As narrativas das tropas pró-Janot e pró-Fachin não iriam demorar para começar. Assustados com a rejeição do povo diante do acordo dourado fechado com os irmãos JBS - que deu total impunidade aos irmãos Joesley e Wesley, ao contrário do que ocorreu em outras delações -, Edson Fachin começou a depender de ajuda na propagação de narrativas.
O ministro Luís Roberto Barroso, seu colega no STF, disse que as críticas significam "um cerco" à Lava Jato, mas isto não passa da falácia ad lavajatum, que define alguém como inimigo da Lava Jato apenas por discordâncias em relação a alguns métodos e procedimentos de pessoas que estão longe de representar a operação como um todo.
Criticar o acordo entre a dupla Janot/Fachin e os irmãos JBS não significa qualquer tipo de interrupção à Lava Jato e nem qualquer impacto sobre as provas já fornecidas e delações recebidas.
Ele se posiciona contra a revisão do acordo: "Seria uma deslealdade do Estado, uma vez obtida a informação, não honrar o compromisso que assumiu", declarou Barroso, evocando comentário que extraiu de um voto de Ayres Britto, ex-presidente do Supremo, já aposentado. "Penso que nós destruiríamos a figura da colaboração premiada, que foi decisiva no Brasil para romper o pacto de silêncio que havia nesse tipo de criminalidade", acrescentou.
Uma coisa não podemos negar: ele é um expert na prática de falácias em alta velocidade.
Acima vemos apenas a falácia da consequência, que tenta refutar uma ideia por suas consequências. Porém, Barroso depende de outra falácia: a bola de neve, a qual consiste em partir de uma proposição e encadear outras proposições até chegar a uma conclusão absurda.
A colaboração premiada tem acontecido em vários momentos, sem qualquer dependência da impunidade total. Basta ver o caso de Marcelo Odebrecht, que está abrindo o bico mesmo tendo sido preso. O mesmo está ocorrendo com Palocci.
É enorme o número de pessoas presas e que delatam tudo. Portanto, a proibição de acordos bizarros (e de suas revisões) não irá demover pessoas de delatar. Ademais, o acordo dos irmãos JBS foi quebrado por eles próprios, dado existirem crimes recorrentes, como a especulação a partir de informações privilegiadas e, possivelmente, até um audio supostamente editado. Assim, cancelar este acordo - e ao mesmo tempo manter as provas e as delações já colhidas, matando o argumento de que isso "interromperia a investigação" - é algo mais do que justificado. É imperativo.
Fique atento: de novo, cabe recobrar como Barroso é um expert na prática de fraudes, como neste caso, dos tempos do impeachment, em que ele foi refutado por Felipe Moura Brasil: