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- Campanha 2018: #reelejaninguém!
- Os Cínicos
- A Bastilha Brasileira desmorona
- Simonal, o ídolo banido
- Cadê o Povo?
- O Movimento Conservador está sob controle do Marxismo Cultural
Campanha 2018: #reelejaninguém!
Posted: 25 Jun 2017 05:48 AM PDT
"O momento exige que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas". (Disraeli – 1804/1881)
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O intriguento Negão da Chatuba ficou muito intrigado ao saber que o sorteio eletrônico do Supremo Tribunal Federal indicou Gilmar Mendes como relator do inquérito contra Aécio Neves. Chatubão endureceu o discurso e meteu o pau (ops): "Provas, provas e mais provas contra tantos corruptos, e as togas superiores dão pinta de que podem aliviar a barra ou salvar a bandidagem?! Isto me deixa cada vez mais pt da vida! O povo tem que acordar"!.
Negão da Chatuba, no melhor estilo de mendigo dos sociólogos, rapidamente se lembra de que faz parte do tal "povo" – aquele ente poderoso que parece dormir, se omitir ou apenas fazer gritaria e revolução, com dedadas virulentas, nas redes sociais. No entanto, a bronca geral é tanta que o Presidente Michel Temer, ineditamente prestes e ser denunciado por corrupção passiva, obstrução judicial e organização criminosa, acaba de bater seu recorde de impopularidade, segundo o Datafolha: apenas 7 por cento aprovam sua gestão (?). Só seu companheiro peemedebista José Sarney foi tão pouco aprovado: 5%...
É por isso que Chatubão adverte: "A hora de chutar o pau (ops) se aproxima". O Negão acrescenta: "Tem que acertar no saco de maldades". O indignado personagem, à beira da revolta, acertou no buraco do centro do problema. Mas o Brasil só vai mudar sua estrutura errada quando os homens de bem demonstrarem a inteligência e coragem, no momento em que perderem completamente a paciência. Nunca estivemos tão próximos desta "hora de acertar contas com a História".
A Revolução Brasileira está em andamento, embora a maioria não consiga ainda perceber e muitos idiotas profissionais insistam em ignorar. Azar deles e Sorte nossa... Não é à toa que a mesma pesquisa Datafolha que constata a impopularidade de Temer revela que 47% sentem vergonha de ser brasileiro. O único fato ruim é que a insatisfação se mistura com o desânimo e a desesperança – o que escancara o caminho para falsas soluções propostas por eventuais "salvadores da pátria" na proximidade de cada eleição. Paciência... Faz parte do jogo-jogado...
Não devemos nem podemos ser ingênuos em acreditar que a próxima eleição representará o momento das "profundas mudanças". Tudo segue complicado com a estrutura política atual – na qual a escolha dos representantes do povo ocorre por meio daquelas urnas eletrônicas inconfiáveis. É imperdoável que a "Justiça Eleitoral" insista em sabotar para a implantação do voto impresso destinado à conferência e recontagem. No entanto, mesmo com a regra do jogo contra nós, uma decisão simples e eficaz só depende do eleitor: Não reeleger ninguém!
O ato consciente de não votar em quem está aí já ajudará, bastante, para que tenhamos a chance de uma "renovação". Tal decisão, combinada com o "voto de revolta", terá duas conseqüências. Primeiro, impedirá que muito canalha siga na ilegítima "profissão" de político. Segundo, tornará viável a (pequena chance de) renovação política. Claro que a segunda hipótese só ocorrerá, de verdade, com mudanças estruturais profundas.
No entanto, as pré-condições para a transformação podem ser aceleradas com a entrada em cena de pessoas comprometidas com o redesenho institucional do Brasil. Vale ponderar que o fenômeno só pode ser atrasado e atrapalhado se os novos atores acabarem corrompidos pelo sistema. Esta chance também é enorme, porque ainda somos dependentes dos partidos – cartórios políticos – e não temos as candidaturas independentes, no nada democrático esquema de "voto obrigatório".
