Alerta Total
- O Crime Institucionalizado se reinventa e ameaça
- Se a ira dos mortais nos faz tão cria guerra...
- Organizando o Comunismo
O Crime Institucionalizado se reinventa e ameaça
Posted: 23 Jan 2017 03:33 AM PST
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O que é pior? O Crime Institucionalizado, que comanda a máquina estatal pela hegemonia econômica e política? Ou sua variante marginal, o Poder Paralelo, que substitui os governos em algumas funções, e promove a violência, o medo e o terror, também sustentado pela matriz político-econômica que controla a superestrutura do Estado? Resposta objetiva: ambos são péssimos para a cidadania, porque são faces diferentes da mesma coisa que promove a insegurança jurídica.
Organizado institucionalmente para praticar a corrupção sistêmica, o esquema criminoso vive em simbiose com a máquina estatal. Opera em harmonia cínica ou em conflito aberto, dependendo das circunstâncias e conveniências. O crime só se organiza em parceria com integrantes do Estado e com a colaboração oculta de tentáculos no sistema financeiro. A ação delitiva tem um "parceiro" de primeira categoria: a omissão. No final das contas, são criminosas a bandidagem, a conivência com ela e a falta de combate efetivo a ela.
No Brasil, o Crime Institucionalizado tem a função primordial de manter a Nação subdesenvolvida e artificialmente na miséria. A superestrutura criminosa é controlada de fora para dentro do País. O Crime tem papel estratégico. Cumpre uma "missão" ideológica. Por isso, não é fácil combater e neutralizar as variadas organizações criminosas. Além de serem camaleônicas, seus verdadeiros chefões dificilmente são identificados e combatidos. No "enxugamento de gelo", enquanto se elimina alguma peça criminosa, outras resistem, sobrevivem, se reinventam e seus tentáculos se multiplicam.
A base da sacanagem é a insegurança jurídica. Ela garante, ao mesmo tempo, a impunidade ou rigor seletivo (poupando quem interessa e punindo quem convém). A máquina judiciária e os aparelhos repressivos policiais e financeiros legitimam o Crime Institucionalizado. Não importa o debate inútil se a desgovernança criminosa ocorre de forma dolosa (intencional) ou culposa. É preciso ficar claro que o Crime Institucionalizado só será efetivamente combatido e neutralizado se a cultura criminosa for banida pela maioria esmagadora da sociedade brasileira. Ou seja, o Crime prevalecerá se não houver mudança no psicossocial e na estrutura estatal.
Em tempos de Lava Jato, a boa novidade é que os podres poderes são abertamente questionados pelas pessoas comuns, nas repartições públicas, nas ruas e nas redes sociais. Agora, o "acidente" mortal de avião com o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal serviu para botar medo na bandidagem estatal, ao mesmo tempo em que escancarou os males causados por nossa insegurança jurídica. Não haveria qualquer problema com a morte de um supremo magistrado se não houvesse o abjeto foro privilegiado para julgamento de autoridades e políticos corruptos.
A insegurança jurídica também fica evidente na polêmica sobre a sucessão do trabalho de Teori Zavascki. Ministros do STF já usam seus canais amigos na mídia para criticar a possibilidade de a presidente Cármen Lúcia avocar para si a homologação das delações premiadas dos 77 diretores da Odebrecht, antes de terminar o recesso do judiciário, em 31 de janeiro. Nas redes sociais, a torcida é para que a ministra tome logo esta decisão.
Nos bastidores do STF, o desejo é contrário: que Cármen Lúcia faça a redistribuição da relatoria da Lava Jato, em sorteio entre os 10 ministros, talvez excluindo ela mesma, que preside a Corte Suprema. O Presidente Michel Temer já deixou claro que não indicará ninguém para a vaga de Teori, antes que o STF resolva a pendenga com a Lava Jato.
A tendência é que Cármen Lúcia justifique a ululante urgência e promova a redistribuição imediata da relatoria da Lava Jato. Podem migrar para a segunda turma do STF, que cuida da Lava Jato, os ministros Marco Aurélio ou Luiz Fux – nesta ordem de preferência. Se o STF preferir postergar a decisão – o que parecerá temerário perante a opinião pública -, o Presidente Temer pode nomear o novo supremo magistrado. Os cotados são Ives Gandra Filho, Alexandre Moraes e Grace Mendonça.
As organizações criminosas não têm a menor pressa de que o STF tome uma decisão. Quanto mais demorar, melhor para os bandidos. A lentidão beneficia os infratores e as infindáveis chicanas de seus super bem pagos defensores. O dinheirão roubado pela estrutura criminosa está prontinho para ser reinvestido na aquisição de empresas estatais ou na formação de parcerias público-privadas... O Crime se reinventa...
Mangueirão
Releia o artigo de domingo: Que "acidente" mataria a Lava Jato?
Mamando na teta
Clamor das ruas
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A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 23 de Janeiro de 2017.
