Alerta Total
- Temporada de caça aos políticos
- Falência Múltipla de Órgãos
- Moro e sua Imagem
- Quem deve dirigir a Revolução Burguesa no Século XX
Temporada de caça aos políticos
Posted: 21 Dec 2016 01:55 AM PST

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Os políticos da maior cidade do País deram ontem o pior exemplo possível em tempos de estagflação e pregação de contenção de gastos públicos. Suas excelências aumentaram seus próprios salários em 26%. A partir de janeiro de 2017, a nova legislatura de representantes profissionais do povo receberá o salariozinho de R$ 18.991 reais. A concessão foi por 30 votos a favor e 11 contrários. Entre os favoráveis há 21 reeleitos. A indagação básica é: por que vereador precisa receber tanto dinheiro por mês?
Em Brasília, os profissionais da Câmara dos Deputados, que também recebem salários dignos de super-executivos empresariais, deram uma estupradinha básica no suposto controle fiscal do governo federal. Por 296 votos a favor e apenas 12 contra, foi aprovada uma estranha renegociação de dívidas dos Estados quebrados com a União, excluindo contrapartidas impostas pelo Ministério da Fazenda. O alongamento das dívidas estaduais por mais 20 anos representará uma renúncia fiscal de R$ 50 bilhões entre 2016 e 2018. O Regime de Recuperação Fiscal aprovado pode gerar uma perda de outros R$ 53 bilhões para os cofres federais.
Estados apenas terão de fazer como a União, aprovando um teto de gastos públicos que ninguém garante que será efetivamente cumprido. Continua permitido aos estados falidos criar novas despesas, a suspensão de reajustes de servidores e a revisão de benefícios fiscais. Pela proposdta que acabou rejeitada, os estados quebrados ficariam três anos (prorrogáveis por mais três) sem pagar suas dívidas com a União e ainda ganhariam aval do Tesouro para novos empréstimos em troca de medidas como aumento da contribuição previdenciária dos servidores para 14% e a criação de um programa de desestatização. Em resumo: a zona continua.
Os deputados também mantiveram a prerrogativa do presidente da República de homologar ou não a recuperação. Por isso, o Presidente Michel Temer deu mais uma demonstração de que os confrontos com o legislativo e os estados vão continuar: "Isso não significa que a União, quando firmar o contrato com os Estados, não irá exigir estas contrapartidas. Elas serão indispensáveis para que se viabilize a recuperação fiscal prevista na lei que foi aprovada"
Para o povão ou para o empresariado, tudo fica do mesmo jeitinho ou pior ainda. Os sustentadores da gastança pública serão convidados a pagar novos impostos como de mau hábito. A equipe do Ministério da Fazenda promete um contrataque à derrota: seus burocratas é que poderão autorizar ou rejeitar enquadramento dos estados no regime de Recuperação Fiscal. A equipe do Tesouro levará mais tempo para analisar em detalhes os planos.
Estados "falidos" vão agonizar por mais tempo. Servidores pagarão o pato, com salários em atraso, ridiculamente "parcelados" e sem previsão de receber décimo-terceiro salário. Dramas pessoais virão à tona. O descontrole de contas públicas segue distante de ser um problema resolvido no federalismo de mentirinha vigente no Brasil da piada pronta e da Corrupção Sistêmica sob desgovernança do Crime Institucionalizado.
Fim de 2016 apertado e começo de 2017 no sufoco, com previsões (otimistas) de "crescimento zero" e (realistas) de estagflação – estagnação econômica combinada com inflação, especulação e desalinhamento de preços relativos. Tudo em meio a endividamento geral e desemprego estrutural agravados por juros altíssimos e impostos extorsivos...
A tensão social vai aumentar e pode sair do controle. Os políticos só se preocuparão de verdade com isso quando sentirem, na pele, a reação das pessoas lesadas. Está aberta a Temporada de Caça aos Políticos, totalmente corruptos ou não... Excelências, Tremei! O Verão vai ferver...
Quem vai viajar?

