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- Hora de definir o que o Brasil quer ser
- Austérclínio
- Brasil, de 64 a 85
- A Televisão a serviço da Mentira
- O Processo em três etapas
Hora de definir o que o Brasil quer ser Posted: 20 Feb 2017 04:04 AM PST Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net "Somos um País à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser". A constatação feita pelo Comandante do Exército, General Eduardo Dias da Costa Villas-Bôas, deveria servir para que os segmentos organizados da sociedade brasileira aprendam a agir de modo estratégico – e não apenas ideológico ou meramente "reclamativo". Já passou da hora de definir o Projeto para o Brasil. Como os criminosos não farão isto, as pessoas de bem e do bem têm de agir com mais eficiência, eficácia e efetividade. Ou será que não temos Elite – e sim "zelite"? Os problemas brasileiros todos conhecem. Continuamos pecando pela omissão ou lentidão estratégica na hora de formular soluções de verdade. Somos craques em copiar remédios errados e amargos que não se aplicam a nossa realidade. Também somos excelentes em formular paliativos que só fazem o problema aumentar de magnitude. Outra mania tupiniquim é postergar a tomada de decisão para fazer a coisa certa. É por isso que a cúpula militar – que estuda o Brasil estrategicamente – rejeita a velha idéia autoritária, romântica e "tenentista" de reeditar um 1964, intervindo na condução do processo político. O Brasil está mudando, mesmo que de forma mais lenta que o ideal. O desejo de mudança é forçado pela gravíssima crise institucional (sim, as instituições estão rompidas pela ação do Crime). A bronca é total no Poder Militar: os generais façam discursos moderados para o público, e ferozes para a tropa. No Poder Judiciário, já se constata um movimento orgânico de muitos magistrados que não aceitam mais o status quo da corrupção sistêmica sendo legitimado pela toga. Já vale como "mantra" um pensamento do jurista Rogério Medeiros Garcia de Lima, Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: "O Poder Judiciário não pode servir de trampolim para o exercício arbitrário e ilegítimo do poder político por quem não foi eleito". Militares e juízes, de um jeito ou de outro, enfrentam diretamente as facções criminosas. Na contramão do combate à corrupção, as maiorias esmagadoras dos membros dos Poderes Executivo e Legislativo – ressalvando raríssimas exceções – seguem praticando e legitimando ações criminosas. Os políticos brasileiros parecem ter o crime como um "modus vivendi" (ou "sobrevivendi"). Agem de forma amoral. Já os poderes fardados e togados dependem da moralidade para existir. Quando se deixam contaminar, pecando por ação criminosa ou por omissão, acabam forçados a se submeterem a "chacoalhadas críticas imediatas", por pressão interna e externa. O sentimento pós-Lava Jato vivido pela sociedade brasileira exige que os cidadãos aumentam a pressão crítica sobre os dois poderes com maior capacidade de neutralizar a ação institucionalizada do Crime: o Judiciário e o Militar. Se as instituições militares e jurídicas se aprimorarem com mais velocidade, as instituições políticas terão de seguir a tendência, ou seus personagens ficarão sujeitos a uma substituição mais rápida. Novamente, quem tem a missão de aumentar a pressão legítima por mudanças é a Elite. Sempre foi assim na História de todos os povos que optaram pelos valores civilizados, pautados pela legalidade democrática (Segurança do Direito). A "Zelite" dirigente do Brasil precisa ser substituída por uma Elite de verdade que formule um projeto estratégico e lidere o processo de mudanças estruturais, promovendo o aprimoramento das instituições. Este é o processo que podemos chamar de "Intervenção Institucional" ou de "Intervenção Cívica Constitucional". O Brasil só tem jeito com uma urgente repactuação legal, a partir de uma Constituição que seja obedecida sem necessidade de interpretações por membros de uma Suprema Corte influenciada por "politicagens". Refletindo o pensamento do Poder Militar, o General Villas-Bôas tem razão: O Brasil precisa definir o que quer ser e o que deve ser. Se as Elites de verdade não fizerem isto, o Crime Institucionalizado seguirá hegemônico para manter o Brasil o que ele sempre foi desde 1500 – uma rica colônia de exploração mantida artificialmente na miséria, na ignorância, na