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Na Olim-piada, matam a Onça e o nosso bolso Posted: 22 Jun 2016 03:31 AM PDT Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net A "calamidade financeira", decretada de forma mandrake pelo desgoverno do Rio de Janeiro, levou o governo provisório a dar uma subvenção federal de R$ 2,9 bilhões para supostos investimentos em segurança durante a competição - que é um dos mais lucrativos negócios privados do mundo, subvencionado pelo poder público de cidades sedes e países que aceitam fazer seus contribuintes de otários. O Brasil quebrou porque é refém de um modelo econômico canalha. Os juros altíssimos tornam descontroladas as dívidas da União, Estados e municípios. A usura é mantida nas alturas celestiais para bancar a gastança crescente, sem qualidade e com nenhuma transparência dos entes federativos. Cidadãos e empresários são sempre convidados compulsórios a participar do tal "esforço fiscal": o desgovernos desperdiçam e a gente paga a conta. Somos os porcos que entram com o próprio tocinho para fazer a feijoada das organizações criminosas que assaltam o poder público. Não dá para festejar, como parte da mídia amestrada faz, o acordo fechado pelo genial Henrique Meirelles com os governadores. Em tempos de quebradeira federativa, o governo provisório de Michel Temer fecha um alongamento dos débitos por 20 anos e uma carência de 6 meses no pagamento de dívidas "estatais" com a União. Em janeiro de 2017, os governadores passarão a pagar parcelas mensais crescentes que se tornarão integrais ao final de 18 meses. A União abrirá mão de R$ 50 bilhões, e os Estados ganham uma sobrevida até o próximo descontrole, sempre próximo se a economia continuar desandando. Já que os governadores se deram bem, as prefeituras querem a mesma "vantagem". A Confederação Nacional dos Municípios já mandou uma cartinha ao Palácio do Planalto reclamando da exclusão das cidades. O documento ressalta que apenas a dívida previdenciária municipal atinge absurdos R$ 100 bilhões. O Tesouro Nacional descobriu uma malandragem de contabilidade pública criativa. Estados e municípios fazem maquiagens no tamanho de seus gastos com folha para não ficarem desenquadrados dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os contadores públicos retiram despesas com terceirizados, pensionistas e inativos da conta de pessoal. Também registram apenas a remuneração líquida dos servidores, excluindo os valores pagos com a retenção do Imposto de Renda (IR). Dados oficiais confirmam que oito Estados (SP, RJ, MG, RS, SC, PR, BA e GO), o Distrito Federal e a prefeitura de São Paulo, a despesa com pessoal e encargos saltou de 3,7% para 5,2% do PIB entre 2008 e 2015. O investimento desses entes caiu, no mesmo período, de 0,8% para 0,5% do PIB. A despesa corrente (o gasto com educação e saúde, por exemplo) teve que encolher: de 4,7% para 3,8% do PIB. Agora, a guerra de todos contra todos evolui para o caótico campo econômico - que sofre com a mais brutal crise da História. Empresários querem a mesma "vantagem" dada aos Estados e que os municípios também reivindicam. Dirigentes da Confederação Nacional da Indústria protestam que muitas empresas estão com dificuldade em tomar crédito porque estão inadimplentes com a Receita Federal. A CNI quer um "remodelamento" do Refis e uma alíquota de 3% para o Reintegra (programa pelo qual o governo devolve às empresas porcentual relativo às receitas obtidas com exportação de produtos industrializados). A crise não tem previsão para ser estancada. Esta é a verdade real que nem o poderoso Henrique Meirelles tenta ocultar. As empresas, grandes, médias ou pequenas estão quebradas ou em ritmo de quebradeira. Fecham postos de trabalho, para conter despesas, e acabam matando o paciente com o remédio. O desemprego atinge níveis absurdos. Poucos pagam, poucos vendem e o dinheiro some. Os calotes (forçados ou desonestos) batem recordes. O efeito dominó ferra todo mundo. Mas o Brasil entra em ritmo olímpico... Resumindo: no ritmo da olim-piada, a primeira vítima fatal foi a Onça Juma - que aloprou com a marketagem em torno da passagem da famosa tocha por Manaus, no Amazonas. Depois da Olim-piada, o legado de prejuízos será pago pelo cidadão-eleitor-contribuinte. Fala sério... O Brasileiro não merece uma Medalha cunhada com o Ouro dos Tolos? Democracia estuprada Releia a segunda edição desta terça-feira: Quem quer estuprar Bolsonaro e violentar a Democracia?Veja o artigo de Hélio Duque: Reestruturação Econômica em perigo Leia, abaixo, o artigo do General Santa Rosa: O Cenário Político SocialBaía da Guanabara O ecologista Sérgio Ricardo, Membro-fundador do Movimento Baía Viva, convida para o lançamento do livro "Baía de Guanabara: descaso e resistência" nesta quinta (23/6), às 18:30 hs na sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) - Rua Pinheiro,10 - Flamengo (próximo ao Largo do Machado). Também chama para a BARQUEATA DOS PESCADORES, no dia 3 de Julho de 2016 (Domingo) em Homenagem ao Dia de São Pedro – Padroeiro dos Pescadores: https://www.facebook.com/events/633899420106701/ O protesto é organizado pela a APELT (Assoc. Pescadores Livres de Tubiacanga) e pescadores de Duque de Caxias, Ramos, Marcílio Dias e da Colônia de Pescadores Z-1) e apoio do Movimento Baía Viva. Presentinho de grego Isoladinho Idas e vindas do Maranhão Colabore com o Alerta Total Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente com o Alerta Total poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades. Nos botões do lado direito deste site, temos as seguintes opções: I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão. II) Depósito em Conta Poupança da Caixa Econômica Federal ou em agências lotéricas: 2995 013 00008261-7, em favor de Jorge Serrão. OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim. III) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito). IV) Depósito no sistema PayPal, para doações feitas no Brasil ou no exterior. Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai! A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 22 de Junho de 2016. |
