Alerta Total |
- Samba antecipa Lula x Moro: “Não é nada meu”...
- Prenda os honestos e solte os bandidos?
- Diferença entre Dinheiro de verdade e de mentira
- Dia sem Trabalho
- Os trabalhadores e as reformas
- A Alienação no Socialismo Real
Samba antecipa Lula x Moro: “Não é nada meu”... Posted: 01 May 2017 04:22 PM PDT 2ª Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net O humor irreverente nas redes sociais tem a capacidade de arrasar com a petelândia e adjacências. Vale cantar e dançar o sambinha "Não é nada meu", principalmente com esta edição de imagem primorosa que antecipa o confronto entre Luiz Inácio Lula da Silva x Sérgio Fernando Moro. Dia 10 de maio, Lula vai sentar na 13ª Vara Federal da República de Curitiba. Mais curioso que isto é constatar o quanto o supremo ministro Gilmar Mendes está apanhando nos zap-zaps e facebooks, depois que deu liberdade a Eike Batista. Gilmar já alvo de uma campanha de mobilização internacional, focada em tentar queimar o nome dele em ambientes acadêmicos do mundo jurídico. Situação mais delicada que a dele é a dos ministros do Superior Tribunal de Justiça que a empreiteira OAS ameaça esculhambar na delação premiada de seus cerca de 50 dirigentes. A Folha de São Paulo já antecipou que os alvos são Humberto Martins, atual vice-presidente do STJ, e Benedito Gonçalves. Se o caso realmente avançar – a operação abafa corre a toda velocidade -, a OAS será a primeira empreiteira a forçar a abertura de uma investigação com foco no Judiciário. Nada como tais notícias para animar o final do feriadão. Ameaça lulista Leia a primeira edição: Prenda os honestos e solte os bandidos? Releia o artigo de domingo: Lula usa "delator" Palocci como blindagem?Reveja o artigo de sábado: A Revolução das RatazanasColabore com o Alerta Total Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente com o Alerta Total poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades. Nos botões do lado direito deste site, temos as seguintes opções: I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão. II) Depósito em Conta Poupança da Caixa Econômica Federal ou em agências lotéricas: 2995 013 00008261-7, em favor de Jorge Serrão. OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim. III) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito). IV) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior. Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai! A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 1º de Maio de 2017. |
Prenda os honestos e solte os bandidos? Posted: 01 May 2017 04:57 AM PDT Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net Cientistas (inclusive os políticos) ainda têm dúvida sobre o que pode ser mais resistente: um nó górdio ou um nó quântico? A História relata que o primeiro pode ser desatado com um golpe certeiro, forte e violento. A Ciência avalia que o segundo só pode ser desatado se as faixas forem separadas, mas fica a ressalva de que não é possível a separação sem quebrá-las. O Brasil vive este dilema de muitos "nós" políticos, econômicos e psicossociais a serem desatados. A maioria continua perdendo tempo, reclamando das conseqüências, em vez de entender as verdadeiras causas. Perde-se mais tempo focando nos problemas, em vez de cuidar das soluções. Ainda é gigante a reação das pessoas à necessidade de mudanças estruturais. No máximo, são toleradas "reformas". Embora a situação esteja ruim, ainda é fraca a mobilização para promover melhoras efetivas. Joga-se, comodamente, a culpa nos políticos (craques em dar provas de desqualificação). No entanto, é fundamental a autocrítica: como se comportam aqueles que elegem os "culpados"? Todo mundo constata que o Crime Institucionalizado é hegemônico. No entanto, em vez de entender que só dá para neutralizá-lo com uma Intervenção Institucional, muitos ainda acreditam (cínica, canalha ou burramente) que bastam ações repressivas ou judiciárias para conter os bandidos profissionais. Não bastam. Seja na zelite, na politicagem ou nas facções criminosas de presidiários, eles agem em aliança delitiva com a máquina estatal. Por isso, já passou da hora de compreender que a fonte criminosa, a verdadeira fábrica de criminosos, é o modelo de Estado Capimunista Rentista e seu sistema de corrupção. A Lava Jato é a prova viva de como toca banda da sofisticada criminalidade que age e interege com todas camadas