Além do risco de escolha de novos canalhas, o que não pode ocorrer em 2018 é a aposta ingênua em "cavalos paraguaios" – que não têm condição de vencer ou que, vencendo, apenas vão colaborar com nossa derrota política no curto prazo. Não podemos nos comportar como "torcedores fanáticos" na campanha e na eleição. O lamentável é que este é o nosso mais grave risco em 2018. O eleitor ainda foca muito nas pessoas, e quase nada na proposta delas – quase nunca consistentes. O fato positivo é que a maioria deseja mudanças. Só é preciso entendê-las e escolhê-las corretamente. Missão nada fácil em nosso oceano de ignorância e analfabetismo político.
O Brasil só tem jeito de verdade com mudanças estruturais. O País tem de ser reinventado. Temos de implantar a República com Federalismo, voto distrital, confiável (passivo de recontagem) e livre (sem depender de partidos). Temos também de romper com o corrupto Capimunismo Rentista. É fundamental redefinir o modelo estatal: reduzir o tamanho da máquina, seus custos, enxugando a quantidade de tributos até implantar o "imposto Justo". Apenas estas medidas básicas matam a corrupção em sua essência.
Por isso, para começar as mudanças sejamos pragmáticos: Em 2018, vamos reeleger ninguém. Não votaremos em quem já está aí. Temos a oportunidade de dar um susto na politicagem. Enquanto isso, vamos nos preparar para as mudanças efetivas, que ocorrerão inevitavelmente. O Brasil caminha para a Intervenção Institucional. Quem não surfar nesta onda vai acabar afogado. O que a gente não agüenta mais é Estado Corrupto, com governantes e políticos canalhas.
Conforme prega o Negão da Chatuba: "Pau neles!"... Resumindo: #reelejaninguém!
Presidente miniatura
Extasiados
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A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 25 de Junho de 2017. |
Os Cínicos
Posted: 25 Jun 2017 05:43 AM PDT
"País Canalha é o que não paga precatórios"
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Fundada por Antístenes, a escola cínica da filosofia grega, ganhou este nove em razão do local em que se reuniam os estudiosos, o ginásio grego Cinosarges ou Cinosargo (peixe-cão), destinado a atenienses filhos de mães estrangeiras, situado próximo ao templo de Héracles.
A conotação pejorativa do termo cínico surgiu mais tarde.
Não obstante, para analisar o cenário político atual, é necessária boa dose de cinismo.
Estamos em guerra; de quinta geração. Em toda guerra a primeira vítima é a verdade.
Não percam seu tempo, amáveis leitores, em acompanhar notícias de jornais ou televisões.
Fixemo-nos em fatos.
Pensar que a classe política irá cortar na própria carne e promover uma reforma de costumes é, no mínimo, um pueril equívoco.
Um cão só larga o osso quando chutado.
Em breve o planalto converter-se-á num muro das lamentações.
O mar não está para peixe; nem mesmo para um peixe-cão.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
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A Bastilha Brasileira desmorona
Posted: 25 Jun 2017 05:42 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Eduardo da Rocha Paiva
Em 1789, a queda da Fortaleza da Bastilha marcou o início da Revolução Francesa, que demoliu a velha ordem absolutista e provocou profundas mudanças políticas e sociais, daí ser considerada uma autêntica revolução.
A Operação Lava Jato poderá ser, também, o marco inicial de uma Revolução Brasileira, capaz de causar relevantes transformações na sociedade. A operação está abalando a bastilha brasileira da corrupção, ao atacar a poderosa máfia política composta pela aliança entre a velha ordem patrimonialista e a esquerda socialista. A Lava Jato também revelou relações ilegais e imorais entre atores políticos e o empresariado do capitalismo de compadrio, às custas do contribuinte e em favor de empresas, partidos e apaniguados.
Países que viveram revoluções, como a França (1789) e a Rússia (1917), vivenciaram riscos potencialmente fatais e oportunidade reais para ascender a futuros venturosos. Na França, os bons frutos demoraram décadas para amadurecer e o custo foi muito elevado. Na Rússia, a Revolução Bolchevista foi um desastre político, econômico e social, inclusive para os direitos humanos, e as consequências ainda sufocam a antiga pátria do socialismo e os países que ela escravizou. A Revolução Brasileira está nascendo de uma operação legal, que está a cargo da justiça, cumpre as normas do direito, é legitimada pelo apoio da sociedade e, ao contrário da Francesa e da Russa, poderá ser pacífica.
