Alerta Total |
- O PDV temerário já nasce morto
- A República da Penalândia
- Desindustrialização e Agronegócio
- Responsabilidade dos órgãos de imprensa
- “Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo Rio”
- Utopia Negativa
O PDV temerário já nasce morto
Posted: 25 Jul 2017 04:20 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O desgoverno impostor (que adora aumentar impostos, sem diminuir o desperdício e a corrupção) inventa mais um factóide. O Programa de Demissão Voluntária para apenas 5 mil servidores públicos federais é uma peça de humor negro. Não resolve o problema do rombo nas contas federais. E transforma os servidores em vilões. A polêmica proposta é uma inutilidade legal, na prática.
A República de Bruzundanga gasta R$ 285 bilhões por ano com pessoal, mais R$ 559 bilhões com a Previdência. É inócua a ideia é oferecer aos otários que toparem o PDV até 1,5 salário por ano trabalhado. Até porque a medida de impacto reduzido atinge apenas quem trabalha no Poder Executivo. O relatório de avaliação de receitas e despesas do terceiro bimestre, elaborado pelo Ministério do Planejamento, revela que a conta com despesas de pessoal e encargos sociais deve aumentar R$ 26,6 bilhões em valores nominais (sem descontar o efeito da inflação).
O PDV e aposentadorias incentivadas vêm sendo adotados em "empresas estatais" (de economia mista). Nos últimos três anos, o governo federal desligou 50.364 funcionários das estatais. O problema é que, na administração direta, as vantagens oferecidas no PDV aos servidores não parecem tentadoras. Assim, em dificuldade para fechar as contas sem gerar os grandes rombos já existentes, a turma de Michel Temer apenas joga para a galera.
Resumindo: O PDV temerário já nasce morto. No entanto, é assustador constatar que apenas a demissão de 5 mil servidores vai gerar uma redução de R$ 1 bilhão por ano no gasto público, apenas no Poder Executivo. Legislativo e Judiciário não entram nesta conta... Eita máquina caríssima...
Presidiáveis
Poderoso Renan
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A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 25 de Julho de 2017. |
A República da Penalândia
Posted: 25 Jul 2017 04:17 AM PDT
"País Canalha é o que não paga precatórios"
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Localizada num grande planalto, tem por capital uma ilha no meio do asfalto.
Brasilha, da fantasia, onde tudo é poesia. No meio há um promontório, em que todo o visto é ilusório.
Urubu malandro e urubu finório reunidos em fajuto consistório.
No desfile de suas mazelas, a Escola de Samba Deixa que Eu Chuto, é conduzida pelo cão mais arguto.
Uma verbinha aqui, outra acolá, pra que fique tudo como está.
O ratazânico recinto, mais embriagador que o absinto, se auto ilude antes da avalhanche ou talude.
Deixamos o fedor molusconato e buscamos engodo mais excêntrico.
Qual será a próxima atração Um pé de chinelo ou de chileno?
Estarão tramando uma escabrosa "joint venture"?
Os adeptos do cão egresso e o canetador?
O anti-herói sabe que é no bolso onde mais dói.
Entrará com o pé na do povo jucúndia, numa atitude assaz republicana antes de entrar em cana?
Poderoso de hoje não se iluda; seu fim é no papo da ave peluda.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
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Desindustrialização e Agronegócio
Posted: 25 Jul 2017 04:15 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Hélio Duque
No cenário mundial os países que alcançaram pleno nível de desenvolvimento priorizaram ao máximo o investimento em educação, infraestrutura e inovação tecnológica. É um tripé que aponta o caminho do futuro. A partir da Revolução Industrial, a emergência de países desenvolvidos se sustentou na modernização econômica e social.
O Brasil foi ao longo da sua formação e estendendo-se a tempo presente, exemplo negativo dessa realidade. Retardatário no processo de modernização, a partir de 1930 até a década de 80, teve relativo êxito na substituição de importações, atingindo taxas de crescimento que o colocaram entre 1950 e 1980, entre os países que mais cresceram no mundo.
Nas últimas décadas, viu o processo de industrialização se reduzir drasticamente, como aponta o IBGE. São vários os fatores que determinaram o regressionismo. A falta de competitividade, garantido pelo protecionismo estatal, subsidiando privilegiadores e capitalismo de compadrio, travaram a marcha modernizante. A velha estrutura de economia fechada obstaculizou rota evolutiva impedindo a emergência de uma realidade nova e competitiva.