sociais, beneficiando alguns e prejudicando a maioria dos cidadãos. É por isso que os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira precisam parar com a postura pouco inteligente de errar o alvo. Não adianta ficar o dia inteiro, nas redes sociais, metendo o pau em Luiz Inácio Lula da Silva, como se ele fosse o "Poderoso Chefão" do Brasil. Lula é apenas uma peça que se destaca no jogo bruto da política. Lula é conseqüência, e não a causa do sistema. Por isso, atacá-lo, só lhe dá mais força e resistência (apesar do aparente desgaste de imagem). O sistema do Crime Institucionalizado já se reinventa e prepara uma surpresa desagradável para todos que apóiam o trabalho da Lava Jato. Nosso regramento excessivo - com leis que podem ser interpretadas a favor ou contra qualquer um, dependendo da ocasião e da intenção -, já prepara o espetáculo da impunidade. A cúpula do Judiciário já começa a libertar réus famosos da Lava Jato. A prisão domiciliar (com ou sem tornozeleira eletrônica) é uma festa. Aliás, muitos dos condenados na primeira instância já sabem que, graças aos infindáveis recursos, acabarão soltos e (tecnicamente perdoados) no final das contas. Assim, fica evidente que praticar crimes compensa e muito no Brasil. O péssimo exemplo da impunidade só alimenta a volúpia criminosa e incentiva os "bandidos mequetrefes" a agirem com mais desenvoltura, mesmo sabendo que a mão judiciária costuma ser mais pesada com eles. Resumindo o drama brasileiro: Se não houver mudança estrutural, com Intervenção Institucional, o Crime vai se organizar ainda mais e manter sua hegemonia. Do jeito que a coisa desanda, não demora e a situação ficará insustentável até para quem tem o monopólio estatal da força e da manutenção da soberania nacional. As Forças Armadas que se cuidem, porque o Crime Institucionalizado vai acabar com vocês, corrompendo seus membros ou inviabilizando sua atuação por contenção de recursos ou por restrições "legais". Até quando os Generais vão continuar assistindo a um modelo que pune os honestos e beneficia os bandidos? A guerra não é mais ideológica. Mas sim dos honestos contra os bandidos? Já passou da hora de identificar e neutralizar o Crime Institucionalizado. Quem não der um golpe nos bandidos terminará golpeado por eles. Ameaça lulista Releia o artigo de domingo: Lula usa "delator" Palocci como blindagem?Reveja o artigo de sábado: A Revolução das RatazanasEsquecer é melhor Pai Lula Coma-andante Sem foro, nem vela Desprestigiado Colabore com o Alerta Total Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente com o Alerta Total poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades. Nos botões do lado direito deste site, temos as seguintes opções: I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão. II) Depósito em Conta Poupança da Caixa Econômica Federal ou em agências lotéricas: 2995 013 00008261-7, em favor de Jorge Serrão. OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim. III) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito). IV) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior. Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai! O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 1º de Maio de 2017. |
Diferença entre Dinheiro de verdade e de mentira Posted: 01 May 2017 04:50 AM PDT "País Canalha é o que não paga precatórios". Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos Maurício Mantiqueira "Dinheiro é qualquer coisa, relação ou circunstância que faz alguém trabalhar para outrem". "Moeda é o dinheiro garantido por um governo ou um particular". A moeda vem perdendo seu lastro material. Antes era cunhada em ouro, prata e outros metais. Depois passou a ser representada por um pedaço de papel. Hoje é, pricipalmente, eletrônica; só existe nos computadores. Assim sendo, podemos distinguir dois tipos de roubo. O de um bem material e o de um impulso elétrico. Quem leva uma quantidade de minério contradandeada ao exterior causa um dano enorme ao país. Se exporta o bem subfaturado, idem. Diminuindo a arrecadação do poder público, prejudica o funcionamento de hospitais e escolas, por exemplo. Quando a sociedade compreender, finalmente, o montante e forma dos recursos roubados pela corrupção, deverá exigir o repatriamento dos bens físicos desviados ou uma indenização do beneficiário final do ilícito, governos e/ou empresas. O Brasil, detentor de toda a verdadeira riqueza (terras agricultáveis, água, minérios, clima ameno e seu povo ordeiro) deve punir exemplarmente os traidores da Pátria e os ladrões. O castigo deve ser tal que dissuada futuras tentativas. Os canalhas roubaram muito mais que nosso dinheiro. Tiraram a vida de milhões, vítimas da violência, dos que morreram à mingua nas portas de hospitais ou de fome. Pior, deram um mau exemplo aos jovens e desespero aos velhos. Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador. |
