Alerta Total
Lava Jato de olho na Cultura da Corrupção
Encheção de Linguiça
O Burguês e a Burguesia
Posted: 04 Jun 2016 04:45 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Excetuando as velhinhas de Taubaté, que acreditam até na revogação da lei da gravidade por ordem do Supremo Tribunal Federal, qualquer cidadão que não raciocine com o intestino sabe que o Brasil paga um altíssimo preço e, função da cultura da corrupção. Agora, o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, tem um pepino para descascar: terá de escancarar, de forma transparente, como funciona o submundo do financiamento de iniciativas culturais por meio da Lei Rouanet.
A pedido da Força Tarefa da Operação Lava Jato, no último dia 30 de maio, o delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat mandou um ofício ao Ministério da Transparência pedindo detalhes sobre os 100 maiores recebedores e captadores, via lei de incentivo cultural, nos últimos dez anos. O pedido da PF inclui até os nomes dos pareceristas que aprovaram projetos por meio de incentivos fiscais para pessoas físicas e jurídicas. A turma da "República de Curitiba" quer dar uma olhada na prestação de contas dos projetos. Também quer saber a origem do dinheiro que financiou projetos em troca do abatimento de pagamentos de impostos.
Além de cobrar detalhes da turma chefiada agora por Torquato Jardim - que enxerga com ceticismo resultados que a Lava Jato possa produzir -, seria fundamental fazer a mesma cobrança ao Tribunal de Contas da União. Todos os processos da famosa Lei Rouanet (criado no governo de Fernando Collor, em 1991) são obrigados a passar pelo crivo posterior do TCU. É fundamental, em nome da transparência, uma devassa na aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Cultura e dos diferentes fundos de Investimento Cultural e Artístico. Não importa se isso vai causar caganeira nos empresários e nos melhores e mais famosos artistas do Brasil.
Enquanto Torquato e sua equipe "se viram nos 30" para responder à turma da Lava Jato, nada custa chamar a atenção para uma boa polêmica. No dia 18 de maio, talvez sem nem cogitar que ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim deu uma interessantíssima entrevista ao jornal "Diário do Povo do Piauí", na qual chama atenção, de forma sincera e transparente, para aspectos da cultura da corrupção no Brasil. As reflexões do Torquato merecem ficar anotadas como temas para debates:
"Nada aqui é relevante para a história da humanidade. Estamos sempre imitando o modelo de alguém a todo tempo, e não chegamos a lugar nenhum. Nunca paramos para pensar quem nós somos".
"Vivemos num país em crise. Não sei qual a esperança que temos. O Brasil vive da ração e não da razão. O estado de São Paulo reelegeu todos que eram réus no Mensalão, menos um deputado federal. Qualquer programinha social onde se distribua bônus disso, bônus daquilo, se ganha a eleição".
"O que mudou com o impeachment de Collor? O que mudou no Brasil depois da CPI do Orçamento quando os sete anões foram cassados? O que mudou com o mensalão? O que vai mudar com a Lava-Jato? Enquanto o mensalão estava sendo condenado, a Lava-Jato estava sendo operada. Eles aconteceram ao mesmo tempo".
"Partido político hoje é uma central de negócios, todos com o mesmo programa, todos querem a mesma coisa. Você tem 35 partidos políticos no TSE, 28 no parlamento, 28 fazendo manobra para ganhar dinheiro, ganhar cargo público. Já se formou um novo centrão, com quase 20 partidos, 350 deputados para fazer pressão no presidente Michel Temer para conseguir mais cargos. É isso que é o partido político hoje no Brasil, um balcão de negócios. Isso não é governabilidade, é em nome da corrupção e da safadeza".
Torquato Jardim mandou bem... No cargo que já começou criando problemas para a imagem do governo provisório de Temer - já que o ex-ministro Fabiano Silveira acabou vitimado pela participação especial nas conversinhas indiscretas gravadas pelo delator premiado Sérgio Machado -, Torquato Jardim tem o desafio complexo de tentar promover a transparência em meio ao mesmo "balcão de negócios" que criticou antes de ser nomeado.
O primeiro grande pepino será divulgar para a Lava Jato como funciona o nada transparente e refinado processo de corrupção na área cultural - o que pode arrasar com a imagem de muitos artistas campeões de audiência. Se tal transparência em excesso prejudicar contratados a peso de ouro pela Rede Globo corre o risco de não ganhar uma divulgação tão transparente em nossa mídia de mérdia...
Recado inteligente
Vale alertar por 13 x 13: Tornou-se um consenso de que não dá mais para o Brasil ficar refém da desgovernança do crime organizado. As mudanças profundas virão. O processo é irreversível. Tem apoio de fora para dentro. A inteligência do mercado financeiro norte-americano anda trabalhando pesadamente por aqui. Tudo se vê e tudo se sabe sobre os submundos de nosso Capimunismo.
As instâncias do judiciário comprometidas com as coisas corretas nunca receberam tanto apoio e incentivo para cumprirem seu dever institucional, como nos últimos tempos pós-Lava Jato. Nesta guerra do fim dos imundos, de todos contra todos, é preciso ficar atento ao movimento de depuração entre a turma do judiciário e a do "judasciário"...
As esfinges de capa preta, com apoio estratégico e operacional inteligente, estão prontas para devorar muitos corruptos. Se Michel Temer der apoio efetivo e concreto ao movimento pode se dar bem. Do contrário, pode planejar a aposentadoria forçada para breve...