O professor Harry West, do MIT (Massachusetss of Technology), ensina: "Educação, infraestrutura, são bases fundamentais para o desenvolvimento, gerando inovações produtivas, vale dizer tecnologia." O grande salto do Japão e da Coréia do Sul na escala do desenvolvimento, nas últimas décadas, teve nesses ensinamentos a garantia do seu deslanchar. Foi a soma do capital humano (educação e conhecimento) e capital físico (capacidade produtiva e infraestrutura) a sua base de sustentação.
No Brasil, o investimento em educação representa em 2017, 6% do PIB e na infraestrutura, somando investimentos público e privado, alcança pouco mais de 2%. Insuficientes para garantir um ritmo sustentável de crescimento. É uma anatomia de um desastre anunciado. Hoje mais de dois terços do nosso PIB é gerado pelo setor de serviços, caracterizando-se por geração de empregos, em atividades diversas, bastante heterogêneas: os serviços mercantis, respondem por 23,4%; os serviços não mercantis, por 17,4%; o setor comercial, 15,2%; e o setor financeiro por 1,2%, do total do pessoal ocupado. A fonte é o IBGE e Contas Nacionais. Já em relação ao PIB, no setor serviços os mercantis participam com 28,4%; os serviços não mercantis, com 16,5%; o setor comercial, com 7,3%; e o setor financeiro, com 6,1%.
Paralelamente, nos últimos anos, o agronegócio vem sendo o polo mais dinâmico da economia brasileira, responsável por 23% do PIB. Responde por 41% das exportações para diferentes mercados mundiais. Sem ele os reflexos da brutal recessão em que mergulhou o País, nos últimos anos, a situação seria devastadora. O extraordinário trabalho de pesquisas e introdução de tecnologias produtivas modernas, nascida na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), foi fundamental para o seu desenvolvimento. Fortalecê-lo e transformar sua presença no cenário mundial, como grande fornecedor de alimentos, é um caminho seguro. Exigindo investimentos em estradas, portos, aeroportos e energia, que garanta a sua competitividade.
A rigor, quando foi criado o BRIC (o S ocorreria anos depois com o ingresso da África do Sul), formado por Brasil, Rússia, Índia e China, analista econômico internacional contestou a formação do bloco. Excluía a Rússia e analisava que a China em uma década seria a fábrica do mundo; a Índia, a oficina pela sua elite de 200 milhões, dotada de elevada formação técnica, numa população subdesenvolvida de 1.2 bilhão; e o Brasil não poderia ser a fazenda do mundo. Hoje, na produção de "commodities", não apenas agrícola mas nos setores de petróleo e minérios, o Brasil é um grande produtor mundial, mas não pode continuar sendo apenas um produtor de bens primários. Deveria avançar na "destruição criativa" de velhas estruturas buscando o crescimento diversificado e moderno das suas enormes potencialidades econômicas.
Comparativamente, a Petrobrás, no conjunto petróleo, gás natural e investimentos em múltiplos setores, responde, por 13% do PIB. Na exploração em águas profundas a empresa detém tecnologia pioneira em escala mundial. Na América Latina é quem mais investe na área de pesquisas tecnológicas. Na atual recessão econômica, a redução de investimentos da estatal, decorrente da corrupção e de projetos inviáveis e irresponsáveis, foi fatal para a economia nacional. A fonte da participação da estatal no PIB é o Boletim Focus, do Banco Central.
Baseado nesses exemplos de êxito, o grande desafio é enxergar o futuro com otimismo e extrair os exemplos positivos em outros setores que puderam incorporar a tecnologia e a modernidade na escala produtiva. Ao Estado é missão priorizar a educação, a infraestrutura e estimular a inovação tecnológica. Só assim o decadente setor industrial que vem perdendo força no PIB nacional poderá ter futuro no desenvolvimento brasileiro.
Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
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Responsabilidade dos órgãos de imprensa
Posted: 25 Jul 2017 04:12 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli
Uma imprensa livre e transparente é o maior ideal a ser buscado num País desenvolvido e subordinado à vontade democrático que aspira uma sociedade civilizada. Nos acontecimentos que pairam no ar em termos de Brasil, boa parte da irrazoabilidade e isenção com neutralidade devemos à propalada imprensa dita livre.
