ? Estaria se respeitando os direitos dos "locais"?
A "casa-da-mão-Joana" é conhecida como aquela onde todos mandam, sem qualquer organização , onde cada um faz o que bem entende. Está sempre aberta para qualquer um entrar. Ninguém, por livre consentimento , admitiria morar numa casa desse tipo. Ora, é evidente que a cidade ,o estado e o próprio país são extensões do próprio lar. Por consequência essas unidades político-administrativas também não poderiam ser transformados em "casas-da-mãe-Joana", como foram e continuam sendo. Mas infelizmente no mundo e particularmente no Brasil a política é essa. Portanto os próprios países, sob patrocínio da ONU, foram transformados em típicas "casas-da-mãe-Joana".
O mesmo acontece internamente no Brasil , com as suas cidades, regiões e estados não possuindo quaisquer poderes para legislar sobre os seus próprios interesses, inclusive sobre migração. Por aí se vê a grande mentira que é a propalada autonomia constitucional dos Estados e Municípios na (pseudo)federação brasileira. O Brasil é um Estado-Unitário, não federativo. A Constituição mente. E descaradamente.
Interessantíssimo é observar que a juventude "nem-nem" predominantemente tem vocação ideológica de esquerda. Mas parece que essa característica vai bem mais longe. As populações carentes que migram de países mais pobres para países mais ricos provavelmente chegaram a essa situação devido ao mesmo fator "nem-nem", não obtendo vidas estáveis nos seus países de origem por não gostarem ou não terem aptidões para trabalhar ou estudar. Ninguém migra de um país para outro quando tem estabilidade social e econômica na origem. Resumidamente, é gente que não deu certo nos seus próprios países. Será que eles seriam diferentes e "somariam" nos outros países pelos quais optaram migrar, "coincidentemente" ricos? Por que não migram para regiões também pobres ? Teriam que trabalhar para construir? Eis a questão.
A título de mero "recheio", a população de jovens "nem-nem" cresceu no Brasil em 2015 para 22,5 % (Síntese de Indicadores Sociais-SIS-2016-IBGE) , coincidente com o aumento do esquerdismo e ideologias similares.
O que se torna claro é que esse migrantes forçados pelas más condições das suas vidas nos países de origem nada ou pouco fizeram para construção dos seus próprios países. E de si mesmos. Que moral teria essa gente para migrar para países já organizados, desenvolvidos e ricos, construídos exclusivamente pelos respectivos povos? Isso não se configura apropriação de bens alheios?
Essa "vocação" seria tão somente "usufruir" da obra dos outros? Não de "construir" para si próprio e para o coletivo ? Teria mais sabor a riqueza dos outros do que as próprias? Por que não fizeram isso nos seus países de origem? Mas me permito colocar no mesmo "saco" das esquerdas classificadas lá no início ,tanto o socialismo em si, quanto o comunismo, o marxismo, o gramscismo, o fabianismo, a social-democracia, e todas as suas ramificações.
A ironia de toda essa situação é que especialmente os radicais "esquerdopatas" têm como principal característica a guerra declarada contra o "capital". Porém esquecem que o "capitalista", titular do capital, também trabalha, e geralmente bastante, mais que a maioria dos seus subordinados. Todavia os "nem-nem" parecem estar vendo no capital um concorrente "desleal", que ocupa o espaço que eles mesmos queriam ter. Mas a diferença está em que o "concorrente desleal" faz jus ao que ganha porque trabalha, e muito. Enquanto isso, os "nem-nem" só querem usufruir da riqueza dos outros.
Por coincidência ,essa dinâmica é igual à "IDEOLOGIA DO LADRÃO" , que habitualmente rouba ou furta para bem-viver , sem que a sua consciência seja abalada. Qual a palavra que melhor definiria a situação de quem não estuda, não trabalha, nem se interessa por nada disso, preferindo só reclamar, fazer-se de vítima do "sistema", criticar e usufruir do que outros construíram ? A palavra é uma só: V-A-G-A-B-U-N-D-A-G-E-M !!!