Posted: 01 May 2017 04:46 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli Na comemoração do dia mundial do trabalho o brasileiro não tem nada ou quase nada a festejar. Uma data cuja essencialidade poderia ser denominada dia sem trabalho. As convulsões e confusões criadas pelo antigo governo geraram problema de ordem macro e um endividamento substancial, com juros elevados carregando as empresas de ônus tributário e obrigações fiscais, desaguando no estado de insolvabilidade. E a reforma trabalhista irmã gemea daquela previdenciária, mas o mundo precisa conhecer que o Brasil poderá se adaptar aos usos e costumes do primeiro mundo. Os encargos sociais e trabalhistas penalizam a contratação e milhões de reclamações trabalhistas indutoras de uma industrialização do prejuízo da despedida com ou sem justa causa. Avançamos para terceirizar e quarteirizar a produção e reduzir custos da cadeia produtiva. No entanto,hoje o scoring do desemprego é recorde são mais de 14 milhões de brasileiros que permanecem enviando seus currículos e com uma expectativa de contratação. Nada obstante o governo deveria incrementar e incentivar arranjos empresariais com pequenos investimentos e liberação de recursos pois que se conseguirmos colocar um milhão de empreendedores na atividade econômica e cada um contratar três desempregados quase metade do desemprego estaria superada,e para tanto o governo não precisa fazer tanto para isso o BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal abririam microcrédito na faixa de dez até vinte mil reais com carência de doze meses para pagamento com juros reduzidos. As circunstâncias dariam ímpeto e modulariam a intenção de gerar autonomia e independência no que diz respeito às relações trabalhistas. Estamos vivendo a segunda fase e a mais importante etapa da globalização. Não haverá mais carteira assinada e exclusividade de único empregador. O prestador de serviço poderá ter vários interessados na sua tarefa e convencionar aquilo que melhor lhe convier, trabalhar em poucas jornadas, ficar no banco de lista de espera ou buscar investidores para pesquisa científica. Essas novas ferramentas demonstram que o trabalho e o emprego estão cada dia mais escassos, haja vista que o poder aquisitivo em queda e os custos da contratação empregatícia são elevados e não compensam. O serviço poderá ser livremente ajustado e tratado com autonomia e sem espírito paternalista. As pessoas podem convencionar bônus, jornadas menores e disponibilizar prêmios pelo que conquistarem na carteira da empresa. Um empregado expressão em desuso terá condições de prestar serviços fora da empresa e mediante a capacidade peculiar do negócio. Essa mudança substancial da diretriz evidencia que emprego está por acabar e o trabalho será cada vez mais vinculado à área de tecnologia e propriamente informática. Dia primeiro de maio no mundo e o altíssimo desemprego caracteriza como se trata a lógica da contratação e a solução dos problemas ligados à globalização. Dentro dessa esfera que toma conta de todas as situações a tutela protetiva não é feita por benesses sociais mas pelo crescimento e consequente desenvolvimento do tecido social. Vivemos tempos bicudos nos quais a arrumação da casa trará prejuízos sociais mas sem o desenvolvimento motor de uma forte industrialização e o cuidado técnico com o agronegócio, sem duvida alguma, ficaremos patinando entre um minúsculo mercado exterior de molde a ter custos indiretos e diretos com a importação ,na medida em que a maioria dos produtos fabricados se compôem de insumos importados. A integração feita pela globalização e a sensação de um valor agregado da mercadoria acarretam a sinalização do trabalho sem o engessamento da empresa ou camisa de força no empresário que tem um custo social impagável. Vejam o que sucedeu no caso das domésticas criaram tantos benefícios que hoje a maioria