No Brasil, um risco grave e atual para a nossa Revolução está nas manobras insidiosas da velha ordem política patrimonialista, que fará de tudo para sobreviver. Suas lideranças no Executivo e no Legislativo, embora moralmente desgastadas, ainda têm força política para tentar deter a Lava Jato, escapar da justiça e manter seu elevado status de poder. Elas estão, majoritariamente, no PMDB, mas se distribuem por outros partidos de centro esquerda (democracia social) e centro direita (democracia liberal). São políticos fisiológicos, sem idealismo e com interesses pessoais que prevalecem sobre os da sociedade. Com certeza, há políticos e autoridades que não se corrompem e cumprem suas obrigações com civismo, responsabilidade e dignidade, mas é difícil aceitar que não denunciem as condutas desonestas de alguns, como se fossem admissíveis, e com eles convivam amistosamente.
Outro grande risco atual vem da esquerda socialista marxista (revolucionária), que engloba partidos radicais, sendo o PT o maior deles. Sua ameaça é a revolução permanente, iniciada com a criação do Partido Comunista Brasileiro em 1922, cujo propósito é implantar um regime socialista liberticida. A aliança do PT com a velha ordem política tinha a finalidade de garantir sua permanência no governo. A velha ordem era apenas uma companheira de viagem, a ser alijada e subjugada após o partido controlar a sociedade, conquistar o Estado e implantar o regime socialista, como soe acontecer onde essa ideologia triunfa.
Um risco não imediato é representado pela esquerda socialista fabianista (reformista e não marxista), conhecida como social democrata, distribuída em alguns partidos, principalmente, no PSDB. Hoje, ela substitui o PT na aliança com a velha ordem política liderada pelo PMDB. Seu propósito é, também, implantar o regime socialista, diferindo da esquerda revolucionária no processo e nas estratégias empregadas, que demandam um tempo maior para se concluir.
Demolir a velha ordem é mais rápido do que construir uma nova com sólida base moral. Aí começa o longo caminho da Revolução Brasileira, que precisará vencer as ameaças da velha ordem e dos socialistas internacionalistas (PT e PSDB), pois os socialistas nacionalistas, à direita, não têm peso político.
A eleição de 2018 é a oportunidade para o Brasil começar a erigir a nova ordem, com um mínimo de conflitos, sem a triste experiência de terrorismo, perseguições, violações e violências das Revoluções Francesa e Bolchevista e sem os estragos da segunda, ainda hoje persistentes. Porém, a nova ordem terá de vir do meio político, o que impõe sua depuração e renovação, com ativa participação da sociedade pressionando as instituições. É difícil, mas não impossível, surgirem novas lideranças em curto prazo, como se viu nas marcantes vitórias de Emmanuel Macron e seu recém-criado partido centrista, nas eleições francesas de maio e junho, respectivamente, para a Presidência da República e a Assembleia Nacional.
A delação da JBS agravou a crise atual ao atingir o presidente da República e envolve-lo na Lava Jato ao lado de centenas de políticos do PMDB, PSDB, PT e outros partidos. Várias fontes têm divulgado que políticos sob investigação, com aliados inclusive na justiça, estariam manobrando, veladamente, para neutralizar a Lava Jato. Se for verdade e se tiverem êxito, a Revolução Brasileira morrerá no nascedouro, para desesperança e revolta de uma sociedade que não mais acredita, nem confere legitimidade ao Executivo e ao Legislativo para representa-la.
Assim, as lideranças das instituições ainda confiáveis têm o dever cívico de se posicionar. Algumas podem fazê-lo de forma pública e outras de forma reservada, para conscientizar os Poderes da União sobre o momento crítico vivido pelo país e as consequências fatais para a paz social e a coesão nacional se as lideranças continuarem a legislar em prol de interesses escusos e sem compromisso com o futuro da Pátria.
O Poder Judiciário, além da autoridade legal, pela respeitabilidade da presidente do STF, tem autoridade moral para dissuadir manobras ilegítimas no sentido de deter a Lava Jato.
Em um impasse institucional, havendo falência de autoridade dos demais Poderes, como o STF é um Poder Constitucional, o artigo 142 da Carta Magna determina que seja garantido pelas Forças Armadas, cujas prioridades são, na atual crise política, a legalidade, a estabilidade e a legitimidade.