Culpa da Cueca

"Imbassado"

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O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 21 de Dezembro de 2016.
Falência Múltipla de Órgãos
Posted: 21 Dec 2016 01:50 AM PST

"País Canalha é o que não paga precatórios".
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
O Estado brasileiro está falido.
A pior falência é moral. Os três poderes com seus podres expostos.
Como o exemplo vem de cima o que se pode esperar do resto das instituições?
O executivo é um corno administrativo. Não sabe quantos servidores tem, quanto ganha cada um, nem se todos estão vivos. O desalinhamento dos salários em relação ao tamanho da responsabilidade de cada cargo é brutal.
O legislativo desmascarou sua arrogância. Os chefes das duas casas "cagam e andam" para a opinião pública.
O judas ciário é o maior antro de desfaçatez e covardia jamais visto.
Só nos restam as forças armadas.
Claro que talvez haja traidores e/ou corruptos dentro delas.
Sem dúvida serão uma ínfima minoria e pagarão por seu erros.
Então cabe a pergunta: "Por que assistem, impassíveis, a deterioração do país?"
Tentativa de resposta:
Por sua grandeza e generosidade de seu povo "o Brasil não precisa de quem o proteja e sim, de quem o defenda".
O povo acordou e dará um fim mussuliniano à classe política.
Cumpra-se a Constituição. Se convocadas, os corruptos verão o que é bom pra tosse!
Sejamos todos escravos da Lei para que possamos ser livres.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Moro e sua Imagem
Posted: 21 Dec 2016 01:49 AM PST

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Antonio Engelke
A foto que flagra o juiz Sérgio Moro conversando de forma descontraída com um risonho Aécio Neves, durante a premiação Os Brasileiros do Ano 2016, da revista "IstoÉ", despertou duas reações opostas. Para uns, "a foto diz tudo": seria a prova desavergonhada da parcialidade de Moro e da Lava-Jato, que estaria perseguindo petistas, deixando peessedebistas intocados. Para outros, "a foto não diz nada": seria apenas o registro de uma conversa, natural naquela situação, entre conhecidos. Não faltaram posts nas redes sociais exibindo fotos em que Dilma aparece confraternizando com Eduardo Cunha, Collor com Lula, Aécio com Fidel Castro e assim em diante.
Dado que fotografias não falam por si, ao contrário, são levadas a falar de acordo com a interpretação que se lhes é dada, resta evidente que cada grupo projetou na foto certezas que possuía de antemão. Ambas as interpretações, no entanto, são falhas. Quem acredita que "a foto diz tudo" desconsidera não apenas os múltiplos atores que compõem a Lava-Jato, e a complexidade da relação entre eles, como também o fato de que o cerco vem fechando sobre políticos do PSDB.
Quem acredita que "a foto não diz nada" se esquece de que há uma enorme distância entre confraternizações protocolares de adversários políticos, algo rotineiro em democracias, e a exibição pública de cumplicidade entre um juiz que lidera uma operação e um senador em vias de ser por ela indiciado. Esquece-se também de que foi o PSDB o principal articulador da manobra que visava a alterar, em regime de urgência, o pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal, como amplamente noticiado pela imprensa.
Ao invés de torturar a foto para que confesse algo, faremos melhor em pensá-la como um sintoma. É razoável supor que, se Moro não se importa com as reações que inevitavelmente se seguiriam à uma demonstração de camaradagem com Aécio, é porque confia na inviolabilidade de sua imagem perante a opinião pública.
Tem razão nisso, aliás: tendo suas ações apresentadas dentro de uma narrativa messiânica, que encontra terreno propício de recepção numa sociedade historicamente afeita a depositar suas esperanças de redenção na figura de um Pai Salvador, Moro já não é visto somente como um juiz, mas como símbolo da Justiça.
Símbolos raramente são arranhados por suas eventuais representações imagéticas; ao contrário, definem a moldura cognitiva dentro da qual tais representações serão recebidas. Voltemos, então, à leitura da foto: antes de "dizer" qualquer coisa, o que a imagem efetivamente faz, aos olhos da opinião pública, é confirmar o lugar de Moro entre as personalidades que ditam os rumos do país.
A fotografia é a mais recente peça do fenômeno de hipervisibilidade midiática que ajudou a transformar o juiz na encarnação da Justiça. Como sabe qualquer criança que tenha teimado em olhar para o sol, o excesso de luz ofusca: é por haver se transformado num símbolo que as contradições da atuação de Moro passam desapercebidas. Moro pode afirmar que "ninguém está acima da lei" e, ao mesmo tempo, agir ao arrepio da lei sem sofrer sanção — como quando da divulgação ilegal do grampo da conversa entre Lula e Dilma. Pode fazer política, ao transformar ações questionáveis do ponto de vista jurídico em espetáculos feitos para mobilizar apoio popular, enquanto afirma apenas seguir os ritos que cabem a um juiz de primeira instância.
Interpretar eventos de modo a fazê-los reiterar certezas já dadas pode até ser moralmente reconfortante, mas atravanca a compreensão mais alargada dos fatos. Mais do que a lente do fotógrafo, são as lentes do leitor, calibradas pela contextualização da notícia, que definem os pontos nítidos e cegos de cada imagem, e que podem tirar de foco as contradições que deveriam, estas sim, ser objeto de discussão política.
Antonio Engelke é Sociólogo. Originalmente publicado em O Globo em 19 de Dezembro de 2016.
Quem deve dirigir a Revolução Burguesa no Século XX
Posted: 21 Dec 2016 01:48 AM PST

