Alerta Total |
- Grande dúvida na Lava Jato: Delações premiadas da Odebrecht e OAS pouparão Lula e ferrarão Temer?
- O Ofício do Filósofo
- A Teoria e o Programa Comunista
- Governo começa atabalhoado, mas não está fadado ao fracasso
Posted: 01 Jun 2016 03:31 AM PDT
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Cresceu a venda de remédio para dor de barriga em Brasília e adjacências com a confirmação de que a Odebrecht e a OAS firmaram termos de compromisso com a Força Tarefa da Lava Jato para que seus executivos realizem as tão aguardadas delações premiadas. A grande dúvida é qual será o tratamento dado ao poderoso Luiz Inácio Lula da Silva. As duas empreiteiras baianas vão poupá-lo ou detoná-lo? Eis a grande dúvida em casos que correm em confidencialidade e segredo judicial. O habitual "rigor seletivo" vai imperar novamente, ou todos os peixes grandes "dançarão"?
Quem também está preocupado é o Presidento interino Michel Temer. A Procuradoria Geral da República já tinha vazado o conteúdo de uma escuta telefônica na qual o deputado federal Eduardo Cunha, presidente "afastado" da Câmara, reclama com o dirigente Léo Pinheiro pelo fato de a OAS ter "doado" R$ 5 milhões ao candidato a vice na chapa petista, Michel Temer, enquanto adiou "um compromisso com a turma". Dificilmente, qualquer decisão será tomada antes de agosto, até a definição final sobre o impedimento definitivo (ou não) de Dilma Rousseff.
O termo de confidencialidade assinado pela Odebrecht prevê que as informações nele contidas devem ser mantidas em sigilo e só poderão ser usadas nas investigações caso o acordo seja homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Na primeira instância, o juiz Sérgio Moro já decretou sigilo sobre o processo ao qual foi juntada a famosa planilha com 300 nomes, e R$ 55 milhões em "doações", apreendida na 26ª fase da Lava-Jato. Os políticos citados tremem de medo. Já estaria em falta, em Brasília, o estoque da famosa cachaça japonesa "Okuta Piskano"...
O fator tragicômico são os apelidos usados nas planilhas para fazer referência aos supostos beneficiários de pagamentos feitos pela empreiteira. Tudo já vazou e se tornou público, até que Moro botou sob sigilo. Nos documentos, o ex-Presidente José Sarney seria chamado de "Escritor". Renan Calheiros, de "Atleta". Eduardo Paes, prefeito do Rio, de "Nervosinho". Eduardo Cunha é o "Caranguejo". O senador Humberto Costa é o "Drácula". Lindbergh Farias aparece como "Lindinho". Manuela d'Ávila, bela deputada federal pelo PCdoB, seria o "Avião".
Quem elaborou e cuidava das planilhas (que agora pode se transformar naquela "metralhadora ponto 100 citada pelo poeta José Sarney) era o presidente da Odebrecht Infraestrutura. Benedicto Barbosa Silva Júnior, conhecido como "BJ", um dos principais interlocutores de Marcelo Odebrecht na alocação de recursos a campanhas políticas. Benedicto Júnior já teria revelado ao MPF que Marcelo Odebrecht aprovava os "valores globais" que seriam doados pela empresa.
Marcelo Odebrecht e seus advogados têm a missão de detalhar, nos próximos dias, a detalhar os temas que serão revelados à força-tarefa e listar os documentos que serão entregues. Se tudo der certo, Marcelo deseja ser solto. O pai de Marcelo, Emilio Odebrecht, também prestará depoimentos - indicando que pode cumprir a ameaça-promessa, feita na primeira prisão do filho, de abrir todo o jogo. A partir do termo de confidencialidade, Marcelo deve entregar todas as informações sobre contribuições feitas às campanhas eleitorais majoritárias.
Lula tem duas broncas que podem atingi-lo. A OAS deverá ajudar os investigadores a elucidar quem era o verdadeiro dono do tríplex no Guarujá que a Lava-Jato alega pertencer a Lula, embora esteja registrado em nome da OAS. Já a Odebrecht deverá relatar tudo sobre o famoso sítio em Atibaia que a família da Silva frequentava. A empreiteira financiou parte da reforma do imóvel e promete detalhes da negociação para realizar as obras.
$talinácio sofreu uma dura derrota jurídica contra o que chama de "República de Curitiba". O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) negou ontem o pedido da defesa de Lula para que um dos principais integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, fosse afastado das investigações envolvendo o ex-Presidente. Os advogados de Lula também queriam que o conselho proibisse o procurador de dar declarações púbicas sobre o caso.
Enquanto nada se resolve em relação a Lula, é a cúpula do PMDB quem fica na mira imediata da Lava Jato. O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado teria revelado em delação premiada que repassou propina, via doações legais de campanha e até em dinheiro vivo, à cúpula do PMDB. Machado atingiu, nominalmente, Renan Calheiros, José Sarney, Romero Jucá, Jader Barbalho e Edison Lobão. Todos são muito próximos de Michel Temer.
Com um olho no Planalto e outro na Lava Jato, o Presidento Temer reafirmará seu compromisso com o combate à corrupção e a retomada do crescimento econômico. Temer pode anunciar ainda nesta quarta-feira o nome do novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. Ele aproveitará as posses dos novos dirigentes das "estatais" para fazer os discursos "a favor" da Lava Jato. Os holofotes da mídia e do mercado estarão em Pedro Parente (Petrobras), Maria Silvia Bastos (BNDES), Paulo Caffarelli (Banco do Brasil), Gilberto Occhi (Caixa Econômica Federal), além de Ernesto Lozardo, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Bancos em polvorosa
O Bradesco garante que não preocupa o indiciamento pela Polícia Federal de seu presidente Luiz Trabucco Cappi e de outros executivos nas tramóias investigadas pela Operação Zelotes na negociação de dívidas bilionárias no Conselho Administrativo de Recursos Financeiros do Ministério da Fazenda.