Luiz Eduardo da Rocha Paiva é General de Divisão na reserva. Originalmente publicado no site A Verdade Sufocada.
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Simonal, o ídolo banido
Posted: 25 Jun 2017 07:11 PM PDT
Wilson Simonal
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant'Ana
Para lembrar o aniversário da morte de Wilson Simonal (25 de junho), a rádio tocava músicas do cantor. Logo veio a manifestação de um ouvinte, repudiando a "presença" dele no programa, alegando que Simonal teria sido colaborador da ditadura militar. Bobagem! Só um clichê. Hoje é sabido que Simonal era totalmente desligado de política e não se importava com o regime à época.
Mas o estigma ficou. E não desaparece, porque o rebotalho que se dá de intelectualizado só quer brincar de fazer crítica: "verdade" e "justiça" não passam de palavras, só de vez em quando usadas em sua retórica fútil.
É certo que Wilson Simonal cometeu erros. Mas não há como julgá-lo. Teve contradições mais que prosaicas. Contudo, nesse aspecto, não terá sido muito diferente dos que o infamaram. E não serão, os ataques à sua imagem, um redemoinho de contradições? Pouca gente sabe das suas mancadas, ao passo que muitos o atacam por aquilo que ele não fez.
Filho de uma empregada doméstica, preto e pobre, Simonal começou a cantar quando servia o exército. Ali, descobriu que tinha talento. Foi em frente. Encetou carreira como cantor. Tornou-se o primeiro popstar negro do Brasil, chegando a ter um programa no horário nobre da TV Record, a líder da época, em 1967. Não é pouco!
Aí veio a "narrativa" da esquerda enfezada, inclusive aqueles moços do Pasquim, e a carreira do artista passou a ser boicotada, atacada, desprezada até murchar no abandono. E era ele, então, só um rapaz com pouco mais de 30 anos!
Morreu com 62. Muito precoce. Mas dizer que a infelicidade do ostracismo deu causa à morte é mera cogitação. Nada acrescenta. Agora, se alguma coisa a sua vida está a lembrar-nos é de que a compaixão e o apego à verdade JAMAIS foram motores da história.
O "ouvinte" que suscitou estas linhas já não passa de uma abstração. Talvez ele seja apenas um tipo ingênuo, que ouviu cantar o galo mas não sabe onde. Ou será só mais um articuladinho dos que estão sempre na ofensiva, renovando preconceitos para afirmar sua ideologia?
Aqui, um registro. Por um lado, daqueles que ajudaram a "desconstruir" a carreira de Simonal, alguns chegaram a fazer um mea culpa. Coincidentemente, são os que tiveram a coragem de, em graus diversos, realizar autocrítica, reformulando suas convicções ideológicas. Por outro, os que, dos antigos detratores, seguem marreteando Simonal, insistindo no falso vínculo com os militares, são os mesmos que ainda hoje defendem ditaduras sanguinárias como Cuba e Coreia do Norte - e têm saudade do Muro de Berlin. Incoerência. Não é de rir? Não. É patético.
Por fim, será que os erros cometidos necessariamente apagam tudo que a criatura haja feito de bom? Está cansativo este Brasil do rancor, da vingança, do revanchismo e da malquerença cultivada quase como um hobby.
Já passou da hora de pararmos para pensar em valores que queremos afirmar e - por que não? - transmitir ao futuro.
Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
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Cadê o Povo?
Posted: 25 Jun 2017 05:38 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Arnaldo Bloch
Com quantos poderes se faz a República? Constitucionalmente falando, a gente aprende que são três: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. E na prática? Bom, aí "vareia", como diria, inspirado no humor de Didi Mocó, o povo (do qual, segundo ensina a nossa Carta, emana o poder). Numa conjuntura em que o Legislativo, desmoralizado, corrompido, vem perdendo o que resta de sua representatividade; e na qual o Executivo, sub judice, opera num bunker — o povo, impedido de exercê-lo através de seus eleitos, deveria constituir um poder à parte. E, como assegura seu direito constitucional à manifestação e ao protesto, ir às ruas exigir as devidas providências.