violência e na injustiça do subdesenvolvimento. Basta de perder tempo! Vamos formular e debater, exaustivamente, o Projeto Estratégico para o Brasil. Antes, vamos ajudar a passar o rodo na Nomenklatura Kriminosa do País... De repente, o trabalho começa depois do carnaval... Releia o artigo de domingo: Em busca do próximo "Salvador da Pátria"?Lobinho fazendo arte Colabore com o Alerta Total Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente com o Alerta Total poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades. Nos botões do lado direito deste site, temos as seguintes opções: I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão. II) Depósito em Conta Poupança da Caixa Econômica Federal ou em agências lotéricas: 2995 013 00008261-7, em favor de Jorge Serrão. OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim. III) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito). IV) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior. Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai! O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 20 de Fevereiro de 2017. |
Posted: 20 Feb 2017 04:13 AM PST "País Canalha é o que não paga precatórios". Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos Maurício Mantiqueira Com a austeridade em declínio, procura o canetador emular-se a Plínio (o velho) aproximando-se ao vulcão, de seu governo de coalizão. Não imagina que está por explodir. Os gases fétidos que exala também são mortais. G 10 e outros pastéis, evitam cogitar do que se passa nos quartéis. Além de imprudentes, burros. Catucar a felina é fruto de sua imprevidência. Depois não vão chorar pro bispo. Já foram avisados de que o cara é mixo e que sua equipe é um lixo. Alguns, façam-me o favor, só servem dentro de um bio-digestor. E nosotros, a espera de uma nova era, continuamos em nossa frustaCão. Com escândalos de tal quilate, morde atá cão que late. Pobre prosador, pobre vate. Por enquanto estamos num empate. Cãorruptos um, lavajantes um. Pior que o bafo é o da Onça o pum. A mina já viu que a seguronça acendeu o pavio. Que todos os polititicos vão pra (rima rica). Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador. |
Posted: 20 Feb 2017 04:14 AM PST Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Antônio José Ribas Paiva Foi um período de relativa ordem, poderia ter sido melhor, com razoável administração pública e baixos índices de corrupção. A maior corrupção foi a entrega do Brasil para a casta política do crime, quando Leônidas empossou, na presidência ,ilegitimamente, o cangaceiro José Sarney Estamos pagando o preço dessa traição há 32 anos. Não é à toa que os presidentes do período pós revolucionário são bilionários internacionais... Nesta INTERVENÇÃO INSTITUCIONAL não poderemos repetir o passado. Temos que trilhar os caminhos da razão e do direito, para forjar o BRASIL. É nossa responsabilidade histórica. Antônio José Ribas Paiva, Jurista, é presidente do Nacional Club. |
A Televisão a serviço da Mentira Posted: 20 Feb 2017 04:01 AM PST Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Ipojuca Pontes Como disse antes, a Televisão, seguindo ditames do Grande Inquisidor descrito por Dostoievski, adotou o Milagre, o Mistério e a Autoridade como elementos fundamentais para subjugar a consciência humana. Solerte, a máquina de fazer doido se fez o mais formidável instrumento de lavagem cerebral por ventura imaginado. Onipresente, ela se infiltrou no cotidiano de cada um e se impôs, sub-repticiamente, como pretenso "Portal da Verdade", criando uma espécie de segunda realidade onde os fatos importam menos que a versão. Circo sem nenhum pão (substância), a TV opera em tempo contínuo, em geral exibindo programação de "baixíssima qualidade" (ponto para Norman Mailer!), quase sempre indigente, repleta de novelas apelativas, talk shows descartáveis, roqueiros desbundados, transmissões esportivas, corridas de auto, lutas, chulos esquetes humorísticos com palhaços, pilantras e outros que tais – tudo com o objetivo de faturar alto e, segundo teóricos da praça, nos livrar do "tedium vitae". Como se sabe, o lado considerado "sério" da TV é exposto em "horários nobres" nos chamados noticiosos, cuja característica principal tem sido espetacularizar a tragédia do cotidiano em flashes tintos de sangue. É ai que a televisão exerce sua "Autoridade" e, no relativismo da informação em cascata, procura