Posted: 22 Jun 2016 03:27 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos Maurício Mantiqueira Amigos queridos se lamentam dizendo: "O país está derretendo e o pessoal de Brasília fica só na enrolação..." É verdade. Mas o que está acontecendo é a vacina das vacas magras. Pessoas que viveram em países onde se guerreava de verdade ( e não metaforicamente) sentem apenas o desconforto pela desordem reinante. Pessoas de bem, ainda se alimentam, se locomovem com receio (não com pânico), trabalham e se permitem até algum laser. Num país onde o egoísmo das "zelites" tolera ruas esburacadas nos melhores bairros, por décadas (entra um palhaço(a) atrás do outro na alcaidia), o que se pode esperar? Numa das maiores e mais dinâmicas cidades do mundo (São Paulo) as "zelites" são formadas por self made men, endinheirados, chucros e arrogantes. Agora atônitos, porque perceberam que acabou-se a era do "jeitinho", tão daninho como o "politicamente correto". A nossa "guerra" é a do fim dos imundos. Impossível antes do surgimento das redes sociais oferecidas pelas novas tecnologias. A classe política esta podre. Vive a luta de todos contra todos. O judas ciário se conspurca cada dia mais. Nunca foi questionado desde o descobrimento. Os pavões serão depenados e servidos a escabeche. Talvez alimentem dona Onça, se ela se dispuser a comer aves "faisandées". O problema é que até a Onça - que aposta e investe nos atletas - acabou morta porque saiu da linha durante a marketegam da Olim-piada... De resto, se alguém chegar ao desespero de não se importar com as consequências, termos magnicídios nunca antes vistos na história deste país. Obra de um mero ogro e de uma mera atriz. Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador. |
Posted: 22 Jun 2016 03:26 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos Henrique Abrão Há pelo menos dez motivos para rejeição do projeto de lei 1572/11,a ser apreciado pela câmara dos deputados,alterando-se a legislação de 1850,a qual apenas tem utilidade no que diz respeito ao direito marítimo, considerando que o código civil em vigor revogou a grande maioria dos dispositivos normativos. A inteligência do espírito normativo não se coaduna com o momento e a inadequação do projeto cala fundo,pois criaríamos entrechoques e fraturaríamos o entendimento jurisprudencial consolidado. Eis os dez motivos pelos quais acreditamos que irá prevalecer o bom senso, a razoabilidade o discernimento dos seus deputados no enfrentamento da questão e na análise plural do cenário nacional: 1) O Brasil vive a sua pior crise econômica revestida de desconfiança e descrédito, com pouco tratados internacionais de livre comércio e desprezível balança comercial exportadora. 2) Nos países desenvolvidos não se cogita mais de codificação mas sim de uma lei geral, a exemplo da Europa que trilha o caminho diploma único para mais de 25 Países do bloco. 3) Mudança substancial na lei das sociedades anônimas e no modelo de fiscalização da legislação e autonomia da comissão de valores mobiliários, pulmão das empresas abertas e prospecção de recursos financeiros visando investimentos. 4) Assimetria do projeto com o código civil e o atual código de processo civil abrindo espaços para divergências e desestabilização da jurisprudência dominante e consolidação de prazos prescricionais e teorias da responsabilidade e desconsideração personalidade jurídica. 5) Fragilidade do capítulo dedicado ao agronegócio sem avançar no seguro safra, na cadeia integrativa produtiva, na dispersão dos títulos rurais, no financiamento privado, nas parcerias público privadas e fundamentalmente nos contratos agrícolas sazonais. 6) Reforma do capital das sociedades empresárias para adoção daquele mínimo conforme atividade e a implantação das juntas comerciais eletrônicas com informes atuais do principal CNPJ e das sucursais, filiais, inclusive com dados da atividade no exterior. 7) Redimensionar os contratos empresariais e estilizar o de franquia,de vendor, de faturização, de representação comercial, de agenciamento, de transporte de modo a criar uma simetria e harmonia empresarial de modelos. 8) Disciplinar com horizonte o direito aéreo,maritimo (fundamental) e o terrestre, envolvendo os agentes e todos os participantes da cadeia com desenvoltura das relações de consumo. 9) Repensar o setor de marcas e patentes de modo a privilegiar o registro de marca e ampliar a proteção no Brasil e no Exterior com prazos e políticas favoráveis à registrabiidade. 10) Dar um conteúdo programático ao comércio eletrônico e aos títulos de crédito de modo a traçar um entrelaçamento e projetar novas formas de riqueza e participação dos setores no produto interno bruto. Essas são apenas algumas das circunstâncias que se reportam ao texto já desatualizado e remendado do projeto de 2011, na atual quadra da sua história o Brasil precisa, antes de mais nada, preparar o terreno, criar condições de ambiente empresarial, com ética e moral e rever as políticas intervencionistas desgastantes, como no passado vivemos em relação aos preços dos combustíveis e a matriz do setor elétrico, até hoje causando sérios e graves problemas para os consumidores industriais,residenciais e comerciais. Ao lado de tudo isso sem redução das taxas de juros nenhum código comercial, o nome já é incorreto, deveria ser código empresarial, dentro do direito dos negócios, temos um índice de 50% de empresas sem liquidez, de um total de 8 milhões que existem no País. Olharmos mais objetivamente para as pequena e micro, além do MEI e EIRELI, já que essa capilaridade representa 90% de toda a economia de esforços realizada no País contratando, empreendendo e dando soluções de mercado para a solução da crise. Empalmando a realidade, o momento é inadequado, inoportuno, desatento,divorciado, e cruel para uma reforma empresarial, com a explosão de recuperações e índices alarmantes de falências. O legislador haverá de ter o grau de responsabilidade para uma mudança pontual em determinados diplomas normativos,desde a lei de companhias, da cvm, das sociedades, da recuperação e falência, dos contratos, a fim de que, no futuro não muito distante, possamos rediscutir com noções fundamentais diante de uma economia que apresente crescimento e desenvolvimento, não agora que temos PIB negativo. Acaso pudermos dar um exemplo de comparação seria o mesmo que,diante de um paciente infartado (economia brasileira) acenássemos com cirurgias bariátrica, lipoaspiração e plástica,deixando de colocar stents ou realizar procedimento adequado ao tratamento e salvação do paciente. É bem isso que o congresso nacional pretende fazer uma plástica na legislação para dizer que teremos um diploma empresarial atual, sem antes se preocuparem em remodelar o que é essencial e inadiável para um ambiente gerador de confiança, crédito e substancialmente de investidores, frente às regras claras e parâmetros exigíveis que nos possibilitem enxergar o futuro com olhos de esperança e superação do flagelo da corrupção. Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo. |