Como o povo, por um motivo difícil de avaliar, encontra-se em estado de hibernação cívica diante dos fatos assustadores que vêm à tona em velocidade de tempo real, fica o Judiciário (aquele poder que é alçado por vias indiretas emanadas do processo democrático), em perigosa distorção, com a tarefa não só de zelar pela Constituição, mas de intervir a toque de caixa, numa arena de luta livre contra as forças do Executivo e do Legislativo, empenhadas em manter seu status quo.
Haverá sempre quem diga que a mídia é o quarto poder. São pessoas que, ou se esquecem de como é viver sem imprensa, ou que nunca aturaram estados de exceção. Tradicional, alternativa ou mesmo individual, é a mídia, em que pesem seus acertos e erros, naturais de qualquer atividade humana, que assegura a circulação de informação e a possibilidade de se refletir sobre os fatos. Sem informação e debate, a democracia é sequestrada e se começa a evocar o poder dos tanques, outrora único e despótico.
Não se deve esquecer do poder do capital, que está, por sinal, no centro do grande disparate em que nos encontramos, pela simbiose que se criou entre seus interesses e os do Estado.
Considerando que cada poder, constitucional ou dinamicamente constituído, está aí no seu quadrado no xadrez da República conflagrada, pergunto: onde é que está o povo? O que foi feito da sociedade civil? Como se explica, por exemplo, que se tenham enchido as avenidas das capitais às vésperas do impeachment de Dilma Rousseff, no maior protesto da História do país, e que, agora, as ruas estejam vazias de cidadãos indignados com o que se passa?
Vamos analisar. A popularidade de Michel Temer é similar ou menor que a da então presidente. Sobre ele pesam as mais graves acusações, calcadas em evidências cada vez mais aviltantes, e o grupo político ficha suja que o apoia é de dar calafrios. A base que insiste em sustentá-lo nas casas do Congresso promove um espetáculo vergonhoso. A Lava-Jato, tão incensada pelas ruas, é metralhada diariamente em ações capazes de unir PT, PMDB, PSDB e parte do próprio Judiciário numa contraforça-tarefa. A recessão persiste, sendo que os tímidos sinais de melhora não surtem qualquer efeito no bolso do cidadão.
As reformas estão claudicando sob força da crise entre poderes e da recusa do presidente investigado em considerar o tal gesto de grandeza enfim exigido pela voz rouca de FH. Neste panorama, e tendo-se em conta as proteções constitucionais das quais indivíduos com cargos eletivos desfrutam, sem uma palinha do povo Temer é capaz de ficar, sim, até 2018, não importa o quanto o intrépido Janot, empenhado em seu sprint final, venha a fatiar as acusações.
Por que o povo está inerte? Aguarda a carta na manga definitiva? Espera, diante das páginas, da TV, do computador, do celular, que as coisas cheguem a um nível de escárnio e teimosia que destravem a fúria represada e pranteada no silêncio do lar? Anseia que tropas aliadas russas cheguem ao Planalto e que os americanos desembarquem em Ipanema? Espera que Temer dê uma banana para o público, às gargalhadas, em rede nacional, ladeado por Aécio, Lula e algum juiz garantista?
Qual a diferença entre quem foi às ruas exigir a deposição de Dilma e quem está em casa agora, sem dar um pio? Ora, não era o povo, naquela ocasião? Onde está a coerência postural das forças que organizaram aqueles movimentos? O curioso é que até as Centrais estão pianinho. Será que durante todo esse tempo, quem foi às praças em ocasiões muito precisas eram agentes alienígenas de forças ocultas? Precisaremos de um espectro de Jânio Quadros, trazendo uma hipótese maluca para explicar o imobilismo? A voz rouca, de repente, ficou afônica, atingida por ventos encanados machadianos trazidos pela fúria invernal?
Ou será que, simplesmente, o povo está cansado de guerra, ou de não ir à guerra, de levar na cabeça as consequências de suas escolhas, devoto da tese de que, ajoelhou, tem que rezar, e agora aguarda que um novo salvador da pátria, ou um destruidor definitivo, um pastor, um monstro racista, militarista e homofóbico, um führer canarinho, se apresente às urnas?
O que foi feito, afinal, do povo?
Arnaldo Bloch é Jornalista. Originalmente publicado no Segundo Caderno de O Globo em 24 de junho de 2017.
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O Movimento Conservador está sob controle do Marxismo Cultural
Posted: 25 Jun 2017 05:37 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O texto abaixo é de autoria de Paul Gottfried:
------------------------------------------ (...) Por volta de 2011, a VDARE postou uma comentário meu sobre a legitimidade do conceito "Marxista Cultural". (usei esse termo de modo relutante apenas e só porque não conseguia encontrar um melhor. Tal como disse na altura, esta ideologia está longe do Marxismo ortodoxo e era visto pelos Marxistas sérios como um filho bastardo. No entanto, muitos daqueles designados como "Marxistas Culturais" ainda se viam a si mesmos como Marxistas clássicos, e ainda olham para si desta forma. Pessoas associadas ao que a Escola de Frankfurt deu o nome de "Teoría Crítica" - tais como Herbert Marcuse, Theodor Adorno e Erich Fromm - eram vistos pelos Marxistas ortodoxos como falsos ou Marxistas ersatz. Mas eles adotaram a teoria Marxista-Leninista em aspectos-chave:
Tal como os Marxistas ortodoxos, eles olhavam para a burguesia como uma classe contra-revolucionária.
Tal como os Marxistas ortodoxos, eles olhavam para o mundo de forma simplista e em termos de grupos de interesse e relações de poder.
Tal como os Marxistas ortodoxos - cuja ruptura com o liberalismo Vitoriano clássico neste aspecto era chocante, de uma forma que era facilmente ignorada depois da experiência totalitária do século XX - eles evitavam de modo explícito o debate, preferindo em seu favor o insulto e se possível a repressão dos seus oponentes. (Este é um método Marxista fundamental, que embora alegue ser "científico", ele é, na realidade, um sistema de valores à priori, que rejeita o debate e a sua concomitante, a "ciência burguesa". É por isso que existe o Politicamente Correto" - o produto mais proeminente do "Marxismo Cultural".)
Tal como os Marxistas ortodoxos, eles apóiam, pelo menos em princípio, uma economia socialista (isto é, uma economia controlada pelo governo).
Tal como os Marxistas ortodoxos, eles inclinavam-se de modo variante para o lado Comunista da Guerra Fria. (Marcuse, que se alegrou com a supressão Soviética do levantamento Húngaro de 1956, era um Stalinista confesso, coisa que posso confirmar de modo pessoal depois de ter sido, a certa altura, aluno seu.)
Estes discípulos da Escola de Frankfurt, tal como Marx, estavam desejosos de substituir o que eles viam como a sociedade burguesa em favor duma nova ordem social. Nesta nova ordem em potêncial, a humanidade iria experimentar, pela primeira vez, uma igualdade genuína. Isto seria possível porque nesta sociedade politicamente e socialmente reconstruída, nós não iríamos mais ficar alienados da nossa verdadeira identidade, a mesma que havia sido distorcida pelas desigualdades que existem até agora. Mas ao contrário dos Marxistas autênticos, os Marxistas Culturais têm-se oposto principalmente à cultura das sociedades burguesas - e só em segundo lugar à sua organização material. A homofobia, o Nacionalismo, o Cristianismo, a masculinidade, e o antissemitismo têm sido os vilões principais do enredo Marxista Cultural. Isto é particularmente verídico à medida que avançamos da filosofia dos fundadores Alemães da Escola de Frankfurt do período que se encontra entre as duas grandes guerras, tais como Theodore Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse, para a segunda geração. Esta segunda geração é representada por Jurgen Habermas e pela maioria dos teóricos multiculturalistas que se encontra instalada nas universidades Ocidentais. Para a maioria destes Marxistas Culturais mais avançados, a cruzada contra o capitalismo foi gradualmente subordinada à guerra contra o "preconceito" e contra a "discriminação". Eles justificam a necessidade dum Estado burocraticamente centralizado a controlar os recursos materiais, não porque isso trará a classe operária ao Poder, mas sim para lutar contra o "racismo", contra o "fascismo", e contra