condicionar a mente e fazer a cabeça do telespectador. Não se discute: para manutenção do poder a informação significa controle - e controle quer dizer Autoridade. Neste aspecto, faz sentido afirmar que a TV integra a administração paralela do Estado (à margem o fato de que é um serviço de concessão pública). Mas o papel nefasto da televisão vai muito além. Dominada totalmente pelas esquerdas e, curiosamente, pela elite do Clube de Bilderberg, onde pontificam megaespeculadores tipo George Soros e sua Open Soçiety Foundation, a TV incorporou e propaga full-time a agenda da Globalização (ou "Nova Ordem Mundial") que objetiva liquidar com a legitimidade do Estado-nação e impor a supremacia do Globalismo – este, tal como a falida União Europeia, a ser controlado por uma burocracia totalitária. (Os comunistas e a banca internacional, em nome de um utópico mundo de paz e felicidade, sempre adiado, intuíram que a civilização ocidental e cristã e os princípios conservadores - contrários, por exemplo, ao casamento gay, à liberação da droga e às fronteiras abertas para a imigração terrorista - representam o grande obstáculo para o domínio de um governo Global sob a tutela de figuras como Barack Obama, Soros, o tarado Bill Clinton e a caterva parasitária da ONU coletivista). Assim – desesperados pelo renovado avanço das forças conservadoras, representadas pelo Brexit, pela Frente Nacional de Marine Le Pen e o avanço da Alternativa para a Alemanha e a direita italiana, mas, sobretudo, em definitivo, pela vitória e também a postura desafiadora de Donald Trump, resta aos ativistas do Globalismo, diante do espectro da derrota, o apelo de odiar, espernear, inventar, caluniar, distorcer e insistir na mentira deliberada. Além de partir para a guerra total e sem fronteiras da desinformação. Nos Estados Unidos, salvo a Fox News, 90% das cadeias televisivas (entre elas, CNN, CBS, ABC, NBC) estão a serviço da Globalização e seus interesses "hegemônicos" (nos quais a patuleia ignara, segundo o mote do Grande Inquisidor, "entra como rebanho manso no jardim do Éden... sem, contudo... deixar de trabalhar". No Brasil, o índice de sujeição da mídia esquerdista ao projeto Global sobe para 100%. Emissoras como SBT, Record, Bandeirantes e, com unhas e dentes, a Rede Globo, são, sem margem de erro, completos aparelhos de difusão das resoluções da ONU - o que significa propagar o receituário globalista que abarca o abortismo, a legalização da droga, a ideologia "de gênero", o ativismo gay, desarmamentismo, cotas raciais, marxismo cultural – ou seja, tudo aquilo que fere valores individuais, tradições e costumes consagrados no universo de um caráter nacional. A minoria desvairada se comporta como se maioria fosse. Isto mesmo: para os fanáticos da Globalização a ordem é destruir a todo custo os princípios e crenças que dão sentido à vida das pessoas normais, aquelas que acreditam nos Dez Mandamentos e nos valores transmitidos de pai para filho. O exemplo vivo dessa mixórdia, percebi assistindo ao programa "Globo News Painel", conduzido com extrema desonestidade intelectual por William Waack, sobre as medidas que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou para restituir a América aos americanos depois da "razzia" mulçumana de Barack Hussein Obama – que Waack e seus entrevistados entendiam, com visão Globalista (no duplo sentido da palavra), como a "era de incerteza". Sem conceder espaço para um representante do "outro lado", convenção do jornalismo honesto, Waack tinha como convidados três "espíritos acadêmicos". Um deles, Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, posto pra fora do cargo por motivos éticos. (para quem não lembra, em entrevista à própria TV Globo, pensando que estava fora do ar, a figura revelou sua norma de conduta: "No governo, o que é bom se divulga, o que é ruim a gente esconde debaixo do tapete". Outro "fazedor de opinião" do Painel era Eduardo Viola, professor da UnB, figura prolixa, confusa, falando aos borbotões, e que jamais deveria desinformar em publico antes de concluir breve curso de califasia, arte de falar com boa dicção e elegância. O terceiro convidado, Eduardo Gianetti, economista, também se empenhou em demonizar Donald Trump, sem contextualizar as medidas justas do novo Presidente dos EUA. Todos eles, em uníssono, compunham uma espécie de tribunal de acusação, digno do concebido pelo Grande Inquisidor para levar Cristo à fogueira. Voltaremos ao assunto. Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos. |