Posted: 22 Jun 2016 03:26 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Gilberto Pimentel A discussão sobre a existência de petróleo no Brasil, em quantidade economicamente compensadora, seu tipo, localização das jazidas, forma de exploração, propriedade da companhia exploradora, participação da união e de capitais estrangeiros nessa indústria, por longo tempo apaixonou o Brasil. O Clube Militar participou intensamente dessa discussão que refletia, na verdade, a posição dos dois principais grupos de sócios: os que defendiam o monopólio do Estado, aí englobados os nacionalistas convictos – os queremistas – e os que acreditavam que a exploração do petróleo deveria ser feita por grandes grupos internacionais, em virtude da expertise e do grande vulto de capitais necessários ao empreendimento. Todos patriotas. As posições do Clube e de seus associados, expostas na Revista do Clube Militar, provocaram amplos e acalorados debates pela imprensa, pois o Clube firmava posição em defesa da exploração do petróleo por empresas nacionais, de acordo com as conclusões da Comissão de Estudo do Petróleo do Clube Militar, de 13 de maio de 1952. Com a criação da Petrobrás, o Clube viu-se recompensado pela luta que empreendera, e a companhia homenageou essa participação decisiva com duas placas comemorativas, hoje afixadas no 3º andar da Sede Central. Nos dias que correm, como decorrência da situação pré-falimentar a que a empresa foi levada nesses últimos anos, pessoas, interpretando suas próprias ideias ou a de entidades que representam, com frequência nos procuram para lembrar as responsabilidades do nosso Clube. Criticam as medidas que o governo provisório recentemente instalado vem adotando no sentido de resgatar a imagem e restaurar as finanças da empresa, protagonista de um dos maiores escândalos políticos e econômicos que já se teve notícia no mundo empresarial, frutos, sobretudo, de investimentos criminosos e da corrupção institucionalizada. Passam essas medidas, também e necessariamente, pela rigorosa investigação dos fatos e pelo consequente afastamento e rigorosa punição dos responsáveis. Antes dessa depuração, antes de eliminar toda essa sujeira, de salvar a empresa da derrocada total, enfim, julgo muito difícil retomar qualquer discussão quanto ao futuro do uso e exploração do petróleo pelo país que conte com a participação do Clube. A Petrobras, antes orgulho nacional, hoje, passou a ser caso de polícia. Além disso, aqueles que nos procuram para manifestar sua contrariedade com as indispensáveis ações saneadoras relativas à recuperação da empresa, não escondem o viés político-partidário que os animam, classificando o novo governo como golpista, e pregando o "restabelecimento da Democracia", em outras palavras a volta do "status quo ante" o que não faz nenhum sentido, pois negam-se a admitir que exatamente o lulopetismo foi o principal responsável pelas agruras que hoje vivemos. Da mesma forma, essas pessoas, em geral, utilizam também de forma equivocada o termo "nacionalismo" referindo-se ao Clube Militar para invocar posições tradicionalmente assumidas pela instituição ou por seus integrantes. É bom que saibam que para nós, o nacionalismo é um sentimento patriótico de vinculação do indivíduo à nação, que se manifesta em atitudes e ações políticas, econômicas e sociais espontâneas e construtivas, dando prioridade ao que nos é próprio e aos interesses nacionais. Não é, necessariamente, dirigido contra ninguém ou contra qualquer ideia que não nos agrida. Bem diferente pois do que é explorado pelos movimentos revolucionários de esquerda como ideologia intermediária que pretende induzir nos integrantes da sociedade nacional atitudes e posturas antiimperialistas e, por extensão, anticapitalistas e antiliberais. É preciso todo o cuidado diante de opiniões ou documentos oriundos de partidos esquerdistas, pois a linguagem que empregam é, maliciosamente, deturpada para que concordemos com ela. A Petrobras voltará a ser a filha dileta do Clube Militar e orgulho dos brasileiros. Gilberto Pimentel, General, é Presidente do Clube Militar. |
Reestruturação Econômica em perigo Posted: 22 Jun 2016 03:23 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Hélio Duque De modo geral, a sociedade brasileira, mesmo áreas bem informadas, e a grande maioria da classe política, despreza e ignora os fundamentos da macroeconomia. Ainda agora, quando o Brasil se vê mergulhado em uma das maiores crises da economia mundial, demonstram não ter dimensão real da sua profundidade. Pelo lado político o tradicional fisiologismo emerge com chantagens e ameaças de variadas gradações. O afastamento constitucional de um governo irresponsável, gerador de crise devastadora, gerou uma realidade original: o que era "péssimo" evoluiu para o "ruim", com esperança de alcançar o "regular" em tempo determinado. A confiança relativa e sinalização na economia demonstram ser possível fugir da hecatombe. Uma equipe competente e qualificada administrando a política econômica sinaliza a procura de rota segura para, no médio prazo, retirar o País da devastadora recessão. Sem apoio político e parlamentar torna-se impossível atingir os objetivos. Não será fácil o roteiro para imprimir novos e seguros rumos para o amanhã. Desemprego recorde, acima de 12 milhões, empresas endividadas, demissões em ritmo crescente, inadimplência das pessoas físicas e jurídicas crescente, falência de médias e pequenas empresas e investimentos paralisados, retratam a realidade. A severidade da crise, com perda acumulada do PIB (Produto Interno Bruto), nos últimos anos, foi mensurada pela consultoria inglesa Oxford Economics: a renda "per capita" dos brasileiros que atingiu 14.970 dólares em 2013, demorará 10 anos para voltar ao mesmo nível. Alimentar otimismo no curto prazo não é uma visão realista. É imperativo alertar a sociedade que a crise vai se agravar nesse 2016, com perspectivas de mediano crescimento para 2017, possibilitando crescimento sustentável a partir de 2018. A recuperação da economia não dependerá unicamente da ação do governo interino de Michel Temer, mas essencialmente do Congresso Nacional. Aprovando as medidas convergentes nas áreas fiscal, administrativa e sociais que retirem o Brasil do dramático buraco construído por governantes incompetentes. Sem a participação ativa do Legislativo, aprovando leis e medidas fundamentais, será impossível a retomada de um caminho seguro para recolocar a sociedade brasileira na senda do crescimento econômico, igualmente do crescimento social. O fator de risco para o alcance dessas metas reside no Congresso Nacional. Paralelamente, observa-se que o transitório governo Temer deve e tem de operar em duas frentes distintas; semelhante ao bêbado e o equilibrista: a primeira, sua competente equipe econômica constrói um caminho seguro com propostas de reformas que exige votação congressual; a segunda, até a votação final do impeachment será refém dos 54 votos de senadores para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. O julgamento previsto para meados de agosto está gerando, pelo que vem sendo noticiado, realidade de insegurança. Se além dos 22 votos que obteve, capturar mais seis senadores, ela voltará à Presidência com terríveis reflexos para a vida nacional. Reimplantaria a situação caótica da economia, aprofundando a crise