opta pela diarista e a mão de obra descortina que há fila de pessoas à procura de emprego, mas em razão de fundo de garantia, décimo terceiro, previdência e mais benefícios o valor quase dobra entre o salário e a remuneração. Em termos de conquistas é muito preferível que o emprego e o trabalho se transformem à altura do treinamento da mão de obra e infraestrutura que necessitamos para permitir que o avanço aconteça nas mais diversas regiões do Brasil. A década perdida agora permite enxergar que más políticas públicas ou demagogias não são capazes de manter acesa a economia e sem credibilidade e confiança vamos vagar entre dias de imprevisíveis momentos e outros de demissões coletivas com o risco do fechamento pela falência ou planos de saída voluntária. Mergulhamos de cabeça na era da incerteza mas sem um norte e calibragem da iniciativa privada os momentos de superação sofrerão a desconfiança das empresas e o ressentimento do mercado que caminha de lado sem uma perspectiva de recuperação dos negócios. Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. |
Os trabalhadores e as reformas Posted: 01 May 2017 04:42 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Renato Sant'Ana Vídeos, registrando a extrema violência que a CUT e o PT usaram no que chamaram de "greve geral", viralizaram nas redes sociais. As cenas covardes de um grupo de jagunços da CUT espancando um único homem indefeso, por exemplo, além de demonstrarem o caráter desonesto da paralisação, fizeram o sindicalismo afundar ainda mais no descrédito. Pior, deram ao governo a percepção de ser fraca a oposição às reformas. O tiro saiu pela culatra e o maior prejudicado é exatamente o trabalhador. Ora, as reformas são necessárias e inevitáveis. Só que poderão terminar atendendo principalmente a interesses nada republicanos: é que, em vez de fazer um movimento para melhorar a qualidade das reformas, o oportunismo da esquerda - empenhada só em atacar a Lava-Jato e Michel Temer, e em sacralizar o PT – acabou ajudando a aplainar o caminho para que tudo saia como quer o governo. "O fracasso da greve pelega lulopetista de hoje [28/04/17] fortalece o Planalto e amplia as condições de aprovação da Reforma da Previdência pelo Congresso", escreveu o JORNALISTA Políbio Braga em seu blog, acrescentando: "A greve só prosperou em franjas do serviço público e em áreas corporativas controladas historicamente pelos comunistas, como bancários e magistério público." Sem a truculência articulada pelas centrais sindicais, o resultado teria sido absolutamente inexpressivo. Mas milhares de trabalhadores realmente foram impedidos de comparecer ao trabalho por causa da violência de bandidos armados e pagos pela CUT e seus aliados da Força Sindical. Foi na porrada que impediram a circulação de ônibus e trens em várias capitais e, por conseguinte, o deslocamento de trabalhadores dependentes do transporte coletivo para chegar ao local de trabalho. A "paralisação" expôs a cara do "movimento sindical" (comandado pelos partidos de esquerda). Mas parece que o Brasil evoluiu um pouco: sobretudo pela baixa adesão, a reação popular deixou a nítida impressão de que a maioria dos brasileiros já não se deixa enganar pela farsa socialista. Que lógica é essa de praticar violência contra trabalhadores em nome de trabalhadores? Veja os verdugos da CUT aqui: Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito. |
A Alienação no Socialismo Real Posted: 01 May 2017 04:39 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos I. S. Azambuja O texto abaixo é o resumo de um dos capítulos do livro "A NOMENKLATURA – Como Vivem as Classes Privilegiadas na União Soviética", de autoria de MICHAEL S. VOSLENSKY, considerado no Ocidente um dos mais eminentes especialistas em política soviética. Foi professor de História na Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba, em Moscou, e membro da Academia de Ciências Sociais junto ao Comitê Central do PCUS. O livro foi editado no Brasil pela Editora Record. NOMENKLATURA, uma palavra praticamente desconhecida pela maioria dos brasileiros, exceto por alguns especialistas, merece tornar-se tão célebre quanto o termo GULAG. Designa a classe dos novos privilegiados, essa aristocracia vermelha que dispõe de um poder sem precedentes na História, já que ela é o próprio Estado. Atribui, a si mesma, imensos e inalienáveis privilégios – dachas e moradias