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
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A Lei é a Justiça
Posted: 27 Jul 2017 04:03 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O texto abaixo foi escrito por Frédéric Bastiat (1801-1850), que foi economista, homem público e escritor, nascido em 1801, em Bayonne, na França, e falecido em 1850, em Roma, Itália.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.-------------------------------- Justiça significa igualdade de direitos A lei é a Justiça. E seria estranho se a lei pudesse ser outra coisa mais! Por acaso a Justiça não é o Direito? Será que os direitos não são iguais? Como a lei interviria para me submeter aos planos sociais dos Srs. de Mimerel, Melun, Thiers, Louis Blanc, em vez de submeter esses senhores aos meus planos? Pensa-se que eu não recebi da natureza a suficiente imaginação para inventar também uma utopia? Será que é papel da lei escolher uma fantasia dentre tantas, colocando a força pública a serviço de uma delas? A lei é a justiça. E que não se diga, como vai acontecer, que, concebida desta maneira, a lei seria atéia, individualista e sem coração; que acabaria transformando a humanidade à sua imagem e semelhança. Isso é uma dedução absurda, muito digna do entusiasmo por tudo o que emana do governo e que leva a humanidade a crer na onipotência da lei. Absurdo! Pelo fato de sermos livres, temos de deixar de agir? Porque não recebemos o impulso da lei, devemos ficar desprovidos de qualquer impulso? Porque a lei se limita a garantir o livre exercício de nossas faculdades, devemos dizer que tais faculdades estão inertes? Pelo fato de a lei não nos impor formas religiosas, sistemas de associação, métodos de ensino, procedimentos de trabalho, regras de comércio ou planos de caridade, devemos apressar-nos para mergulhar no ateísmo, no isolamento, na ignorância, na miséria e no egoísmo? E deve-se concluir que não saberemos mais reconhecer o poder e a bondade de Deus, que não sabemos mais nos associar uns aos outros, nem prestar ajuda mútua, amor e socorro aos nossos irmãos em desgraça, nem estudar os segredos da natureza, nem aspirar ao aperfeiçoamento de nosso ser? O caminho para a dignidade e o progresso A lei é a justiça. E é sob a lei da justiça, sob o reinado do Direito, sob a influência da liberdade, da segurança, da estabilidade e da responsabilidade que cada pessoa haverá de atingir seu pleno valor e a verdadeira dignidade de seu ser. É somente sob a lei da justiça que a humanidade alcançará, lentamente, sem dúvida, mas de modo certo, o progresso, que é o seu destino. Parece-me que tenho a meu favor a teoria, pois qualquer que seja o assunto em discussão, quer religioso, filosófico, político, econômico, quer se trate de prosperidade, moralidade, igualdade, direito, justiça, progresso, trabalho, cooperação, propriedade, comércio, capital, salários, impostos, população, finanças ou governo, em qualquer parte do horizonte científico em que eu coloque o ponto de partida de minhas investigações, invariavelmente chego ao seguinte: a solução do problema social está na liberdade. [Observação: Este Bastiat deveria ser leitura obrigatória desde o curso primário!] Idéia posta à prova Por acaso não tenho a meu favor a experiência? Olhe para esse mundo inteiro. Que países possuem os povos mais pacíficos, mais felizes e mais cheios de moral? São aqueles nos quais a lei intervém menos na atividade privada. São aqueles nos quais a individualidade tem mais iniciativa e a opinião pública mais influência. São aqueles nos quais as engrenagens administrativas são menos numerosas e menos complicadas; os impostos menos pesados e menos desiguais; os descontentamentos populares menos excitados e menos justificáveis. São aqueles nos quais a responsabilidade dos indivíduos e das classes é mais efetiva e nos quais, por conseguinte, se os costumes não são tão perfeitos, tendem inexoravelmente a se corrigirem. São aqueles nos quais as transações comerciais, os convênios e as associações sofrem o mínimo de restrições; o