Releia o artigo: As Esfinges de Capa Preta vão detonar os corruptos
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- © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 4 de Junho de 2016.
Posted: 04 Jun 2016 04:46 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Até o fim da novela dANTesca haverá muita encheção de linguiça.
"Os acontecimentos se precipitam..." Uma ova, só o molusco está com o pé na cova.
No empiche, cada dia novas intrigas e empurração com as barrigas.
A classe política já percebeu que a mamata se termina; vai até o afastamento da mina.
Haverá uma romaria de chantagistas de última hora.
Mas na "H" liquidam a Anta pois sua volta representaria uma hecatombe.
Aí dona Onça acordaria pra tirar essa gente calhorda.
Se ela atravessar o Rubicão do "politicamente correto", é o fim da novela e dos poderosos de hoje encherá primeiro o reto.
Não se salvarão nem capa-pretas nem batinas. Cardeais, bispos ou padrecos. Frei analfabeto ou só beto. Sem anal, sem fá, " bééé !"; só top, top. O bom cabrito não berra; sabe que perdeu a guerra.
Após o empalamento de alguns intelectuais, bagunça e mentiras neste país nunca mais.
Chororôs, Buás ou buarquis , tremelique à la fernandenrique, sarnentos que não sabem mais sentir os ventos, verme que ainda pulula, Anta pior que manca mula e coloridos já fud.... erguerão a mão ao céu. É tarde; já terão ido pro beleléu.
- Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador, desde os tempos em que se amarrava cachorro com linguiça.
Posted: 04 Jun 2016 04:37 AM PDT
Engels e Marx, em foto de família burguesa, no século XIX
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
"Burguês" e "Burguesia" têm, na linguagem marxista, um sentido especial. "Burguês" é sinônimo de detentor do capital; de capitalista. Segundo Marx, esse burguês, esse membro da classe capitalista, surgiu, dialeticamente, da decomposição da sociedade feudal, trabalhada por contradições internas.
Em conseqüência das grandes descobertas, do surgimento de novos mercados, do acréscimo de mercadorias e dos meios de intercâmbio, cresceu a contradição entre a extensão das necessidades e o modo antiquado de produção: a oficina corporativa foi substituída pela manufatura. O processo manufatureiro tornando-se, por sua vez, insuficiente ante a ininterrupta ampliação dos mercados e das necessidades, deu lugar à grande indústria moderna, à máquina a vapor. E o burguês moderno surgiu no lugar da classe média industrial.
A burguesia moderna, classe atualmente dominante, é, pois, o produto de uma série de revoluções operadas no modo de produção, cada vez que as relações de produção existentes cessaram de corresponder ao desenvolvimento das forças produtivas, tornando-se, assim, entraves e cadeias que era forçoso quebrar.
Não será isso que ocorre, hoje, na URSS e países do Leste, de economias centralizadas, com as forças produtivas emperradas pelas relações de produção?
E, como a história política nada mais faz do que refletir as mudanças na diferenciação social, cada um desses estágios de desenvolvimento da economia é acompanhado do correspondente progresso político, modificando a superestrutura da sociedade. Nesse sentido, segundo o Manifesto Comunista, "o governo moderno é apenas uma delegação que rege os negócios comuns de toda a classe burguesa".
O Manifesto não poderia condenar – como, aliás, não condenou – essa ávida ascensão da burguesia à supremacia econômica e política, pois tal condenação seria anti-dialética...
Um revolucionário dialético, científico, deve saber reconhecer a "necessidade histórica" da ascensão da burguesia, e mesmo aplaudir essa classe social pelo papel eminentemente revolucionário que desempenhou desde a Idade Média. Papel revolucionário em matéria econômica, bem entendido. Isso está claro no Manifesto Comunista:
"Por toda a parte aonde chegou ao Poder, a burguesia destruiu todas as condições feudais, patriarcais, idílicas. Dissolveu impiedosamente os vínculos feudais, complexos e variados que uniam o indivíduo ao seu superior natural, não deixando subsistir, de homem a homem, outro vínculo que não o interesse descoberto, o impossível pagamento em dinheiro (...) Despojou de sua auréola todas as atividades até então respeitadas e consideradas com piedosa veneração. Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio, fez meros assalariados. Arrancou das relações familiares o véu do doce sentimentalismo, reduzindo-as a simples relações financeiras (...)."
E mais ainda: sua centralização econômica e demográfica conduziu-a, necessariamente, à centralização política. Províncias independentes, que mal se achavam federadas, tendo cada uma os seus interesses, as suas leis, os seus governos, as suas alfândegas, condensaram-se em uma Nação única, um só interesse nacional de classe, uma só fronteira alfandegária.
Tornou cosmopolitas, pela exploração do mercado mundial, a produção e o consumo de todos os países. As nações mais bárbaras, ou da mais obstinada xenofobia, foram arrastadas na corrente da civilização. Isto é, tiveram que adotar os sistemas burgueses de produção, de comércio e de pensar.
Assim, a burguesia criou um mundo à sua própria imagem. Tudo perfeitamente lógico do ponto de vista do materialismo histórico.
Finalmente, devemos recordar a frase com a qual Engels dá a definição de materialismo histórico, que é o fundamental postulado em que se baseia o marxismo:
"A produção econômica e a organização social que dela resulta necessariamente para cada época da história constituem a base política e intelectual dessa época".
- Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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