Evidente que em tempos de crise a imprensa será sempre dependente do poder economico ou de forças do estado para retroalimentar sua vida e intencionar redução das dívidas. E não tem sido diferente aqui no Brasil, já que boa parte dos meios de comunicação floresceu há mais de meio século e por uma concessão sem maiores aprofundamentos se prorroga quase eternamente.
Esse exemplo ruim se percebe na televisão na qual assistimos controladores já sem o preparo exigido e muitas programações sendo adquiridas por igrejas neopentecostais e pseudoentidades de caridade. Contudo, sem uma imprensa livre, soberana acima de tudo neutra que saiba avaliar o terreno e elogiar e também criticar quando for necessário, cairemos na mesmice das imbecilidades em ritmo com as anomalias do poder.
Num País cravado pelo número exacerbado de quase 60 milhões de brasileiros portadores de maus antecedentes econômicos, com registro no banco de dados e uma das mais vergonhosas modelagem de distribuição de renda, o centro do poder está enfeixado nas mãos do governo e de poucos grupos econômicos que diligenciam seus próprios interesses.
As maiores delações premiadas são um cristalino exemplo do que acontece empresas de renomada envergadura que se protegiam na blindagem dos cofres do Estado e dos favoreces para o propinar constante e manutenção do status quo.
A primeira e inadiável condição é mudar a constituição, reformar as outorgas e notadamente o órgão de controle. Não se permitira concessão por mais de 25 anos nas redes de rádio e tv, com expressa proibição até quarto grau para parentes e ou colaterais de politicos. Aqueles sem poder econômico e que não podem contratar uma rede a cabo sofrem as imprecauções de programações repetidas, velhas e antigos cacoetes de legendários figurinos os quais nos visitam quase que diariamente.
A nova roupagem exigiria a revisão da constituição a outorga onerosa e um controle da seletividade dos programas e uma vocação bem concentrado em cultura, pesquisa e ciências. O que temos hoje são jogos de futebol diária e semanalmente, com os comentários e reprises e mesmo assim não se abre espaço para novas modalidades.
Somos mais de 200 milhões de brasileiros vivendo o sonho do passado de conquistas, mas devemos ter em mente patrocínios públicos,de bancos ou agentes do governo o que é um erro palmar. A melhor solução e forte demonstração sinalizam o investimento de capital privado, de empresas que apostariam na forma de equalizar seus lucros em parceria com entidades e agremiações.
O setor mais afetado durante é crise é da cultura, ciência e tecnologia,
excelentes cabeças voltando para o exterior, teatros sem pagar aos artistas e públicos minguando, já que o orçamento fica sem poder aquisitivo mais ainda quando o combustível se eleva somente para manter a classe dominante no poder.
Não temos infelizmente uma imprensa livre, de construção de uma sociedade pacificada e que traga soluções para as crise. Cotidianamente vemos os mesmos personagens desfilando pelo circulo de amizade de redes de radio e televisão, sem ampliar o volume e a sonoridade das reivindicações, a apatia de uma sociedade refém de um governo terminal e de uma classe política com fome de roubalheira e dogmatismo pela corrupção a todo custo.
E quando a imprensa poderia criar filtros de combate ao sensacionalismo e manchetes de exposição o que vemos é exatamente contrário. Notícias de violência,pornograficas,a envolver abalo psicológico emocional e delitos contra as pessoas e costumes não poderiam ser publicas em qualquer hipótese, além de fatos demasiadamente amargos de guerra e conflitos sociais pelo mundo afora.
Preferem trazer um noticia doutro mundo do que falar sobre um cenário bucolico ou de entretenimento em qualquer cidade do País. Além de tudo isso nunca presenciamos uma imprensa formadora de opinião livre e que saiba medir suas palavra. O contorno desse quadro se debruça por descortinar milhares de ações na justiça tomadas contra pessoas as quais refutam o sensacionalismo e exigem danos morais ou republicação da matéria.
