O Radar Online fala de uma possível armação do governo Temer em relação ao fim do imposto sindical:
Em reunião no Planalto, o presidente Michel Temer chegou a um acordo com as centrais sindicais. No encontro ficou acertado que o imposto sindical atual deixa de existir com a reforma trabalhista, mas que o governo se compromete a soltar uma MP criando um novo imposto sindical, de livre negociação, uma semana após a medida.
Hoje o trabalhador é obrigado a contribuir com um dia de trabalho por ano ao sindicato de sua categoria. Em alguns casos, portanto, essa contribuição pode aumentar.
Do ponto de vista político, essa é uma importante vitória para Temer porque ele deixa de ter nas ruas contra ele uma categoria com significativo poder de mobilização. Do ponto de vista dos sindicatos, foi uma maravilha. Do ponto de vista do trabalhador comum, um desastre.
Vamos focar especificamente nesta parte: "um novo imposto sindical, de livre negociação", a ser publicado uma semana após a medida.
Ora, se é algo de "livre negociação", então não seria um imposto, mas algo a funcionar como a aquisição de um serviço. Por exemplo, quem compra os serviços da Netflix paga se tiver vontade. Caso não tenha mais vontade, não paga nada. Mas isso não é um "imposto da Netflix". É uma alocação voluntária de recursos.
Se algo está aberto à "livre negociação", o termo "novo imposto" novamente carrega um ar de mutretagem.
A matéria diz que isso faria Temer "deixar de ter nas ruas contra ele uma categoria com significativo poder de mobilização". Mas ao notar que a medida pode restabelecer o novo imposto sindical – que de "livre negociação" não teria nada, pois não seria um imposto – aquela parte da direita que o apoiou temporariamente pode abandoná-lo de vez.
Vamos ficar de olho no que significa essa "livre negociação para o novo imposto". Tem cheiro de treta.