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Vice dos direitos humanos admite que recebia mesada do PCC
Em depoimento à Polícia Civil, Luiz Carlos dos Santos confirmou que prestava serviços para a facção
access_time 25 nov 2016, 19h16 - Atualizado em 25 nov 2016, 20h45 chat_bubble_outline more_horiz

Foto de Arquivo: Luiz Carlos Santos da CONDEPE fala com a imprensa em frente ao IML Central de São Paulo, após os cinco corpos dos jovens da zona leste foram encontrados em Mogi das Cruzes - 07/11/2016 (Renato S. Cerqueira/FuturaPress/Folhapress)
O vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Luiz Carlos dos Santos, admitiu em depoimento à Polícia Civil de São Paulo que recebia uma mesada do PCC para prestar serviços à organização criminosa. Santos é um dos 55 alvos da Operação Ethos, que desmontou o núcleo jurídico da facção, a chamada “célula R” — cada integrante dela era chamado de R1, R2, R3 até o R41. Santos teve a prisão temporária (válida por 5 dias) prorrogada pela Justiça paulista nesta sexta-feira, no mesmo dia em que foi afastado do cargo pelo Condepe.
Em seu interrogatório, obtido com exclusividade por VEJA, Santos diz que vinha sendo renumerado pelo PCC desde janeiro de 2015 e que só não recebeu neste mês porque a facção atrasou o pagamento. O objetivo inicial dos criminosos era que ele usasse de sua influência perante desembargadores e representantes do governo para interceder pelos membros da facção. Em seu depoimento, ele diz que recusou fazer esse tipo de trabalho, mas aceitou “auxiliá-los nos processos envolvendo reclamações contra o Sistema Prisional Paulista”. Muitas das queixas protocoladas por Santos eram falsas e acabaram sendo arquivadas, como por exemplo uma que dizia que cacos de vidro foram encontrados na comida da Penitenciário 2 de Presidente Venceslau, onde está encarcerada a cúpula do PCC. O intuito final era, como ele próprio confirmou, reunir as denúncias e levá-las até a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Em um e-mail interceptado pela Polícia Civil, ele chega a cobrar 10.000 reais aos advogados do PCC para fazer uma vistoria no presídio de Presidente Bernardes, onde é cumprido o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) – o fechamento desse presídio é uma reivindicação antiga da facção. No início das tratativas, foi combinado que Santos receberia 2.000 reais mensais. Depois, a quantia subiu para 3.000, 4.500 e, enfim, 5.000 reais. A soma costumava ser depositada na conta de sua mulher.
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Os dois Rs responsáveis por arregimentar Santos foram os irmãos advogados Davi e Vanila Gonçales, que também foram presos na terça. Diz um trecho do depoimento transcrito: “Foi procurado por Vanila no Condepe quando então ela fez a proposta de pagamento de 2.000 reais mensais ao interrogado para que ajudasse os amigos e clientes dela; indagado em que consiste exatamente essa ajuda, o interrogado diz que Vanila narrou que havia ingressado com revisões criminais perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo em nome de seus clientes e solicitava que o interrogado utilizasse sua influência de conselheiro para convencer os desembargadores; a pretensão era que o interrogado conversasse com o desembargador [Luiz Edmundo] Marrey, representante do Tribunal de Justiça perante o Condepe, para que ele interferisse nos demais desembargadores nos respectivos processos de interesse de Vanila”. A Polícia Civil diz que não encontrou nenhum indício de que os desembargadores atuaram em favor dos criminosos.
Em seu depoimento, Santos afirma que, logo em fevereiro de 2015, tentou se desvencilhar do esquema. Vanila, então, teria lhe dito que “não havia mais volta”. Ele teve noção clara de que estava sendo ameaçado, quando num certo dia um motoqueiro desconhecido o surpreendeu na frente de casa com a foto dos filhos, segundo Santos. A Polícia Civil considera que parte das declarações do conselheiro fazem parte da sua estratégia de defesa de dizer que foi coagido. A corporação também informou que, se ele requisitar, poderá entrar num programa de proteção por causa das ameaças.
Conhecido por fazer denúncias de abuso da violência policial, Santos tem uma carreira de mais de 20 anos na defesa dos direitos humanos. Ele dirige a ONG Conselho Ouvidor de Direitos Humanos e Cidadania (DODH), que tem sede em Cotia. Foi por meio dela que conseguiu se tornar conselheiro suplente do Condepe, em 2014, e ser escolhido neste ano para o cargo de vice-presidente. Segundo a Polícia Civil, a sua campanha, que custou 12.000 reais, foi bancada pelo PCC. O Condepe é formado por membros egressos de ONGs, representantes do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, do governo paulista e da OAB. O conselho é vinculado à Secretaria de Justiça da gestão Alckmin, mas tem status de órgão autônomo.
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Adilson Nagamine 25 nov 2016 - 19h48
Direitos humanos só de bandidos, chega.
Geldes Ronan Passos 25 nov 2016 - 19h50
Huuuummmm!!! Isto explica muita coisa.
ilmar alba 25 nov 2016 - 20h01
Depois da prisão, os diretores do DH em entrevista, defenderam esse crápula ai dizendo que era uma pessoa ilibada. devem estar todos juntos. E AI???? prenderam ele porque era negro? porque era ativista? porque criticava policiais? NÃO prenderam ele porque é BANDIDO!

Roberto Negromonte Santos Negromonte 25 nov 2016 - 20h10
Depois se queixa que a vida não deu oportunidades e que sofreu muita discriminação…Sei…
Geraldo Garcia de Meireles 25 nov 2016 - 20h38
E o Suplicy explica o que ?
Henrique Pereira 25 nov 2016 - 21h57
Precisa explicar a qual partido politico pertence este safardana, divulgar e espalhar, pois se o cabra está lá foi indicado por um partido politico, então qual??????
Antonio Mascarenhas 25 nov 2016 - 22h37
TA AÍ CONFIRMADO O QUE O PESSOAL DA DIREITA SEMPRE FIRMOU, AFIRMOU E REAFIRMOU, ESSA GALERA DE DIREITOS HUMANOS DEFENSORA DE BANDIDOS GOSTA DA BANDIDAGEM. AGORA NÃO BASTA RECEBER DO ESTADO PARA DEFENDER BANDIDO, TEM QUE RECEBER DINHEIRO TAMBÉM DE BANDIDOS.

Papai Sabetudo 25 nov 2016 - 22h38
Que repugnante! É duro e difícil de acreditar que existam pessoas desse tipo!

Micky Oliver 25 nov 2016 - 23h15
E ALGUÉM AQUI DUVIDAVA QUE ESSA TURMA DO DIREITO DOS MANOS ERAM E SÃO TUDO DA MESMA LAIA DOS BANDIDOS!
Tatu 25 nov 2016 - 23h26
Canalha e lixo humano deveria ser sentenciado à morte ou pegar uma perpétua.
Francisco Silva 25 nov 2016 - 23h58
Depois reclamam que não tem negro no ministério;brincadeira em,que decepção.

Edilberto Tadeu Rodrigues 26 nov 2016 - 00h09
Esse é mais bandido do que os clientes dele.
jaconé 26 nov 2016 - 00h11
E a OAB? Já expulsou essa corja toda, ou ainda mantem todos eles inscritos e recebendo suas contribuições religiosamente em dia?

Lu Mazzoni 26 nov 2016 - 02h49
Imbecil

Vanessa Pereira 26 nov 2016 - 04h20
Direitos dos Manos, de bandidos e delinquentes juvenis. Essa praga tem que ser varrida do Brasil.
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