
AS CRUZADAS
O acordo impossível o grande cerco de Malta (3)
Posted: 12 Feb 2017 11:30 PM PST
Estátua de 'Dragut', ou Turgut Reis, sob o Palácio de Topkapi, Estambul.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
continuação do post anterior: La Valette: heroico líder da resistência
O velho corsário turco Dragut ficou indignado ao desembarcar com um exército auxiliar em Malta, em junho de 1565.
Experiente e respeitado como era, criticou os dois comandantes turcos que haviam instalado o cerco contra as defesas cristãs da ilha.
"Atacar o Forte Santo Elmo primeiro foi uma péssima ideia", disse Dragut. O cerco deveria ter sido armado do lado oposto da Baía Grande, cortando as comunicações dos cristãos.
Após a tomada das principais fortalezas dos cavaleiros de Malta, Santo Elmo não ofereceria mais resistência.
Mas a crítica do velho Dragut — ele próprio o sabia — chegara tarde. Ao mesmo tempo em que o pequeno Santo Elmo resistia a todos os ataques, conquistá-lo havia se tornado uma questão de honra para os turcos. Abandonar o primeiro plano agora seria vergonha!
Dragut passou então a preparar as novas baterias para acabar de vez com Santo Elmo.
Uma furtiva bala de canhão atirada pelos cavaleiros, entretanto, atingiu o velho, tirando-lhe a vida antes que pudesse assistir a queda do "insignificante" Santo Elmo.
Como vimos, esse pequenino forte resistiu durante um mês a toda fúria dos otomanos.
Os valentes cavaleiros da Ordem de Malta exigiram um preço alto por ele: oito mil mortos nas hostes turcas e preciosos dias perdidos.
Entretanto, o cenário estava preparado para o confronto decisivo. De um lado, a Ordem Militar de São João, com 500 cavaleiros e quatro mil soldados voluntários apinhados nas duas fortalezas de Santo Ângelo e São Miguel, situadas nas penínsulas de Birgu e Senglea.

Brasão da Ordem de Malta
Do outro lado, a poderosa frota turca e mais de 30 mil muçulmanos ansiosos por expulsar o glorioso domínio da Cruz da pequena ilha de Malta.
O verão daquele julho de 1565 estava especialmente sufocante. O Grão-mestre dos cavaleiros, La Valette, dentro das muralhas de Santo Ângelo, sem se incomodar com o calor, vestido de armadura e elmo de aço, mantinha a vigilância e a calma de um grande general.
Ele já havia previsto todas as possibilidades de ataques turcos, bem como os planos de emergência. Na terra e no mar as defesas estavam montadas.
Malta precisaria resistir apenas mais algumas semanas. A força de resgate da Sicília viria em seu socorro e a batalha seria vencida. A questão era manter os cavaleiros firmes até lá.
Os turcos trabalharam durante dias transportando e armando seus canhões. Dezenas deles foram colocados nas colinas ao redor das defesas.
Mas, sentindo talvez os efeitos da feroz resistência de Santo Elmo e a possibilidade de alongar demais o cerco, Mustafá Pachá, o comandante turco, ofereceu um acordo a La Valette.
Um mensageiro trouxe a proposta ao Grão-mestre. O turco dava sua palavra de que os cavaleiros poderiam se retirar da ilha em segurança, levando o que pudessem.
La Valette levou o mensageiro até o alto de uma muralha, e apontando para o fosso lá embaixo, disse:
"Avise o seu líder que este é o único pedaço desta ilha que cederemos aos turcos. Nós o encheremos com seus cadáveres".(1)
(Autor: Paulo Henrique Américo de Araújo, in CATOLICISMO, agosto e outubro 2014)
continua no próximo post: A Batalha Total
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