De uns tempos pra cá, Ronaldo Caiado tem se especializado em capitular para a extrema-esquerda. Já chegou a apoiar o voto em lista fechada exigido pelo PT (depois voltou atrás) e agora apoia a antecipação das eleições.
Tentando justificar o injustificável, ele disse:
  • A pergunta que faço: hoje a sociedade se sente atendida por esse colégio eleitoral? Ou estaremos só adiando a crise? Precisamos parar com essa coisa de 'olha, aquele alguém pode ser eleito pelo momento difícil que nós estamos passando'. Gente, vamos parar com esse medo! Temos argumentos suficientes para mostrar que quem provou o governo anterior não quer dele mais. É uma realidade. Essa crise não vai se resolver só com o tempo.
Segundo o senador, "é momento de nós irmos para as urnas, sim, enfrentarmos o debate, ganharmos as eleições. Mostramos que o Brasil quer governante sério".
Essa conversa não engana ninguém. Se ele realmente acreditasse no que diria, não lutaria pela PEC requisitada, mas por uma medida permitindo que qualquer governo que atingisse um nível de impopularidade pudesse ser substituídos por eleições imediatas.
Pode-se apostar que Caiado tem um fiapo de esperança de virar presidente, o que é difícil, pois suas atitudes estão desanimando a direita e não angariam em seu favor nenhum voto da extrema-esquerda. Mas se ele estivesse eleito, gostaria que as pessoas interrompessem seu mandato com o direito de estabelecer novas eleições diretas conforme a vontade?
Se Caiado defende isso (um sistema no qual as eleições diretas podem ser reconvocadas a qualquer momento por casuísmo), deveria afirmá-lo do modo mais claro possível. Caso contrário, só vai restar a imagem do pior tipo de oportunismo.