Precisamos estar mais do que convencidos que uma imprensa sob o jugo do governo ou submissa à vontade do poder econômico jamais será liberta das amarras de veiculações tendenciosas e que tem dias contados. A reformulação geral do cenário pede um quadro atento do governo para dissipar as concessões de mais de 25 anos, pondo a obrigatoriedade da revenda ou subconcessão com normas dogmáticas e pragmaticas, além de um leque mínimo de sessenta por cento da programação a envolver cultura, ciencia e tecnologia.
Do mesmo modo os jornais que vivem a pior das crises, já em tempo de noticia virtual e carcomidos pelo estado de pré insolvencia, tratando de anúncios e mais anúncios desinteressantes e pouco inteligentes ao leitor. Preferivel um jornal com noticias de dez paginas sem anúncios do que um periódico de mil paginas com mais de metade de anúncios. E de igual as revistas que de conteúdo bom e relevante pouco ou nada nos mostram.
tudo isso revela uma coresponsabilidade dos órgãos de imprensa nessa monstruosa crise pela qual atravessa o Brasil. E sem uma revisão do modelo, de todo crucial, a nossa esperança vai por água abaixo, a prevalecer os famigerados furos de poucos e a total desconfiança de muitos.
A imprensa brasileira terá um encontro marcado com sua história para explicar, justificar e mais do que nunca dizer os motivos pelos quais continua a ser parte de uma mediocridade atroz que é perversa à sociedade civilizada e desenvolvida.
Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laercio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. |
“Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo Rio”
Posted: 25 Jul 2017 04:10 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Maria Lucia Victor Barbosa
O ensinamento que dá título a esse artigo pertence ao filósofo Heráclito, considerado o pai da dialética. Para ele tudo está em movimento. Isso significa que nós e nossas circunstâncias estão sempre mudando, portanto, nada se repete.
Transpondo o antigo e sempre atual pensamento do filósofo grego para a política do momento, tomemos como exemplo o caso de Lula e de seu partido, o PT. Discute-se se ele ganha ou não a eleição presidencial de 2018. Surgem pesquisas onde ele figura com 30% de votação, porcentagem que o PT manteve por muito tempo sem lograr vencer. Mas na mesma pesquisa ele é rejeitado por 54% dos entrevistados.
Para confundir mais a opinião pública Lula é no momento o único candidato em campanha frenética mesmo antes de ser indicado pelo PT, o que é ilegal, mas permitido ao petista. Pesquisas podem ser eficiente marketing de campanha e muita gente pode até crer que o candidato único já ganhou. Entretanto, é interessante analisar se Lula e suas circunstâncias são as mesmas de antes, quando ele pairava acima da lei e hipnotizava as massas com bravatas, mentiras e palavreado vulgar.
Relembre-se que Lula foi transformado pelo marketing em um mito inatacável, sendo que no Dicionário Aurélio uma das definições de mito é: "ideia falsa, sem correspondente na realidade". Será que agora o mito está sofrendo uma erosão? Recordemos resumidamente alguns fatos que mostram como mudaram as circunstâncias do poderoso chefão e do seu partido.
1º - O impeachment de Rousseff foi antecedido por impressionantes, inéditos e espontâneos protestos populares em todo o país, quando milhões foram às ruas gritar: "Fora Dilma". "Fora Lula". "Fora PT".
2º - A pressão das ruas desencadeou o impeachment que venceu por larga margem de votos na Câmara e no Senado. Muito pedidos foram protocolados, mas foi aceito aquele em que um dos signatários, significativamente, foi Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, eminente companheiro por muito tempo.
Em vão Lula tentou evitar que deputados e senadores votassem a favor da cassação de sua criatura política. Seu desprestígio ficou evidente e pode ser simbolizado pela "traição" do deputado Tiririca. Nem este obedeceu ao "mestre".
Mesmo Rousseff tendo conservado seus direitos políticos por uma manobra inconstitucional, seu impeachment foi um tiro de canhão no peito da Jararaca e do PT, algo cuja profundidade ainda não foi devidamente analisada. De todo modo, pode-se dizer que ali começou a erosão do mito.
3º - Uma das consequências do impeachment apareceu nas eleições de 2016, quando o PT perdeu 60% de suas prefeituras. Em termos de poder e cargos isso foi uma enormidade. Se o PT repetir a performance em 2018, o que pode acontecer, se transformará em partido nanico, com pouca representação no Congresso.
4º - A descrença com o partido foi demonstrada não só por Hélio Bicudo. Em 9 de abril deste ano, membros do PT escolheram dirigentes municipais e delegados estaduais. Compareceram cerca de 200 mil militantes, o que representa menos da metade dos votantes de 2013. Além disso, 27% dos municípios não conseguiram sequer formar uma chapa de 20 filiados para compor o diretório municipal.
5º - Diante da crise petista, que sem dúvida enfraquece o "lulismo", ditos movimentos sociais resolveram arregimentar forças. Duas greves gerais foram tentadas e as duas fracassaram redondamente.
6º – Lula, o inimputável foi condenado pelo Juiz Sergio Moro que também sequestrou seus bens. Houve um ralo movimento de apoio ao líder na Av. paulista, alguns gatos pingados em poucas cidades. Nenhuma multidão foi às ruas para rasgar as vestes e arrancar os cabelos como Lula e o PT esperavam.
7º - Enquanto isso, Temer não cai, está melhorando a economia e conseguindo aprovação dos seus projetos no Congresso. Inclusive, as mudanças na ultrapassada Lei Trabalhista, em que pese o espetáculo pueril e ridículo das senadoras que tentaram em vão barrar a votação se aboletando por sete horas na mesa diretora.
8º - Lula não tem mais a força do PMDB, os magnatas empreiteiros que o elegeram estão presos, sem falar que seu próprio partido está enfraquecido e atônito.
Poderá Lula ser absolvido por outros tribunais? Tudo é possível no país da impunidade. Wesley Batista não recebeu "indulgência plenária" e disse que processa quem o chamar de bandido?
Se lula for absolvido poderá voltar à presidência em 2018? Ninguém dispõe de bola de cristal para prever o futuro e o povo é facilmente enganado, como já demonstrou em eleições passadas.
Um fato, porém, é real: nem Lula nem suas circunstâncias são as mesmas e, assim, está difícil para ele conseguir nadar de novo no rio do poder. Pelo bem do Brasil que isso não aconteça.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga - mlucia@sercomtel.com.br
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Utopia Negativa
Posted: 25 Jul 2017 04:08 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O marxismo cultural (ou politicamente correto atual) trata-se de uma utopia negativa, porque se concentra na crítica dissolvente da nossa sociedade real. A Teoria Crítica da sociedade por parte do politicamente correto é negativa porque não possui conceitos capazes de superar a distância entre o presente e o futuro, mas "pretende conservar-se fiel àqueles que deram e dão a sua vida pela Grande Recusa"1. Quaisquer que sejam as possibilidades reais que a nossa sociedade atual apresenta de um futuro melhor, o marxismo cultural não nos revela quais são, limitando-se a negar o sistema em que se baseia a nossa sociedade, e na sua totalidade.
A chamada Utopia Negativa (marxismo cultural ou politicamente correto atual) nasceu com a Escola de Frankfurt. Herbert Marcuse, Theodor Adorno e Max Horkheimer ligaram estritamente a investigação filosófica à sociologia e à psicologia e declararam inspirar-se em Hegel, Marx e Freud.
Com Hegel, os marxistas culturais insistem no caráter absoluto da Razão, isto é, "o que é real é racional, e o que é racional é real" (sic, Hegel) o que implica um determinismo que já está ultrapassado pela atual probabilística científica. Por outro lado, seguindo Hegel, os marxistas culturais refutam o Saber fora do seu caráter finito, ao contrário de Fichte, que distinguiu o Saber Finito em constante evolução, do Saber Infinito. Depois, os marxistas culturais dizem que seguem Hegel no caráter dialético (ou caráter negativo) da Razão, ignorando contudo a parte mais importante da dialética de Hegel, que é a identidade positiva entre a realidade e a racionalidade. Em suma, os marxistas culturais pegam em Hegel, adulteram a sua filosofia, e depois dizem que se baseiam nele.
A Marx, os marxistas culturais vão buscar a essência da sua filosofia: a crítica à sociedade capitalista, a prognose do fim do capitalismo – que não só não acabou, como se transformou no neoliberalismo atual –, ignorando, contudo, quer o desenvolvimento da estrutura econômica que deveria – segundo Marx – determinar a passagem à sociedade socialista, quer o conceito de Marx de que o homem é essencialmente constituído pelas necessidades e pelas relações de produção e trabalho que as satisfazem (a chamada "Esquerda Caviar"). A diferença ideológica entre o Bloco de Esquerda e o PS de Sócrates, por um lado, e o Partido Comunista está (essencialmente) aqui.