Posted: 20 Feb 2017 03:57 AM PST Stalin, um OVNI ainda presente em espírito Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos I. S. Azambuja O texto abaixo é o resumo de um dos capítulos do livro "A Nomenklatura -Como Vivem as Classes Privilegiadas na União Soviética", de autoria de MICHAEL S. VOSLENSKY, considerado no Ocidente um dos mais eminentes especialistas em política soviética. Foi professor de História na Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba, em Moscou, e membro da Academia de Ciências Sociais junto ao Comitê Central do PCUS. O livro foi editado no Brasil pela Editora Record. NOMENKLATURA, uma palavra praticamente desconhecida pela maioria dos brasileiros, exceto por alguns especialistas, merece tornar-se tão célebre quanto o termo GULAG. Designa a classe dos novos privilegiados, essa aristocracia vermelha que dispõe de um poder sem precedentes na História, já que ela é o próprio Estado. Atribui a si mesma imensos e inalienáveis privilégios – dachas e moradias luxuosas, limusines, restaurantes, lojas, clínicas, centros de repouso especiais e quase gratuitos -. -------------------------- O processo de nascimento da Nova Classe dominante soviética realizou-se em três etapas. A primeira etapa foi a criação da Organização de Revolucionários Profissionais, embrião da Nova Classe. A segunda começou com a tomada do Poder, por essa organização, em novembro de 1917: formou-se uma direção em dois níveis, o nível superior da velha guarda leninista e o nível inferior da Nomenklatura estalinista. A terceira etapa foi a liquidação da velha guarda leninista pela Nomenklatura. Cada etapa teve seus próprios fundamentos sociopsicológicos. Os bolchevistas não eram idealistas como D. Quixote, não buscaram a morte em nome de um vago ideal, como os populistas o fizeram. Engajaram-se nas lutas, nos riscos e e nas privações, porque a estrutura social que combatiam não lhes oferecia nenhuma perspectiva futura. Não sentiam o amor romântico dos populistas pelo 'povo", e sua simpatia pelo proletariado era bastante egoísta: era ditada pela convicção de que somente o proletariado poderia ajudá-los a derrubar o regime vigente. Os bolchevistas não tinham nenhum escrúpulo em enganar os trabalhadores: tinham-lhes prometido a ditadura do proletariado, quando só pensavam em sua própria ditadura. Na luta pelo Poder não tinham piedade, todos os meios eram bons rara aniquilar o inimigo. Mas estavam convencidos de que o marxismo era a único doutrina que realmente poderia permitir a ditadura do proletariado. Queriam sinceramente construir a sociedade sem classes profetizada por Marx. Lenin não somente foi seu guia, mas a encarnação de suas ambições. Stalin foi também o guia e a encarnação da sua Nomenklatura. Se não foi o oposto exato de Lenin, mas antes seu continuador, foi o mesmo para a Nomenklatura: em mais de um título, ela foi a herdeira dos leninistas. Na luta pelo Poder não teve nenhuma piedade, mesmo para com os próprios membros do Partido. Todos os meios lhes eram bons para destruir tudo o que se atravessasse em seu caminho – inclusive leninistas. As acomodações com a consciência, ele as faia muito facilmente, já que não tinha nenhuma consciência. Tranqüilamente enganava o proletariado, o campesinato e os outros, mas, contrariamente aos revolucionários profissionais, jamais enganou a si próprio. Jamais quis o bem-estar dos trabalhadores, ainda que tivesse feito grandes discursos sobre esse tema. Sempre teve consciência de somente desejar seu bem-estar. Stalin, seu criador, não corria riscos. Ao entrar no Partido queria fazer carreira a todo preço. Tanto em caso de vitória quanto em caso de derrota da Revolução. Suas criaturas da Nomenklatura tinham exatamente o mesmo desejo d poder, pouco importava o fim. Evtuchenko exprimia bem esse estado de espírito: "Pouco lhe importa que o poder seja dos sovietes, o importante é o poder!" Que o marxismo fosse uma teoria justa, também lhe era indiferente; a fé no marxismo, a Nomenklatura a substituiu pela terminologia e pelas citações. Os carreiristas estalinistas nem se preocupavam em propagar que o comunismo seria o futuro radioso da humanidade. Na realidade, nada lhes interessava menos do que uma sociedade em que cada um trabalharia segundo