trabalho, os capitais, a população sofrem menores perturbações. São aqueles nos quais os homens obedecem mais às suas próprias inclinações; nos quais o pensamento de Deus prevalece sobre as invenções humanas. São aqueles, enfim, que mais se aproximam da seguinte solução: dentro dos limites do Direito, tudo deve ser feito pela livre e espontânea vontade do homem, nada deve ser feito por intermédio da lei ou da força, a não ser a justiça universal. A paixão do mando Isto deve ser dito: há no mundo excesso de grandes homens. Há legisladores demais, organizadores, fundadores de sociedades condutores de povos, pais de nações, etc. [uma referência não aos "Founding Fathers" americanos, de valor indiscutível, mas a alguns europeus que tentaram impor suas fantasias megalomaníacas a todo o continente, como foi o caso de Napoleão, por exemplo, além de "pensadores" socialistas, cada um deles achando que tinha uma idéia melhor que a do outro, para "moldar" a sociedade e o Estado] Gente demais se coloca acima da humanidade para regê-la, gente demais para se ocupar dela. [é como ocorre no Brasil. Diga-me, por exemplo, por que cargas d´água precisamos de tantos deputados e de tantos senadores? Nem os EUA, cuja população é muito mais numerosa do que a nossa, possui tantos parlamentares assim!] E me dirão: "Você que fala está também procedendo como essa gente." Verdade. Mas há de se convir que o faço num sentido e de um ponto de vista muito diferente. E que, se me intrometo com os reformadores, é unicamente no propósito de que deixem as pessoas em paz. Eu não me volto para o povo da mesma forma que Vaucanson olha para seu autômato. Eu o faço como um fisiologista que se ocupa do organismo humano: para estudá-lo e admirá-lo. Minha atitude para com as outras pessoas está bem ilustrada na história que se segue, de um célebre viajante: ele chegou a uma tribo selvagem onde acabara de nascer um menino. Uma turba de adivinhos, bruxos e curandeiros, armados de anéis, ganchos e ataduras, rodeava a criança. E um deles dizia: "Este menino não sentirá jamais o perfume de um cachimbo da paz, se eu não alargar suas narinas." E outro dizia: "Ele ficará privado do sentido da audição, se eu não puxar suas orelhas até os ombros." E um terceiro comentou: "Ele não verá a luz do sol, se eu não der a seus olhos uma direção oblíqua." Um quarto acrescentou: "Ele não permanecerá jamais de pé, se eu não lhe curvar as pernas." E um quinto disse ainda: "Ele não poderá pensar, se eu não comprimir o seu cérebro." E, após tudo isso, acrescentou o viajante: "Deus faz bem o que ele faz; não pretendam saber mais do que Ele; e, posto que Ele deu órgãos a esta frágil criatura, deixem esses órgãos se desenvolverem, se fortificarem pelo exercício, o tato, a experiência e a liberdade." Deixem-nos agora experimentar a liberdade Deus colocou também na humanidade tudo o que é necessário para que ela cumpra seu destino. Há uma fisiologia social providencial. [essa idéia provocou uma enorme dissensão entre Leibniz, que acreditava da Providência divina, e Voltaire, um ateu; os livros "Zadig, uma história oriental" e "Cândido, o otimista", ambos de Voltaire, bem ilustram seu ateísmo!] Os órgãos sociais são também constituídos de modo a se desenvolverem harmonicamente ao ar livre da liberdade. Fora com os curandeiros e organizadores! Fora com seus anéis, suas correntes, seus ganchos e suas tenazes! Fora com seus métodos artificiais! Fora com suas manias de administradores governamentais, fora com seus projetos socializados, sua centralização, seus preços tabelados, suas escolas públicas, suas religiões oficiais, seus créditos livres, seus bancos gratuitos ou monopolizados, suas regras, suas restrições, sua piedosa moralização ou igualação pelo imposto! E posto que se infligiram inutilmente ao corpo social tantos sistemas, que se termine por onde se deveria ter começado: que se rejeitem os sistemas; que se coloque, por fim, a Liberdade à prova - a Liberdade, que é um ato de fé em Deus e em sua obra. |
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