Se a ira dos mortais nos faz tão cria guerra...
Posted: 23 Jan 2017 03:29 AM PST
"País Canalha é o que não paga precatórios".
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Aos perigos da guerra, sabemos todos que estamos expostos.
Mas se não nos resta outro caminho para auto-determinar o Brasil (cujos filhos não fogem a luta), verão os incrédulos, que os seus adoradores nem a morte temem.
Os romanos inscreviam na lápide do morto: VIXIT.
Assim, quem já bem viveu, não hesitará em imolar-se para varrer a canalha que hoje infesta o planalto.
Como o Trovador, correrá a salvar a mãe-Pátria da horrenda pira que a consome, ou ao menos, com ela morrer.
O povo irado, precisará da sorte apelas uma vez; os traidores, todas as vezes.
Os heróis sobreviventes, poderão, como São Nuno de Santa Maria, tomar o hábito carmelita. Vesti-lo-ão sobre sua armadura "acaso a Pátria volte a necessitá-los".
A mais protetora couraça é a Divina Providência.
A fé, a honra, o altruísmo e outros atributos que os tarados desconhecem o significado, é que levarão a História a registrar : "Ditosa Pátria que tão ilustres filhos teve !".
Que a Carmen de Bizet e a Lucia de Lammermoor (G. Donizetti) tenham seguidora menos infeliz.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Organizando o Comunismo
Posted: 23 Jan 2017 03:28 AM PST
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Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O texto abaixo é mais um resumo de um dos capítulos do livro CAMARADAS – uma História do Comunismo Mundial -, escrito por Robert Service, um dos maiores especialistas em história moderna da Rússia - historiador, acadêmico e escritor britânico; leciona História Russa na Oxford University -. A importante mensagem transmitida por esse livro, tanto para os contemporâneos quanto para as gerações vindouras do Século XXI, é que, embora o comunismo, em seu formato original, esteja morto ou em estado terminal, a pobreza e a injustiça que possibilitaram seu surgimento ainda vivem perigosamente, vulneráveis à exploração de extremistas.
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Os Estados comunistas, com exceção da renegada Iugoslávia, sempre professaram fidelidade ao Movimento Comunista Internacional, chefiado pela Rússia.
Isso não quer dizer que o modelo soviético fosse copiado em todos os detalhes ou que não havia diferenças nacionais entre os Estados Comunistas. Circunstâncias e tradições específicas haviam levado os comunistas ao Poder na Rússia. Contudo, em outros países, a situação foi diferente. Além do mais, após 1917 ocorreram grandes mudanças na Rússia. Comunistas estrangeiros nem sempre aprendiam com os erros dos soviéticos; muitos deles sofriam de amnésia histórica e cometiam os mesmos equívocos. Às vezes, viam claramente a necessidade de evitar os erros cometidos na Rússia, e, no entanto, impunham a seus povos políticas ainda mais repressivas.
E, embora alguns líderes no Leste Europeu entendessem que certa moderação fazia-se necessária, ficavam inibidos de agir por recear a reação do Kremlin. Assim, o regime governamental nos países comunistas tinha pouca flexibilidade em seu campo de ação. Logo que os partidos marxistas-leninistas firmaram as mãos nas alavancas do Poder, suas escolhas de estruturas, práticas e políticas governamentais foram notavelmente uniformes.
Mas houve uma exceção na forma de tratamento da "questão das nacionalidades". Roosevelt e Churchil aceitaram os argumentos dos soviéticos de que as fronteiras dos Estados tinham que ser redesenhadas e que era necessário realizar "transferências" étnicas e de povos. Os Três Grandes haviam deslocado as linhas de fronteiras sem esperar os tratados de paz.
A URSS obteve concordância dos aliados ocidentais para expandir seu território, em detrimento da configuração territorial da Polônia anterior à guerra. Contudo, selaram um acordo pelo qual a Polônia deveria ser recompensada com o acréscimo ao seu território das terras orientais da Alemanha. Os iugoslavos criaram muitos problemas nessa disputa. Quase nenhum país fronteiriço ao seu território ficou livre da sua cobiça: Albânia, Bulgária, Hungria, Áustria e Itália.
Os regimes comunistas bombardeavam seus povos com a promessa de uma vida gloriosa... no futuro. As autoridades não se cansavam de anunciar o advento, não muito distante, da grande Utopia e punham a culpa dos problemas de então nas iniqüidades do capitalismo do passado. Porta-vozes oficiais conclamavam os cidadãos bem-intencionados a trabalhar com afinco e contribuir para a melhoria das condições de vida. Fecharam associações da sociedade civil ou as puseram sob rigoroso controle, e a religião foi tratada com grande desconfiança. A Igreja Católica, com sua sede global no Vaticano passou a ser considerada bastante suspeita.
