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Felipe Moura BrasilAnálises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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“Vocês estão lendo Trump errado”
Diretor do BricLab de Columbia apresenta análise similar a deste blog num ponto
Por Felipe Moura Brasilaccess_time 23 jan 2017, 16h34 - Atualizado em 23 jan 2017, 16h39 chat_bubble_outline more_horiz
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para iniciar a saída do país do Tratado de Associação Transpacífico - 23/01/2017 (Kevin Lamarque)
Marcos Troyjo, diretor do BricLab na Universidade Columbia, respondeu em determinado momento a Diogo Mainardi no Manhattan Connection de domingo (22) apresentando uma análise que, tirando uma ou outra posição pessoal, praticamente coincide neste ponto com a que também lhe apresentei em entrevista na semana passada ao site O Antagonista sobre Donald Trump.
Transcrevo o referido trecho do programa (aos 6min45seg deste vídeo):
Marcos Troyjo: “Eu acho que ele [Trump] vai cumprir tudo que prometeu. A grande questão é em que medida isto vai tornar os Estados Unidos mais isolados, mais insulares, ou se, pelo contrário, ele vai fazer isto como uma forma de ‘trucar’ o mundo, ou seja: da mesma maneira que ele é um negociador, gosta de blefar, gosta de chutar para cima para depois chegar naquilo que ele realmente quer, alguns que querem ver as coisas pelo lado do copo meio cheio entendem que ele está fazendo isto porque ele quer:
– diminuir a influência do capitalismo de Estado na China;
– quer ter uma maior simetria no comércio com o México;
– quer reformar a Otan para que ela possa enfrentar desafios do século 21…
E aqui entre nós: se essas coisas acontecerem, isso não é necessariamente ruim.
Em Davos neste ano, por exemplo, todo mundo estava com os nervos à flor da pele em torno do Trump. Mas o Trump mandou um sujeito que acho que vai ser o diretor de Relações Públicas, o ‘director of public liaison’ [Anthony Scaramucci], que foi muito bem em Davos dizendo o seguinte: olha, vocês estão lendo o Trump errado; o que ele quer é corrigir as assimetrias que os Estados Unidos mesmo criaram quando trocaram por um lado influência geopolítica por benefícios econômicos pontuais. Hoje a China, por exemplo, não precisaria mais desses benefícios, ela já é uma economia de 12 trilhões de dólares, a caminho de se tornar a maior economia do mundo, então é hora de rever essas regras dessa primeira fase da globalização.
Eu torço para que isto aconteça; agora, se você me perguntar se isto vai acontecer, eu acho que não, eu acho que a probabilidade maior é de a gente ver uma espécie de reality show nesses quatro anos…”
Lucas Mendes: “Uma guerra de tarifas?”
Marcos Troyjo: “Pode acontecer uma guerra de tarifas, o que seria muito ruim para empresas americanas, porque nenhum país tem tantas empresas transnacionais como os Estados Unidos. Muito bem: você vai manter aqui postos de trabalho em Ohio ou Indiana. Só que isto vai afetar os custos de produção para as empresas americanas, o que pode se traduzir em inflação aqui nos Estados Unidos, e inflação aqui é inflação no mundo; e, em segundo lugar, isso vai machucar o balanço patrimonial das empresas americanas: vão diminuir os recursos para investir, por exemplo, em marketing, em novas tecnologias, em pesquisa e desenvolvimento…”
Lucas Mendes: “Vai mexer no bolso do acionista…”
Marcos Troyjo: “É lógico… que é o que faz a economia dos Estados Unidos.”
Relembre neste blog o artigo introdutório e a íntegra da minha entrevista sobre esses mesmos temas, na qual também descrevi o perfil de negociador de Trump, sua intenção de corrigir assimetrias nos acordos internacionais, a incerteza geral sobre até que ponto ele vai nas medidas que anuncia inicialmente e as leituras erradas (ou mal-intencionadas) que a imprensa tem feito a seu respeito: AQUI.
Nesta segunda-feira (23), Trump assinou a retirada dos EUA do Tratado Transpacífico; um decreto que congela contratações federais; e uma diretriz que proíbe organizações não-governamentais americanas de receberem financiamento federal para realizarem abortos no exterior.
Começou a faxina do “legado” de Obama.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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Roberto 23 jan 2017 - 17h43
Acredito que se Trump não tivesse sido eleito, daqui uns 8 anos os EUA iriam virar um Brasil(guardando as devidas proporções). A política de Obama foi somente pontual, não teria sustentação. A diferença é que os americanos, apesar de não gostarem do Trump, foram obrigados a votar nele. Sorte deles. Aqui vamos ter que esperar por 16 anos. No Brasil, tem até uma emissora de TV fazendo bullying com um garoto de 10 anos só por ele ser filho de Trump. Essa emissora globalizada se diz defensora de mulheres, crianças, movimentos sociais, LGBT etc. Para essa emissora, o garoto não deve ser criança.

Alice A 23 jan 2017 - 17h58
Felipe, vc pode comentar essa história de “fatos alternativos”? Não acredito em mais nada que vejo na imprensa mainstream, mas tb não dá pra acreditar cegamente que qualquer notícia negativa a respeito de Trump é mentirosa. Estão distorcendo?
Danpiersean Craibrosnnery 23 jan 2017 - 19h29
As relações comerciais do planeta com a China foram e são desequilibradas desde o princípio. Os preços são menores porque o povo lá não vale um centavo para o governo. Aquilo nunca foi uma democracia decente. Se fosse, os preços não seriam competitivos, e muito menos dominantes. O que as multinacionais fizeram foi promover uma gigantesca imigração de milhares de milhões chineses para seus países sedes, sem que os chineses tivessem saído do lugar. Mas com isso os demais ser s huumanos do planeta perderam seus empregos. A conta nunca fechou. Agora Trump tenta fazer algo para tirar a água do barco que continua a afundar lentamente, sob o peso dos clandestinos chineses. Esse é o fato. Não é xenofobia, muito menos racismo.

James Clayton 23 jan 2017 - 23h26
E vamos limpando!!!
Kkkkk
Marly Camargo 24 jan 2017 - 00h24
Até parece que vocês conversaram antes das respectivas entrevistas.

Robson La Luna Di Cola 24 jan 2017 - 08h50
Para os defensores radicais do livre-mercado globalizado, é aceitável a implantação da escravidão. Mas com o consentimento do trabalhador, e carteira assinada…
Antonio Junior De Araujo Alexandre 24 jan 2017 - 13h55
Perfeito Felipe!
Adriano 25 jan 2017 - 11h49
Felipe, é aí que tá a controvérsia. As idéias dele não são ruins no todo. O problema da desconstrução de determinados equívocos, é que tipo de prejuízo trará como consequência.

Nas bancas Edição 2514 25 de janeiro de 2017
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