outros resíduos do passado Ocidental. Se eles não forem capazes de levar a cabo tal mudança radical, os Marxistas Culturais contentam-se em revolucionar a nossa consciência com a ajuda de endinheirados Esquerdistas, gestores de capital de risco, Mark Zuckerberg, etc. Ironicamente, a nacionalização das forças produtivas e a criação do "paraíso dos trabalhadores", isto é, o que resta do Marxismo clássico, torna-se a parte mais descartável do seu programa revolucionário, muito provavelmente devido ao embaraçoso colapso das economias controladas do bloco Soviético. Em vez disso, o que é essencial para o Marxismo Cultural é a eliminação das estruturas nacionais burguesas, a obliteração dos papéis sexuais, e a devastação total de "família patriarcal". O Conservadorismo está infectado com o Marxismo Cultural Não só o Marxismo Cultural existe, como parece estar tomando conta o Conservadorismo Oficial. Devido a isso, mesmo enquanto Paris se encontrava a arder, a National Review ainda se encontrava a atacar a Direita. Na segunda rodada das eleições francesas, Tom Rogan apelou a que se votasse em Emmanuel Macron, segundo a lógica que Marine Le Pen não era suficientemente hostil a Vladimir Putin, e que ela era uma "socialista" só porque "apoiava o protecionismo". O fato de Macron encontrar-se afiliado ao Partido Socialista, e de acreditar que não existe algo que se possa identificar como cultura francesa, aparentemente não era um problema. [French election: American Conservatives Should Support Macron, April 24, 2017]. O Conservadorismo Oficial concorda com isto porque estes objetivos são parcialmente atingidos através de capitalistas corporativos, que apóiam, de modo ativo, os planos sociais dos Esquerdistas e castigam comunidades inteiras se elas não estão suficientemente entusiasmaas com o casamento homossexual, líderes de escuteiros homossexuais, casas de banho para transgêneros, cidades santuarias, etc.. Devotada como está à idéia-cliché dos "livres mercados", a Direita Oficial não só não se opõe à agenda plutocrática, como, em vez disso., oferece cortes fiscais aos atores mais ricos e mais malévolos. É precisamente porque o Marxismo Cultural pode sobreviver dentro da atual estrutura política e cultural que os nossos assim-chamados "conservadores" estão mais perto de se alinharem com a Nova Esquerda do que com a Antiga Direita. O comportamento dos nossos "capitães industriais" demonstra o quão profunda é a podridão e que o multiculturalismo faz agora parte do pensamento "democrático e liberal" americano, chegando até a informar os nossos falsos "conservadores". Atualmente, o "Conservadorismo" encontra-se definido como um pensamento que fomenta guerras sem fim, em nome de valores universalistas, valores esses que qualquer outra geração iria qualificar de pensamento radical esquerdista. E os próprios Marxistas Culturais obtiveram o poder de definir o que são os "valores ocidentais" - por exemplo, a aceitação do homossexualismo. A usurpação é tão completa que podemos até dizer que o "Marxismo Cultural" viveu para além da sua utilidade como qualificação ou como descrição de uma ideologia estrangeira hostil. De fato, estamos lidando com "conservadores" que são, de muitas formas, mais extremistas e mais destrutivos que a própria Escola de Frankfurt. Muitos conservadores parecem acreditar que o Marxismo Cultural nada mais é que uma excentricidade estrangeira que, de alguma forma, se infiltrou no nosso país. O bestseller de Allan Bloom, "The Closing of the American Mind", explicou que o multiculturalismo nada mais era que um exemplo da "Ligação Alemã". Isto é ridículo. Exemplo: ao contrário de Horkheimer, ou do meu antigo professor Herbert Marcuse, escritores importantes dentro do Conservadorismo Oficial são simpáticos a algo parecido com o "casamento" homossexual. Por exemplo: Jonah Goldberg [Gay Marriage vs. goodwill, USA Today, 1 de Abril de 2013] Jamie Kirchick, publicado no "National Review" e chegando a estar histérico em relação ao assunto.