e mergulhando o Brasil em um vôo cego. O fisiologismo na Câmara dos Deputados foi sempre às claras. No Senado, cultivou-se relativa sofisticação. Agora parece que houve nivelamento com vários senadores negociando voto nos dois blocos, outros pregando a abstenção e alguns admitindo a ausência na votação final. Vários outros pregam novas eleições presidenciais para retirar o Brasil do atoleiro político. No seu "bunker", no Palácio Alvorada, a presidente afastada, procurando garantir os votos dos senadores indecisos, acena com o compromisso de, voltando ao poder, convocar consulta popular, via plebiscito. Sonho de verão de uma presidente que não conseguiu 174 votos na Câmara que impediria o seu afastamento. Conseguiria agora votos suficientes para aprovar lei garantindo a consulta popular? Ante esse cenário, a opinião pública deve se mobilizar, com urgência, para cobrar dos senadores indecisos suas responsabilidades com o Brasil. Admitir que possa ser possível um programa de transição para o país, com o retorno de Dilma Rousseff é recolocar a economia nos trilhos de uma hecatombe social e política. Os senadores indecisos dotados de responsabilidade e inteligência, não podem dar as costas aos brasileiros. O governo interino da República se não é o ideal, foi o possível para o dramático momento da vida nacional. Se na área política vem cometendo equívocos, na área econômica a prioridade ao equilíbrio financeiro buscando a aprovação de medidas que recoloque o País nos trilhos do crescimento, significa adotar política econômica fadada a resposta positiva no médio prazo. A alternativa para o Senado é clara: ou aprova o impeachment ou se restabelece o caos. |
Serviços de Inteligência de Israel Posted: 22 Jun 2016 03:21 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos I. S. Azambuja GLOSSÁRIO DE TERMOS E SITE DE RECRUTAMENTO Academia (Midrashã) – Oficialmente chamada de residência do Primeiro-Ministro. Na verdade é a escola de treinamento do MOSSAD, ao norte de Tel-Aviv. Agente – Termo comumente mal utilizado. Agente é um recruta, não um funcionário local de uma Agência de Inteligência. O MOSSAD tem cerca de 35 mil agentes através do mundo, sendo 20 mil deles operacionais e 15 mil residentes. Os agentes "negros" são árabes, enquanto os agentes "brancos" são não-árabes. Agentes de "alerta" são agentes estratégicos, utilizados para avisar sobre preparativos de guerra. Por exemplo: um médico, num hospital sírio, que observa a chegada de um grande suprimento de medicamentos e drogas; um funcionário do porto que percebe um aumento de atividades em navios de guerra. Al – Uma unidade secreta de katsasexperimentados que trabalham, sob profundo disfarce, nos EUA. Aman – Inteligência Militar. Apam (Avtahat Paylut Modienit) – Segurança Operacional de Inteligência. Bablat – Significa "misturar as bolas", ou bilbul baitsin: falar bobagens. Baldar – Mensageiro. Bat Leveyha – Acompanhantes mulheres, não para sexo; geralmente mulheres locais, não necessariamente judias, contratadas como agentes assistentes. Benelux – A divisão do MOSSAD responsável por Bélgica/Holanda/Luxemburgo. Bodel (plural: bodlim) – Ou lehavdil.Intermediário, mensageiro entre casas de segurança e embaixadas, ou entre várias casas de segurança. Casa de Segurança – Na verdade chamadas de "apartamentos operacionais" pelo MOSSAD; apartamentos ou casas de propriedade do MOSSAD, ou por ele alugados, para reuniões secretas e base de operações. Combatentes – Os verdadeiros "espiões": israelenses mandados aos países árabes para trabalhar sob disfarce. Condução – Recrutamento de uma pessoa para se chegar a outra. Dardasim (Smerfs) – Um subdepartamento do Kaisarut; eles trabalham na China, África e Extremo Oriente, estabelecendo relacionamentos. Desenvolvimento – Ligado à unidade militar 8520; fabricam cadeados especiais, maletas com fundos falsos, etc. Diamante (yahalomim) – Unidade do MOSSADque trata de comunicações para os agentes nos países-alvo. Duvshanin – Geralmente soldados das tropas de manutenção de paz da ONU, pagos para transportar mensagens e pacotes para lá e para cá, através das fronteiras israelenses-árabes. Estruturas (Misgarot) – Unidades judias de autodefesa, organizadas em todo o mundo. Falach – Fazendeiros, camponeses árabes no Líbano, muitas vezes recrutados pelos militares israelenses enquanto agentes de baixa categoria. Gadna – Brigadas da juventude paramilitar israelense. Hets Va-Ksehet (arco e flexa) – O emblema do campo de treinamento de verão da Gadna. Humant – Inteligência humana. Coleta de informações a partir de seres humanos. Inteligência direta – Movimentos ou atividades físicas concretas que se pode observar. Por exemplo: movimento de armas ou tropas, ou prontidão em hospitais ou portos, para a guerra. Inteligência de Fibra – Observações que não são físicas, tais como indicadores econômicos, rumores, moral, sensações gerais. Instituto – Nome formal do MOSSAD. Em hebraico, MOSSAD significa Há Mossad le Modiyn ve le Tafkidim Mayuhadim. Em português, Instituto de Inteligência e Operações Especiais. Jumbo – Informação coletada por oficiais deliaison do MOSSAD, junto a oficiais de liaison da Inteligência estrangeira, por exemplo, a CIA. Kaisarut (originalmente Tevel) – Liaison nas embaixadas israelenses; conhecidos como Oficiais da Inteligência pelas autoridades locais. Katsa – "Oficial de Coleta" ou "oficial". OMOSSAD tem apenas 35 em operação, recrutando agentes inimigos por todo o mundo, em comparação com as dezenas de milhares dos Serviços de Inteligência russos e da CIA. Kfshft (Mais tarde Neviot) – "Arco". Coleta de informação a partir de objetos inanimados. Por exemplo: equipamentos de escuta. Kidon ("Baioneta"). Braço operacional do Metsada, responsável por execuções e seqüestros. Komemiutf – Ver Metsada. Ksharim (Nós) – Registros por computador sobre quem está ligado a quem. Lakam (Lishksa lê Kishrel Mada) – Bureau deLiaison de assuntos científicos do Primeiro-Ministro de Israel (traduzindo: armamento nuclear). Lap (Lohamah Psichlogit) – Guerra psicológica. Luz do Dia – Estado de alerta máximo num posto do MOSSAD. Mabuah – Alguém que traz informação de uma fonte de informação, ao invés de diretamente. Malat – Ramo da liaison que trata da América do Sul. Marats – Ouvintes. Masluh ("Rota"). Sistema utilizado para autoproteção, para verificar se está ou não sendo seguido. Maulter – Palavra hebraica que significa "não planejado". Utilizada para descrever rota se segurança não planejada ou improvisada. Meluckha - Originalmente Tsomet ("reino") – Departamento de Recrutamento que lida com os Katsas. Metsada (mais tarde komemiute) – Altamente secreto, como um mini-MOSSAD no interior doMOSSAD. Trata dos combatentes. Misgarot – Ver "Estruturas". Mishlashim ("Triplicadores") – Encomendas e cartas-bombas. Molich ("Condutor") – Como cão de cego, pessoa