A Freud, os marxistas culturais foram buscar o conceito de "instinto", entendido como tendência para o regresso a uma situação anterior, primordial ou originária; o "instinto", segundo Freud, é o retorno à origem do Homem. Depois, foram buscar o conceito freudiano de "repressão", sendo que (segundo os marxistas culturais) esta é exercida pela civilização sobre o tal "instinto" primordial e originário – ignorando os marxistas culturais a função positiva que, segundo Freud, essa repressão exerce, através do Superego, quer na formação da civilização quer na formação da personalidade humana normal.
Em suma, os marxistas culturais pegam em Freud, adulteram as suas conclusões científicas, e depois dizem que se baseiam nele.
Existem outras vacuidades dos marxistas culturais, como a negação filosófica da relação entre a "razão objetiva" versus "razão subjetiva". Segundo os marxistas culturais, a tarefa da filosofia não é a de regressar à tradição objetivista do passado, mas antes a total e completa destruição do presente por meio de um "progresso da direção da utopia que consiste na negação de tudo o que é inútil ao homem e impede o seu livre desenvolvimento"2.
Para os marxistas culturais, para além da trilogia "Marx, Freud e Hegel", só existem duas personalidades históricas que não são crucificadas, e que constituem verdadeiros ídolos: Nietzsche (na sua faceta niilista e anti-ética) e o Marquês de Sade, "porque ao declararem a identidade entre a Razão e o Domínio, as doutrinas impiedosas são mais piedosas do que as dos lacaios da burguesia"3.
Para os marxistas culturais, existe uma obsessão doentia na luta total contra o "domínio": o domínio dos pais sobre os filhos, o domínio do dono sobre o gato, o domínio do gato sobre o rato, etc., e quando, por exemplo, um filho mata o pai, não se trata de um crime, mas "de uma revolta contra o domínio estabelecido pela Razão burguesa". Quando um heterossexual mata um homossexual, trata-se de "um crime hediondo que exprime o domínio da Razão burguesa sobre uma vítima da civilização"; quando um homossexual mata um heterossexual, trata-se da "reação de uma vítima da História contra o domínio cultural da burguesia".
Outra obsessão doentia dos marxistas culturais é tudo o que se relaciona com a sexualidade. A "repressão do instinto" é pau para toda a obra, tudo o que é "instinto" é valorizado, e anoção aristotélica de "virtude moral", baseada na Razão do "justo-meio", é desprezada sistematicamente pelo marxismo cultural.
"A auto-sublimação da sexualidade destrói o primado da função genital, transforma todo o corpo em órgão erótico e transforma o trabalho em jogo, divertimento ou espetáculo. Com o advento do puro Eros, ficaria assim destruída a ordem repressiva da sexualidade procriadora" – "Eros e Civilização", de Herbert Marcuse
Sendo que "a auto-sublimação da sexualidade destrói o primado da função genital", legitima-se assim tacitamente a pedofilia através da necessidade da não-sublimação da sexualidade infantil (conforme defendido por Alfred Kinsey, Wilhelm Reich e Michel Foulcault, todos eles marxistas-freudianos), embora os marxistas culturais não assumam abertamente a defesa da pedofilia – para já; lá chegaremos: na Holanda já se iniciou a campanha politicamente correta marxista-freudiana a favor da legalização da pedofilia.
Depois, consideram a procriação como expressão de uma sexualidade "repressiva",legitimando, assim, a prática sexual homossexual, não-reprodutiva por excelência, como sendo "não-repressiva", e portanto, superior à heterossexualidade.
Quando um homossexual se suicida, o marxista cultural vem dizer que "o suicídio resultou de uma manifestação de desespero perante a repressão da moral burguesa e do domínio dos lacaios da burguesia em relação a uma vítima da História"; quando um heterossexual se suicida, o marxista cultural não diz nada porque os suicídios são majoritariamente cometidos por heterossexuais, e porque o heterossexual faz parte da "maioria dos lacaios da burguesia" – salvo se o heterossexual suicida for um negro; ou melhor: uma mulher negra.
Transcrito do Blog SOFOS.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador. |
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