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O texto abaixo é de autoria de Leo Figueres.
Figueres Leopold (Leo), nascido 27 deMarço de1918, em Perpignan (Pirineus Orientais); morreu em 1 de Agosto de2011. Foi um políticofrancês e uma grande figura da Resistência ao Nazismo e do Partido Comunista Francês.
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A esta questão, os mencheviques respondiam em substância: uma vez que admitir que a revolução tem um caráter burguês, é necessário deixar à burguesia o cuidado de a conduzir para os seus fins, e fazer apenas com que o proletariado vigie, de modo que ela se faça conseqüentemente. Alguns chegaram ao ponto de dizer que nada podia ser feito pelo proletariado que pudesse causar medo à burguesia e levá-la a desviar-se da revolução.
A resposta de Lenin é bem diferente:
"A situação da burguesia como classe na sociedade capitalista, gera inevitavelmente a sua falta de perseverança na revolução democrática. A própria situação do proletariado como classe obriga-o a ser democrata com perseverança. A burguesia olha para trás, temendo o progresso democrático que ameaça reforçar o proletariado. Este nada tem a perder senão as cadeias; tem um mundo a ganhar com a democracia. Também, quanto mais conseqüente fora a revolução burguesa nas suas transformações democráticas, menos se limitará às que têm vantagens apenas para a burguesia. Quanto mais conseqüente for a revolução burguesa, tanto mais vantagens ela assegurará ao proletariado e ao campesinato na revolução democrática.
O marxismo ensina aos proletários a não se afastarem da revolução burguesa, a não se mostrarem indiferentes em relação a ela, a não abandonarem a sua direção à burguesia, mas, pelo contrário, a participar dela de maneira mais enérgica, a travar mais resolutamente a luta pela revolução proletária conseqüente, por levar a revolução até ao fim. Não podemos nos evadir do quadro democrático burguês da revolução russa, mas podemos alargá-lo em proporções enormes; podemos e devemos, nesse quadro, combater pelos interesses do proletariado, por suas necessidades imediatas, e por assegurar as condições em que ele poderá preparar-se para a vitória total".
O proletariado deve assumir, portanto, a direção da revolução democrático-burguesa, mas, para assegurar a vitória da revolução, deve unir a si as massas fundamentais do campesinato. Ora, só o pode conseguir apoiando, fazendo suas toda uma série de aspirações do campesinato, e, em primeiro lugar, a posse da terra, que, por si próprias, têm caráter democrático-burguês, não socialista.
O campesinato é, decerto, politicamente instável, explicava Lenin, pelo fato de que encerra muitos elementos nõ proletários. Mas, a sua instabilidade é bem diferente da burguesia, porquanto se esta está pronta a aliar-se ao czarismo para salvaguardar a propriedade capitallsta, o campesinato, esse, está interessado menos na conservação da propriedade privada do que na confiscação das terras senhoriais que é, portanto, uma de suas formas.
É precisamente por isso que, se a burguesia é incapaz de tomar parte na revolução democrática até o seu termo, o campesinato é capaz de fazê-lo, e a classe operária deve ajudá-lo com todas as suas forças.
Evidentemente, o campesinato não se manterá sempre, e na sua totalidade, um aliado seguro da classe operária quando estiverem realizadas as tarefas da primeira etapa da revolução. Operar-se-á, rapidamente, uma diferenciação em suas fileiras, e apenas os semi-proletários dos campos e os camponeses pobres serão conquistados paa os objetivos socialistas.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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