que é recrutada não por si mesma, mas para conduzir outra pessoa. Naka – Sistema de escrita uniformizada doMOSSAD, utilizada em relatórios de operação e informação. Neviot – Ver Keshet Oficial – Na maior parte dos Serviços de Inteligência, o nome utilizado no lugar do Katsa doMOSSAD. No MOSSAD, os Oficiais são os membros do Metsada, que lidam com os combatentes. Obter – Árabe pago para ajudar a estabelecer contato com outros árabes, freqüentemente utilizado no processo de recrutamento, geralmente recebendo de 3 a 5 mil dólares por mês, mais as despesas. Paha (Paylut Hablanit Oyenet) – Atividades hostis de sabotagem. País-Alvo – Qualquer país árabe. País-Base – Qualquer país onde o MOSSADtiver bases. Rota – Ver Maslut Saifanim ("Peixe Dourado") – Departamento doMOSSAD que trata da OLP. Saltadores – Katsas lotados em Israel, que"saltam" para vários países por curtos períodos, em oposição aos katsas de fato lotados no estrangeiro. Sayan (plural: sayanim) – Auxiliares voluntários judeus fora de Israel. Sete Estrelas – Diário pequeno, encapado em couro, que os katsas levam consigo, contendo números de telefone e contatos em código. Shaback – Equivalente israelense do FBI. Força de Segurança interna. Shicklut – Departamento que trata do pessoal da escuta, ou seja, os marats. Shin Bet – Nome antigo do Shaback. Tayeset – Código para o Departamento de Treinamento. Teud ("Documentos") – Fabricação de documentos, como passaportes. Tevel – Ver Kaisarut. Tsafririm ("Brisa da Manhã") – Organiza comunidades judias fora de Israel e ajuda a montar suas estruturas. Tsiach (Tsorech Yediot Hasuvot) – Encontro anual de organizações de Inteligência militar e civís israelenses. Também o nome do documento que descreve as necessidades da Inteligência para o ano seguinte, listados em ordem decrescente de importância. Tsomet – Ver Meluckha. Unidade 504 – Um mini-MOSSAD. Unidade de coleta de Inteligência para o Exército, para a Inteligência que atravessa a fronteira. Unidade 8200 – Unidade militar que lida com toda a comunicação interceptada pela Inteligência de Israel. Unidade 8513 – Ramo da Inteligência Militar encarregado da fotografia. Yarid ("Feira Rural") – Equipes encarregadas da segurança européia. * * * Mossad cria 'site' permanente de recrutamento de agentes O MOSSAD abriu, pela primeira vez, um site permanente que possibilita o cadastramento de interessados e que anuncia vagas, como as de motorista de ônibus e garçon. A página eletrônica (www.mossad.gov.il) oferece dezenas de empregos, desde os de Engenheiros até os de Técnicos em Eletro-Óptica e Engenharia Mecânica, por exemplo. Uma página provisória do MOSSAD na qual eram procurados agentes foi publicada no ano de 2002. O site permanente foi elaborado pelo Escritório de Publicidade do governo israelense e nele há informações em inglês e em hebraico sobre a história e os objetivos da organização. Segundo as palavras do diretor da agência, Meir Dagan,''o Estado de Israel impôs ao MOSSAD a tarefa de coletar informações e de levar a cabo operações especiais encobertas no estrangeiro. Seu objetivo é identificar e bloquear ameaças ao Estado e aos seus cidadãos, assim como reforçar a segurança do país''. O MOSSAD também se encarrega do desenvolvimento e da manutenção de relações diplomáticas especiais e encobertas, da prevenção do desenvolvimento e aquisição de armas não convencionais por países hostis, da prevenção de atividades terroristas contra alvos israelenses e, de trazer ''judeus para casa'', de países onde as agências oficiais israelenses não têm permissão para operar abertamente. Meir Dagan especifica que os serviços secretos israelenses buscam "talento, dedicação e coragem' e que sua população ''sempre foi consciente de seus objetivos: manter a confidencialidade e servir leal e modestamente''. Outros atributos dos membros do MOSSAD são ''justiça, honestidade, integridade, responsabilidade pessoal, confiabilidade, disciplina e discrição." |
Posted: 22 Jun 2016 03:18 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Maynard Marques de Santa Rosa PREÂMBULO A sensação de insegurança e a incerteza do mercado de trabalho são os traços da conjuntura que marcam a realidade brasileira atual. A elas somam-se a desconfiança criada pela corrupção e a falta de esperança no futuro. A realidade maquiada pela mídia, no entanto, mostra um mundo diferente, como a sugerir que não se vive o que se sente. Essa manipulação confunde o discernimento das pessoas, gera insegurança e lhes afeta o senso de julgamento. Como é inerente à natureza humana interpretar a realidade segundo as próprias aspirações, a versão que tende a prevalecer é a dos sofismas que encantam o povo. Por isso, é fácil enganar a opinião pública. Em acréscimo, o comportamento do brasileiro é notoriamente imprevisível. Essa instabilidade provém do descaminho do inconsciente coletivo, um cadinho de arquétipos herdados dos povos formadores da raça, que provoca impulsos emocionais imponderáveis. Segundo Gilberto Freyre, é uma característica da mestiçagem psicológica, um traço da personalidade coletiva de consolidação mais lenta do que a miscigenação biológica. Diante dessa realidade, interpretar o cenário brasileiro é tarefa arriscada para qualquer analista. Por isso, faço a ressalva de que os comentários a seguir retratam apenas a minha visão pessoal, sem a pretensão da verdade absoluta. Dito isto, passo a abordar o tema, começando pelo cenário do momento, para, depois, projetar os possíveis cenários de transição e chegar às considerações finais. O CENÁRIO POLÍTICO-SOCIAL O Brasil ainda não superou o estágio da adolescência sociológica. Porém, é inegável o progresso político já alcançado, fruto de uma evolução não linear, pela vivência histórica de alternativas diversas, correspondente aos ideais civilizatórios de cada época. Uma conquista recente que comprova o avanço político é a Lei de Responsabilidade Fiscal, por não mais permitir artifícios como a emissão de moeda, para cobrir os rombos das contas públicas. No campo da política brasileira, estudos demonstram que as coligações são sempre pragmáticas, isto é, formadas por interesses e não por ideias. A exceção à regra pertence aos socialistas militantes que, investidos de cargo executivo, tendem a usar a ideologia como uma espécie de muleta, para a solução de problemas que transcendem a sua capacidade de resolvê-los. A guinada do Brasil para a esquerda começou com FHC. Com um passado de militância socialista, sua aparente conversão ao neoliberalismo ocultava uma intenção transformadora de longo prazo, nos moldes da Escola Fabiana britânica. Seu governo conseguiu afastar a influência nacionalista dos militares do centro decisório político, ao relegar o Conselho de Defesa Nacional e criar o Ministério da Defesa.Esse ministério nasceu sob a inspiração da doutrina preconceituosa