Os comunistas passaram a recrutar informantes entre os membros da hierarquia eclesiástica e a influenciar indicações para postos clericais. Na Romênia, a Igreja Ortodoxa mostrou-se de uma covardia extrema, tanto que seu patriarca declarou: "Cristo é um novo homem. E esse novo homem é soviético. Portanto, Cristo é soviético". Intelectuais eram pressionados a criar obras de "realismo socialista", e passaram a fazer isso, mesmo que, no íntimo, detestassem o marxismo. Sua hipocrisia era justificada pelo pretexto de que precisavam sobreviver.
As editoras do Estado demonstravam seu compromisso patriótico e cultural, com a publicação de milhões de exemplares de clássicos nacionais aprovados pelas autoridades. Essa prática era de alta prioridade em todo o Leste Europeu.
Protestos em massa eram fatos excepcionais, pois os comunistas eram conhecidos como mestres implacáveis nas técnicas de repressão a manifestações de insatisfação. Além do mais, campos de trabalho forçado desenvolvidos na URSS foram introduzidos em todo o mundo comunista. Foram mais fáceis de implantar nos países do Leste Europeu, onde os Estados herdaram as estruturas de tortura e opressão do Terceiro Reich.
Apesar de tudo, continuavam a existir os grandes infratores que, quando conseguiam se livrar da execução eram forçados a se retratar com autocríticas, que não passavam de um ritual de humilhação já arraigado nas práticas comunistas. Afinal, cumpria mostrar ao povo que nada, exceto o endosso das políticas governamentais correntes, era aceitável no discurso político. A oposição tinha que ser vista como reacionária e fútil. Com isso, a sociedade inteira seria levada a achar que oi comunismo fazia parte da ordem natural do processo de desenvolvimento histórico.
No entanto, os padrões de inconformismo eram fortes, e baixa a qualidade das práticas trabalhistas e dos hábitos no trabalho. Talvez a única exceção tenha sido a Alemanha Oriental. Os alemães foram o único povo que conseguiu fazer o comunismo funcionar. Já, na Alemanha Ocidental, em toda a parte predominava a embromação e a negligência para com as próprias obrigações, bem como a apresentação de relatórios falsificados. Trabalhadores flagrados em atos dessa natureza punham a culpa em seus diretores, aos quais acusavam de fraude grosseira. Ferroviários poloneses calavam desafiadoramente, aos gritos, militantes sindicalistas da Polônia: "Nós vamos roubar!". O cinismo em ralação às autoridades se alastrou rapidamente. Uma carta anônima enviada a Hilary Minc, ministro da Indústria e Comércio polonês, começava assim:
"Excelentíssimo Senhor Ministro! O senhor acha que seu jogo não é transparente para nós, trabalhadores de saco cheio de sua democracia baseada em demagogia e sua via charlatã para o socialismo? Acha que nós, o povo trabalhador, não vemos suas limousines, seus apartamentos ricamente mobiliados e, de forma geral, sua vida pessoa cheia de podridão?"
A instituição de regimes comunistas nos países do Leste Europeu levou à formação de partidos de massas. Essa foi a parte fácil do processo. Veteranos retornados do exílio em Moscou ou pertencentes a grupos clandestinos locais, souberam que o crescimento do numero de filiados trouxe consigo o vírus do carreirismo. Os comunas estabeleceram escalas para iniciar jovens promissores na doutrina e nas práticas comunistas, com a finalidade de criar um grupo de funcionários públicos qualificados e confiáveis.
Nem todos, porém, sucumbiam à tentação. Devotos católicos da Polônia, Hungria e Checoslováquia, sentiam-se enojados com a militância ateísta dos marxistas.
Se entre tantos outros, apenas um Estado tivesse enfrentado as necessidades básicas da sociedade soviética, esse poderia ser considerado uma excentricidade. De fato, todos os novos Estados foram afetados por problemas que afligiam a União Soviética desde o início. As estruturas, práticas e idéias dos regimes comunistas eram de uma semelhança impressionante. A reação das pessoas em relação a elas, inclusive as próprias autoridades partidárias, foi também de notável similitude.
A Checoslováquia era uma sociedade urbana e industrializada, integrada à economia européia, antes da II Guerra Mundial, ao passo que a Albânia, um país extremamente agrário. No entanto, o padrão de reações ao comunismo foi parecido nesses dois países, nos quais as particularidades nacionais eram importantes, mas apenas em nível secundário. Realmente, o comunismo existiu. Até a criação dos novos Estados comunistas, após a II Guerra Mundial, isso não era fácil de prever, e o fato de que todos, na época, concentravam a atenção no poder do Estado, desviava-lhes a atenção dos aspectos ineficientes das autoridades comunistas. As conseqüências disso levariam anos para serem perfeitamente compreendidas.
Em 1917, Lenin anunciara: "O Partido existe". Seus seguidores fora da União Soviética poderiam proclamar agora: "O sistema existe'.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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