suas capacidades e receberia segundo suas necessidades. Se tivessem corrido tal risco, o mundo assistiria a um espetáculo muito interessante: ver-se-iam os dirigentes comunistas atrás de barricadas para lutar contra o comunismo, ou fugir para a Suíça a fim de se colocarem ao abrigo do perigo. Qual o significado histórico da vitória sangrenta da Nomenklatura estalinista sobre a velha guarda bolchevique? OS COMUNISTAS CONVICTOS FORAM SUBSTITUÍDOS POR PESSOAS QUE SE INTITULAVAM "COMUNISTAS" À FRENTE DA SOCIEDADE. Esse fenômeno histórico tem raízes objetivas: a formação de uma nova classe dominante vai exatamente de encontro à formação de uma sociedade sem classes – comunista -. Quando os leninistas se meteram por esse caminho, afastaram-se, naturalmente, do comunismo: seus atos não correspondiam mais às suas convicções, mas isso não era um cálculo deliberado. Pelo contrário, a Nomenklatura de Stalin fazia com que seus atos correspondessem às suas convicções. Tratava-se mesmo de criar e organizar uma nova classe dominante. Apenas um detalhe: as suas palavras não correspondiam às suas ações. Não se pode desprezar essa diferença. É precisamente ela, e não a data ou a idade de entrada no Partido, que estabelecia a diferença entre exterminados e exterminadores, nos anos 1936-1938. Molotov, Mikoian. Kaganovitch, Chikiriatov, Pospelov e outros, eram membros do Partido antes da Revolução, mas estavam do lado dos carrascos, livraram-se a tempo de suas convicções marxistas e souberam conservar apenas a terminologia. Tinham apenas uma finalidade: conseguir, da melhor maneira possível, sua ascensão na nova classe dominante. Tudo isso foi – e ainda é – camuflado pelos inúmeros discursos sobre "o papel de direção da classe operária". No Manual de História da URSS, surgido em 1971, dizem-nos alegremente: "Naquela época – durante a Ejovchtchina – a classe operária não somente manteve seu papel de direção, como também se tornou a classe dominante na URSS. Isso está confirmado pelo fato de que o Partido Comunista – Partido da classe operária – reforçou mais sua posição no aparelho do Estado. Procuraremos agora tirar uma conclusão: na luta pelo Poder, que se desenrolou sob o radioso sol do socialismo estalinista, somente ganharam os que procuraram atingir seu fim - o Poder – pelo caminho mais curto. Foram aniquilados todos aqueles que tiveram a fraqueza de acreditar sinceramente no marxismo e na construção de uma verdadeira sociedade socialista. Fraqueza fatal! Mas fatalidade compreensível: como poderiam ter êxito em construir uma sociedade de classes, quando tinham a convicção de construir a sociedade sem classes? Esse processo em três etapas não é exclusivo da União Soviética (agora, Rússia, novamente). O mesmo fenômenos ocorreu em todos os lugares onde se instalou esse tipo de regime: o aparelho do Partido Comunista contém o germe da Nova Classe dominante; após a tomada do Poder ele produz novos administradores e se desenvolve rapidamente, transformando-se em uma Nova Classe. Através de depurações sucessivas, os primeiros membros logo são substituídos pelos carreiristas. Esse desenvolvimento ocorreu em todos os lugares, prova que se trata de uma lei histórica. Os comunistas ocidentais deveriam refletir seriamente sobre essa lei. Os que acreditam ingenuamente que honrarias e Poder os esperam após a revolução, se iludem; para muitos será o campo de concentração ou a execução sumária numa masmorra. Na melhor das hipóteses será a exclusão do Partido e o esquecimento num miserável emprego subalterno. Somente a pequena minoria, que saberá esquecer bem depressa suas convicções marxistas e trabalhar bastante para ascender aos bons lugares, poderá esperar alguma perspectiva de futuro; tornar-se-á o carrasco dos comunistas sinceros. Honrarias e Poder serão reservados àqueles que desejam sinceramente o bem dos trabalhadores. Homens dessa espécie merecem a mais alta estima. A seguinte estrofe do Hino soviético foi a mais cantada após 1977: "Vimos o sol através das nuvens, Lenin, o Grande, nos mostrou o caminho, Stalin nos ensinou a bela obra, A fidelidade e os grandes feitos" (Hino da Rússia anterior a 1977) Essa estrofe deveria ser cantada a duas vozes: a primeira metade no tom trêmulo dos veteranos da velha guarda leninista, e a segunda metade no tom majestoso dos baixos da Nomenklatura. |
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