do "Controle Civil Objetivo", criada pelo estrategista americano Samuel Huntington. Na prática, enquanto adotava a receita econômica do Consenso de Washington, para contentar seus padrinhos estrangeiros, FHC, paralelamente, fomentava os movimentos sociais, com a criação da Lei das OSCIPs, que permite o financiamento público dos movimentos sociais, pavimentando o caminho para o PT. Para chegar ao poder, o PT abriu mão do seu discurso messiânico. A carta de Lula ao povo brasileiro, de 22 de junho de 2002, avalizada pela aliança pragmática com o PMDB, firmou o compromisso partidário de respeitar os contratos e as regras do jogo democrático, para acalmar as correntes conservadoras. Em sua origem, o PT acalentava o pensamento do jurista Raimundo Faoro. Em seu livro Os Donos do Poder, Faoro mostra que o sistema econômico brasileiro não é capitalista nem socialista, mas patrimonialista, e que o responsável pelo atraso da economia nacional é o que chamou de estamento burocrático. Essa opinião era consenso nos meios intelectuais do país e, a partir da década de 1970, incorporou-se como bandeira de esquerda. A chegada de Lula à presidência da República, no entanto, fez prevalecer a perspectiva de poder ilimitado, que se abria sob os auspícios da ideologia de Antonio Gramsci. Essa doutrina,descrita nos "Cadernos do Cárcere" daquele filósofo comunista italiano, foi acolhida pelo Foro de São Paulo, que é a matriz de quase todos os movimentos sociais da América Latina. O Foro de São Paulo foi criado por Lula e Fidel Castro, em 1990, após o colapso do comunismo na Europa, para ser a Internacional Socialista da América Latina. Na sua primeira conferência, tratou de discutir o futuro do socialismo e as compensações ao regime cubano pela perda dos subsídios soviéticos, que representavam 40% do PIB de Cuba. Orienta a política de relações exteriores do Brasil, com o propósito de fomentar a integração política, econômica e cultural da América Latina, dentro dos parâmetros socialistas. Atualmente, congrega mais de 100 entidades, legais e ilegais, inclusive o PT, PC do B, PSTU, PDT, o MST, o PC de Cuba, o PSUV (Venezuela), as FARC (Colômbia) e o MIR (Chile). A doutrina Gramsci é um plano de campanha psicológica, que tem como meta "desconstruir" os fundamentos da sociedade "burguesa", a fim de impor a sociedade marxista; em outros termos, reverter a liberdade individual, conquistada a duras penas a partir da Revolução Francesa, a um estágio civilizatório estalinista e pré-feudal. Para isso, preconiza a infiltração generalizada da administração pública e dos setores dominantes da sociedade, mediante a "ocupação de espaços", a fim de conquistar a "hegemonia", isto é, o consenso da opinião pública em torno das teses do partido, legando-lhe a hegemonia política, social e econômica. Ao assumir o poder, o PT passou a priorizar o seu projeto subterrâneo, com o uso da propaganda de massa e do Terceiro Setor, enquanto agia pragmaticamente na condução dos negócios públicos. Sem um plano de ação, simplesmente, improvisou a sua gestão, dando sequência à administração anterior. A "ocupação de espaços" já atinge 22,7 mil cargos de nível DAS, somente na administração direta e nas estatais. O escritor Olavo de Carvalho afirma que a mesma estratégia foi aplicada às redes de ensino e cultura, reduzindo-as a instrumentos de formação de militância. Como resultado, a cultura no país degradou-se e a opinião pública perdeu a sua capacidade crítica. O projeto de transformar os costumes foi codificado em política pública no PNDH-3, contando com os contratos milionários de propaganda e a utilização dos movimentos sociais na mobilização permanente da população. Meus amigos, o Estado é um leviatã biruta, que não tem o direito de impor costumes à sociedade, sobretudo quando guiado por um partido que a corrompe, para dominá-la. Paralelamente, no papel de "intelectual coletivo", o partido passou a fomentar os "movimentos de minorias", ironicamente, plantados por fundações internacionais com interesses inconfessáveis. Essa estratégia tem subvertido o quadro de valores da maioria e contribuído para semear a confusão, levar a opinião pública à anomia e a população urbana à criminalidade. Contudo, teve de lançar mão das grandes empresas privadas, para atender ao compromisso ideológico de socorrer os regimes e movimentos de esquerda da América Latina. Numa imitação do modelo chinês, passou a investir recursos do BNDES e dos fundos de pensão em setores estratégicos que impactam o PIB, como a construção civil, o petróleo e a indústria automobilística, criando megaempresários dependentes do Estado. Na verdade, a política de fomentar "players" internacionais embute uma armadilha ideológica: numa fase posterior, esses setores podem vir a ser estatizados. Ironicamente, o artifício fez crescer ainda mais o patrimonialismo no Brasil, frustrando os intelectuais de esquerda fiéis ao ideário original. Em pouco tempo no poder, o Partido se deu conta de que o apoio da sua coalizão parlamentar era incerto, por exigir uma negociação para cada projeto do governo. Para garantir apoio contínuo, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, concebeu o chamado "mensalão", como descrito pelo delegado Romeu Tuma Jr., à página 144 do seu livro Assassinato de Reputações. O sociólogo Marco Antonio Villa, em Um País Partido, afirma que a administração petista transformou o Palácio do Planalto em um grande balcão de negócios; o Poder Executivo ganhou o controle dos outros dois poderes e o próprio STF passou a ser um "puxadinho" do Palácio do Planalto. A condenação posterior dos principais dirigentes partidários por corrupção erodiu o discurso petista pela ética na política. Graças ao fenômeno do lulismo, a corporação petista teve uma hipertrofia considerável nos últimos doze anos, mas a sua alma parece ter decrescido na mesma proporção, arrefecendo o ardor da militância. Recentemente, a operação "Lava-Jato", da Polícia Federal, trouxe a público a notícia de corrupção generalizada na Petrobras, transformada pelo PT em instrumento político. Somente a parte já comprovada dos recursos envolvidos na fraude equivale à soma dos orçamentos nacionais da Bolívia e do Paraguai. A planilha entregue por Pedro Barusco torna pública a distribuição de R$ 1,2 bilhão de propina ligada aos 89 maiores contratos, no montante de R$ 97 bilhões. O próprio balanço de 2014 da estatal estimou as perdas totais por má gestão em R$ 44,6 bilhões. O prejuízo foi contabilizado em R$ 21,6 bilhões, inclusive o valor das propinas, orçado em R$ 6,2 bilhões. Por essa mesma operação, descobriram-se ligações ilícitas com outras estatais, envolvendo recursos de vulto do BNDES e dos Fundos de Pensão, parecendo demonstrar que a corrupção tornou-se endêmica no País e que não se restringe à militância do PT, mas implica, também, políticos