John Podhoretz [Why John Podhoretz is Wrong on Gay Marriage, by Matthew Schmitz, First Things, 21 de Novembro de 2012]
David Brooks [The Power of Marriage, by David Brooks, New York Times, 22 de Novembro de 2003]
De fato, a emancipação é tão central para o conservadorismo moderno que os pundits da Direita Oficial apelam aos soldados americanos que a imponham à força, um pouco por todo o mundo. Kirchick queixa-se que nós ainda não pressionamos o "rufião" Russo (Vladimir Putin) de modo eficaz, de modo a que ele aceite traços "conservadores" na vida pública. tais como as paradas homossexuais. [Why Putin's Defense of "Traditional Values" Is Really A War on Freedom, by James Kirchick, Foreign Policy, 3 de Janeiro de 2014] Outra freqüente escritora do National Review, Jillian Kay Melchior, expressou preocupação que a retirada americana da Ucrânia pode expor aquela região a um maior controle Russo, diminuindo assim os direitos dos transgêneros. [Ukrainians are still alone in their heroic fight for freedom, New York Post, 8 de Outubro de 2015]. Se é desta forma que a nossa Direita Respeitável reage aos assuntos sociais, então é ridículo continuar a criticar os Marxistas Culturais originais. O nosso pensamento revolucionário ultrapassou o pensamento daqueles iconoclastas Judeus alemães que criaram o Instituto de Frankfurt durante a década 20, e que mudaram o seu empreendimento para os Estados Unidos durante a década de 30. Culpar esses intelectuais, há muito já mortos, pelas aberrações presentes, pode parecer como culpar as atrocidades da Nacional Socialista aos fascistas latinos de década 20. Estamos em melhor posição se examinarmos aqueles que adotaram de modo seletivo o modelo original para saber o que realmente aconteceu. Por este altura, não deveríamos perguntar se a Escola de Frankfurt continua a lançar uma sombra sobre nós, mas sim perguntar o porquê dos "conservadores" concordarem ou levarem a cabo reformas mais radicais do que aquelas encontradas nos escritos de Adorno e Horkheimer. Claramente, a Conservadorismo Oficial divagou tanto para a Esquerda que nós já nem nos surpreendemos quando um respeitado jornalista conservador exalta Leon Trostky e os Comunistas da Brigada Abraham Lincoln da Guerra Civil Espanhola. No entanto, ainda é surpreendente observar o quão à esquerda a Direita Oficial se encontra atualmente, em questões sociais. Ainda mais surpreendente é o quão pouco dispostos os membros deste movimento estão em ver a contradição entre este processo e a alegação de que são "conservadores". E nem vale a pena fingir que o Conservadorismo Oficial está simplesmente usando a abordagem da "Tenda Alargada". Aqueles que controlam a Direita Oficial a partir do topo estão ansiosos por entrar em algum tipo de acordo com a Esquerda, desde que aqueles que eles conseguirem recrutar partilhem da sua política externa intervencionista e beligerante, e nada façam para ofender os benfeitores neoconservadores, ao mesmo tempo que lançam fora tudo o que se encontra à sua direita. Este consenso pós-Cristão e pós-burguês encontra-se atualmente centrado nos Estados Unidos e nos países Ocidentais afiliados, e é transmitido através da cultura, da indústria, do sistema educacional, da burocracia do "Deep State", e através dos partidos políticos do Establishment. A Direita Oficial opera como um partido fachada sob o antigo sistema sovietico. Tal como esses partidos, a nossa Direita do Establisment tenta-se "encaixar", fragilizando aqueles à sua Direita e lentamente absorvendo as posições sociais e os heróis da Esquerda. Ocasionalmente, esta "Direita" é alvo de ataques por não se mover rapidamente para a Esquerda. Mas isto só aumenta a imagem do Conservadorismo Oficial, como os defensores da América tradicional contra a Esquerda - imagem essa que não irá perder. mesmo quando se mover na direção do seu alegado adversário. Resumidamente, o Conservadorismo Oficial não só é uma farsa, mas tem-se tornado também num fantoche do Marxismo Cultural. E a Direita Dissidente é composta por aqueles que conseguem ver exatamente isso. Fonte: http://bit.ly/2ssiA9K ___________________________________ O que se pode ler neste texto alinha-se com o que se pode ler neste texto, isto é, que todos os partidos do Establishment no Ocidente (e até alguns da Europa Oriental) são controlados pelas mesmas forças que sempre financiaram a Esquerda. O mesmo se aplica à maior parte das "grandes figuras" da "Direita" no ocidente visto que quase todas elas estão controladas e quase todas eles fazem o seu papel de impedir a ascensão duma Direita Nacionalista e proteccionista. |
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