luxuosas, limusines, restaurantes, lojas, clínicas, centros de repouso especiais e quase gratuitos -. ______________ Quando um cidadão da União Soviética, que estudou economia política, chega ao Ocidente, e ali lê a literatura marxista, fica desconcertado pelo coro barulhento que fala do pensamento "antropológico" do jovem Marx, e da "alienação". O soviético pode, a rigor, conceber que Marx, um dia, foi jovem, ainda que, para ele, o fundador do marxismo suscite invariavelmente a imagem típica de um barbudo, em pintura ou estátua, Não associa a palavra "alienação" a absolutamente nada, ou, a rigor, à expressão clássica dos processos: "alienação dos bens do acusado em favor do Estado". Entretanto, pouco a pouco, ele se lembra de ter ouvido esse termo em seu curso de Economia Política; em geral, não se detiveram muito nele. E, subitamente, ele compreende claramente por quê. Marx esforçou-se em dar a seus leitores a impressão de que somente o capitalismo pode provocar alienação. Pode-se evitar aqui uma marcada critica sobre o próprio Marx: a precisão científica teria exigido, com efeito, que ele reconhecesse que a alienação no capitalismo é menos marcada do que as formações sociais anteriores. Um escravo era considerado uma besta de carga, e não demonstrava, evidentemente, nenhum interesse por seu trabalho. O servo também era obrigado ao trabalho, mas ele podia, no entanto, dispor de uma parte daquilo que produzia. No capitalismo, a pessoa do trabalhador é livre; não é um senhor que, pelo seu nascimento, o obriga a trabalhar, mas sim a necessidade de ganhar sua vida. Juridicamente, ele possui os mesmos direitos que seu empregador, se bem que a dependência econômica criou, entre os dois, uma relação desigual. O produtor não tem, evidentemente, interesse em trabalhar além do determinado para aumentar os ganhos de seu patrão, mas, por outro lado, está pronto a fazer horas extras para ganhar mais para si próprio. A alienação é uma realidade, mas é sensivelmente menor que nas sociedades feudais e, é claro, nas escravagistas. Pode-se dizer que a alienação desapareceu no socialismo real? Pelo contrário. Aumentou. Não porque a vitória do socialismo jogou-a definitivamente no passado e a economia política soviética silenciou sobre a alienação, mas porque ela tornou-se uma realidade cotidiana, onipresente. Como poderia ser de outra maneira, quando se sabe que os cidadãos da União Soviética e dos países satélites não têm o direito de meter o nariz nos negócios da Nomenklatura, e que devem contentar-se em executar bravamente as decisões das autoridades, cantando as loas do Partido bem-amado? Isso é alienação? A causa da alienação, para Marx, é a propriedade privada dos meios de produção. Mas a introdução da propriedade coletiva desses meios, pela classe dominante, não mudou nada. A causa da alienação, no domínio econômico, não reside absolutamente, como o supunha Marx, na forma da propriedade. A causa está no objetivo e nos resultados reais da produção. A busca, pelos capitalistas, do lucro máximo, não é, certamente, um objetivo susceptível de incentivar os trabalhadores, daí a alienação no capitalismo. Ora, o resultado efetivo do processo de produção não é somente a exploração dos trabalhadores e o lucro dos patrões, mas também a criação de uma abundância dos bens de consumo; desse modo, os trabalhadores ali encontram retribuições bem superiores àquelas possíveis no socialismo real. Isso mantém a alienação em certos limites, mesmo que se ignore a vida nos países do socialismo real. Ali, não é somente a finalidade da produção, isto é, a consolidação e o alargamento do Poder da Nomenklatura que aliena os produtores: o resultado efetivo, o reforço do aparelho político-militar do Estado em lugar dos bens de consumo, não estimula o interesse que o trabalhador tem por seu trabalho. As exortações da Nomenklatura a trabalhar com entusiasmo são usadas há mais de 60 anos e perderam sua eficácia. Daí, um retorno ao caráter forçado do trabalho, daí, uma alienação crescente, uma ausência de sindicatos livres, uma proibição do direito de greve; daí o retorno a uma legislação que lembra a das monarquias absolutas, para os "vagabundos". A produção da mais-valia, a exploração dos trabalhadores no socialismo real se manifesta por um estranho retorno para as formas pré-capitalistas. |
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