dos partidos da base aliada e até mesmo da oposição. Nos últimos 12 anos, potencializou-se a crise do setor público, por gestão ineficiente e falta de transparência. A administração não tem sido capaz sequer de executar o orçamento anual. Não há segurança jurídica para os grandes empreendimentos. O Estado foi hipertrofiado e o seu custo vegetativo tornou insuportável a carga tributária. A economia estagnou-se em 2014, enquanto a taxa de inflação continua a crescer. O governo não cumpriu o superávit primário de R$ 99 bilhões e ainda teve de postergar débitos no valor de R$ 226 bilhões, como restos a pagar em 2015. Segundo o ministro Joaquim Levy, o déficit das contas públicas foi de 7,5% do PIB (= R$ 90,3 bi); e a dívida interna chegou a R$ 3 trilhões. Atualmente, o governo tenta aplicar o ajuste fiscal e aumentar a carga tributária, para estabilizar a economia, mas mantém intocada uma estrutura gigantesca de 38 ministérios. Somente a despesa anual dos aluguéis de imóveis necessários para abrigá-los custa R$ 1bilhão. Os indicadores do ajuste demonstram frustração da meta, pois que a receita já caiu 4,4%, devido à recessão, enquanto que a redução da despesa foi de apenas 0,8%. Por sua vez, o sistema representativo está, igualmente, hipertrofiado e caro, o que causa a paralisia do Legislativo. São 32 partidos políticos, muitos deles criados para sigla de aluguel; 513 deputados federais e 81 senadores. O gigantismo contribui para retardar a solução de problemas candentes, como o da segurança pública, e faz o Legislativo ceder espaço aos demais poderes. Os sintomas gerais são de crise política. O apoio do PMDB ao governo não é mais confiável. A popularidade da presidente caiu para um dígito. Ela havia se afastado do seu vice, desde que ele apoiou a candidatura de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, mas viu-se forçada a delegar-lhe as relações institucionais com o Congresso, o que implica as negociações dos cargos de 2º e 3º escalões. Portanto, o Executivo não consegue esconder a própria fraqueza, e isso gera uma distorção do sistema presidencialista, forçando a presidente a aceitar uma espécie de "status" parlamentarista. E a insegurança pública, sobretudo nos grandes centros, é tida como alarmante pelo historiador Bóris Fausto. Por sua vez, os decantados avanços sociais restringiram-se a uma camada clientelista, em detrimento do progresso geral. A oposição, no entanto, não consegue se afirmar como alternativa de mudança, talvez por estar contaminada da mesma sequela esquerdista. Enquanto isso, grande parte da classe média parece despertar da apatia de mais de uma década, como ficou patente na última eleição e nas manifestações recentes, gestadas nas redes sociais. Sob pressão da crise, o PT não consegue mais enxergar a realidade. Surpreendido com as manifestações de março, a providência adotada foi convocar os marqueteiros, para tentar mudar a imagem. Parece que, de tanto semear ilusões, os ideólogos passaram a acreditar nelas. Eles ainda não se deram conta de que o objetivo final de todo projeto socialista – a eliminação da propriedade privada, com a centralização dos meios de produção nas mãos do Estado – é inviável, como ficou demonstrado na tentativa soviética de 70 anos e em meio século de marxismo chinês. O fato é que o projeto socialista fracassou, e a bandeira da igualdade absoluta está superada pelas conquistas sociais de mais de um século de evolução contínua. As esquerdas terão que se contentar com os limites do "welfare state", em parâmetros não muito diferentes dos de John Maynard Keynes. Atualmente, o setor que se mantém como sustentáculo da economia é o agronegócio, responsável por quase 40% do PIB, um ramo de atividade difícil de ser cooptado politicamente, mesmo sob a chantagem de uma legislação preconceituosa, trabalhista, indigenista e ambientalista. O resultado das eleições de 2014 não convenceu. O Historiador Marco Antônio Villa classificou-as como as mais sujas da história da República, consistindo em uma batalha de marketing, em que não sobrou espaço para o debate de programas. Dilma venceu com 54.490.000 votos, correspondendo a 51,64% dos votos válidos, enquanto Aécio Neves recebeu 51.040.000, isto é, 48,36 %. Foi uma vitória apertada, alcançada por meio da "desconstrução" da imagem pessoal de Marina Silva no primeiro turno e de Aécio Neves no segundo, e dos 15 milhões de famílias que recebem o benefício do programa "Bolsa Família". E não ficou clara a lisura do processo eleitoral, pendente de rumores não desmentidos de insegurança das urnas. O governo saiu enfraquecido, e seu apoio parlamentar encolheu. Tornou-se refém do mercado e do PMDB e não terá força para promover as reformas econômicas necessárias, e muito menos para um projeto de desenvolvimento do país. O comentário que bem resume a conjuntura atual partiu do próprio ex-presidente, na reunião com religiosos, organizada por Gilberto Carvalho, em junho, dentro do Instituto Lula: "Dilma e eu estamos no volume morto. O PT está abaixo do volume morto". Na oportunidade, ele ainda lamentou o resultado de uma pesquisa recente no berço do PT (Santo André e S. Bernardo do Campo): "A nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo". Para complicar, veio a repercussão do julgamento das contas públicas de 2013 e 2014 pelo TCU, depois que uma auditoria feita na CEF e nos Ministérios do Trabalho e de Desenvolvimento Social comprovou que foram usados recursos próprios no pagamento de despesas da União com os programas Bolsa Família, Seguro Desemprego e Abono Salarial. Diligências posteriores comprovaram a mesma prática pelo Banco do Brasil e BNDES, como artifício para encobrir o déficit fiscal. O procedimento foi batizado pela mídia como "pedalada fiscal", porque viola a lei de Responsabilidade Fiscal. Se condenada, a presidente fica vulnerável a um processo de "impeachment". A classe média já se deu conta da enganação. As redes sociais viraram caixas de ressonância da opinião pública. O clima de contestação existente tende a potencializar as manifestações e gerar desordem e anarquia, com repercussão no Congresso Nacional. Em evento recente, promovido por um jornalista em S. Paulo, observei que a pressão só não se tornou irresistível, por falta de alternativa para o poder, pois os partidos atuais não se apresentam como solução confiável. Nesse contexto, parece menos mal manter a presidente eleita, embora limitada por um viés parlamentarista do Congresso, enquanto o cenário não se define. Sempre considerei inviável a chamada intervenção militar constitucional, proposta por um grupo paulista. A meu ver, essa solução seria fruto de uma minoria alienada e radical, mas fui surpreendido com as opiniões de três desembargadores, que concordaram com a sua legitimidade. No debate ocorrido, houve convergência dos civis; ironicamente, apenas eu e o Gen Castro, que representava o Clube Militar, contrariamos o consenso. A sociedade clama por mudança. O PT dispersou a sua oportunidade histórica, com um projeto alienante. O modelo petista entrou em exaustão, por fadiga política. No entanto, a oportunidade da mudança e a composição de um governo mais legítimo são variáveis imprevisíveis. CENÁRIOS FUTUROS Em vez de projetar cenários alternativos, prefiro intuir a evolução da conjuntura a partir da situação de fato. O futuro vai depender do tipo de desfecho da atual crise e da maneira como serão enfrentados os paradigmas que retardam o progresso. Quase todos esses desafios requerem uma abordagem de cunho social-liberal, o que me faz crer que essa será a feição do cenário de transição futuro. A história política brasileira tem demonstrado que a maior responsável pelas nossas crises periódicas é a dialética da hegemonia, uma cultura dos partidos que dificulta a conciliação nacional. O Brasil anseia por um pacto de conciliação das diversas correntes partidárias em favor do progresso. O caso histórico da Espanha sinaliza como uma grave advertência. Após a morte do Gen Franco, os partidos espanhóis conseguiram fechar suas contas internas no Pacto de Moncloa, ajustadas que foram por uma guerra civil que perdurou por cinco anos e consumiu 700.000 vidas. Dentre os desafios ao governo, o primeiro consiste em recuperar a credibilidade. Para isso, é indispensável racionalizar o Setor Público, a fim de reduzir a despesa e aumentar a eficiência; enxugar a máquina administrativa e profissionalizar os quadros, como ocorreu nos Estados Unidos, após a crise da década grantista. Na Economia, terá de ser enfrentado o paradigma patrimonialista, começando por uma legislação que assegure segurança jurídica e garanta o direito de propriedade, a fim de estimular os investimentos. O propósito de desenvolver a economia amazônica no contexto do mercado nacional é uma parte do todo que merece urgência, para responder às pressões ambientalistas e indigenistas do exterior, que forçam a adoção de uma virtual zona de exclusão econômica à Região, mediante uma legislação interna crescentemente restritiva. E a recuperação da competitividade industrial vai exigir um programa abrangente, voltado para a educação, com a substituição do modelo atual e desideologização dos quadros docentes. No campo psicossocial, ressalta a questão da insegurança pública, cuja solução passa pela revisão da maior parte da legislação existente, a fim de recuperar a eficácia da punibilidade. A desintoxicação da opinião pública vai exigir um investimento psicológico monumental em novos condicionamentos, para recuperar a identidade nacional e os valores fundamentais da tradição, como: honestidade, solidariedade, patriotismo e cumprimento da palavra empenhada. Vai ser preciso reeducar o povo pelo bom exemplo; proteger a família, ensinar as noções de livre-arbítrio individual, dignidade e respeito e valorizar o mérito das pessoas. Não vejo como encarar o desafio sem cooperação religiosa. A solução dos problemas que se acumularam no país requer uma abordagem sistêmica, condição difícil de se obter, quando não existe um projeto de futuro. Um país continental de 200 milhões de habitantes não pode avançar sem planejamento. É preciso superar o atavismo da improvisação, herdado do colonizador português, como reza Sérgio Buarque de Holanda. Por ironia, foi o método de planejamento estratégico introduzido por Stalin na União Soviética, que impulsionou o desenvolvimento das economias capitalistas do Ocidente nas décadas de 1960/1970. Feitas essas considerações, vejo dois cenários de transição possíveis, em função das hipóteses de desfecho da crise: mudança de governo dentro da ordem e mudança por ruptura. No primeiro caso, a solução do "impeachment" pode demandar tempo e pressão popular, em face do compadrio e do comprometimento de grande parte do Legislativo. O desfecho favorece o PMDB, mas contraria o interesse do PSDB, que já começa a defender a idoneidade da presidente. Outro processo menos desgastante, preferido pelo PSDB, é o do julgamento pelo TSE dos possíveis crimes no financiamento eleitoral, que podem resultar na anulação da chapa vencedora. Uma pesquisa de opinião recente indicou a probabilidade de vitória de Aécio Neves em nova eleição. Ironicamente, porém, esta solução divide o partido, pois elimina as aspirações de Serra e Alckmin, da ala paulista. Mas, a variante menos traumática seria a renúncia negociada. Essa alternativa favorece o PMDB; mas, sendo ele o atual avalista do PT, terá dificuldades em implementar mudanças importantes na transição. Assim, qualquer que seja a solução legal, e desde que não haja alteração de paradigmas, as reformas necessárias tenderão a ser postergadas até uma próxima crise. Portanto, este cenário deve desaguar no padrão do príncipe Fabrizio Salina, personagem principal do romance de Lampeduza: "Mudar, para tudo continuar como está". O segundo caso, por ruptura da ordem legal, pode ensejar a adequação da Carta Magna e um programa de reformas, desde que surja uma liderança esclarecida e obstinada. Esta hipótese é pouco provável no momento, uma vez que a insatisfação ainda não ameaça o funcionamento das instituições, a lei e a ordem. Diferentemente das crises de 1930 e 1964, a conjuntura ainda viabiliza alternativas constitucionais para um desfecho legal. Contudo, o cenário não pode ser descartado no Brasil, pelas razões arquetípicas já comentadas. Por outro lado, considerando o estado de degradação a que chegou a sociedade, um arranjo emergencial não pode dispensar a contribuição das instituições que preservaram a credibilidade e os seus valores fundamentais. De alguma forma, tende a retornar a influência militar moderadora, o que sugere prevenir o antigo messianismo dos tenentes, a fim de evitar rejeições. CONSIDERAÇÕES FINAIS É evidente que as condições da ordem política atual não permitem transformações substanciais do "status quo", mesmo com a substituição da presidente. A vantagem da mudança seria apenas o descarte do PT, não obstante constituir esse fato um benefício inestimável ao país. O método cartesiano nos ensinou que conhecer o problema é parte da solução. Portanto, é nosso dever esclarecer a opinião pública da manipulação e dos abusos que vêm sendo perpetrados no Brasil, em nome da democracia e dos direitos humanos. A juventude precisa ter acesso a informações outras, de fontes distintas da propaganda oficial. Mudar é preciso. Neste momento de crise, toda consciência autônoma, livre e de bons costumes, precisa despertar para a luta patriótica, contribuindo para o retorno da autoestima nacional, do orgulho de ser brasileiro e da esperança no futuro. Maynard Marques de Santa Rosa é General de Exército na Reserva. |
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