No mercado, já se especula que os próximos alvos da PF na Zelotes seriam os bancos Branscan e BalkBoston.
O Brascan teria negociado uma dívida fiscal de R$ 229,8 milhões, enquanto a bronca contra o BankBoston chega a R$ 106 milhões.
Reveja a segunda edição de ontem: Tombini admite queda de juros, Bradesco é indiciado, TCU pega Dilma de novo e TSE proporá reforma política
É preciso entender e debater...
Ilustrativa palestra postada no Youtube sobre Intervenção Militar Constitucional e Desobediência Civil Pacífica.
A inviável e insustentável crise venezuelana
Panorama político e econômico na terra de Nicolas Maduro é assustador, mas presidente ainda tem apoio da faixa pobre da população - seduzida ideologicamente pelo chavismo bolivariano.
Dilma vitoriosa?
Surpreendente Maranhão
Craques do jogo
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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento. © Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 1 de Junho de 2016. |
Posted: 01 Jun 2016 03:22 AM PDT
A cachaça japonesa da Lava Jato
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
Um amável leitor perguntou:"O que adianta uma pessoa saber muito, ter bastante cultura, se possível ter um conhecimento universal (em todas as áreas:exatas, biológicas, humanas, etc) e não saber ou não conseguir (por forças externas por exemplo) mudar a realidade para melhor da sua rua, do seu bairro, da sua cidade, do seu estado, do seu país e do mundo? ".
Tentativa de resposta: Qualquer ação benéfica provoca uma melhoria em nosso entorno.
Um varredor de rua tem um trabalho tão digno como qualquer outro. O seu resultado é visível desde logo; a rua fica limpa.
Um professor e uma família, educam a criança a não jogar papel no chão.
No futuro as ruas terão a serem varridas apenas folhas caídas de árvores e papéis levados pelo vento.
Já o filósofo se preocupa com a verdade. A ética, a retórica, e outras manifestações do pensamento, devem estar sempre baseadas na verdade.
Um grande jurista disse certa vez, ser a boa fé a estrela Polar do direito.
Filósofos de dois mil e seiscentos anos atrás, até hoje balizam nossas crenças e nossas condutas.
Devemos a existência da civilização ocidental aos soldados gregos que em 480 A.C. impediram o avanço da barbárie. Não eram apenas soldados; também filósofos, dispostos a morrer por sua pátria em prol das futuras gerações.
Feliz um país que tem um exército como o brasileiro. Nunca nos faltou; nunca nos faltará.
Quem planta um jequitibá sabe que não o verá no auge de seu esplendor.
Em resumo: o trabalho do filósofo é igual ao de uma boa dona de casa; só aparece quando não é feito.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
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Posted: 01 Jun 2016 03:21 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
Existe uma versão muito difundida, mas falsa, de que o socialismo e o comunismo são meramente versões seculares e atualizadas do cristianismo. Como o filósofo russo do Século XIX Vladimir Soloviev apontou, a diferença é que enquanto JESUS instigava seus seguidores a abrir mão de seus bens, os socialistas e os comunistas querem dar os bens dos outros.
Os escritos reunidos de Marx e Engels preenchem dezenas de volumes. Somente Das Kapital cobre cerca de 1.400 páginas de uma prosa densa, técnica. Poucas pessoas concluíram a leitura dessa literatura difícil, portanto como explicar a sua imensa influência? A resposta é que os princípios básicos das doutrinas do "socialismo científico" podem ser reduzidos a proposições simples.
Em seu pronunciamento no funeral de Marx, Engels descreveu "a lei da história humana", que seu amigo teria descoberto:
"A humanidade deve, antes de mais nada, comer, beber, ter um abrigo e roupa, antes de perseguir a política, ciência, arte, religião, etc. Portanto, a produção dos meios de subsistência materiais imediatos (...) formam o fundamento sobre o qual as instituições estatais, as concepções legais, a arte e, até mesmo, as idéias sobre a religião das pessoas envolvidas se desenvolveram, e à luz do qual devem, por conseqüência, ser explicadas, ao invés de vice versa, como foi o caso até agora".
Resumindo: a economia é o fundamento da vida organizada. Tudo o mais é "superestrutura".
A partir dessa premissa, Marx e Engels formularam uma teoria da evolução social, cujo postulado central sustenta que o controle dos meios de produção leva à emergência de "classes sociais".
Na evolução do modo de produção capitalista, tanto a taxa de lucro obtida pelo capitalista quanto os salários dos trabalhadores se reduzem estavelmente. Isso acontece porque, ao enfrentar uma competição feroz, o capitalista tem que gastar cada vez mais capital, em equipamentos, matérias-primas e outros, e diminuir cada vez mais os salários, que são a fonte de seus lucros. A mão-de-obra torna-se mais barata e os salários declinam, resultando em uma queda constante do padrão de vida. Ao mesmo tempo, durante as crises que ocorrem periodicamente por causa da produção excessiva, grandes empresas engolem as menores e a riqueza industrial fica concentrada cada vez mais em menos mãos. Desse modo, o capitalista e o trabalhador se vêem no mesmo barco, por assim dizer: o primeiro, aflito com a crise e expropriação dos mais ricos que ele, e o segundo, vítima da "pauperização" progressiva. Com o tempo, a situação leva, inevitavelmente, à revolução.
As teorias formuladas por Marx e Engels forneceram o programa da Associação Internacional dos Trabalhadores, conhecida popularmente como a Primeira Internacional, fundada em Londres, em 1864. Essa Organização apresentou-se, desde o começo, dividida por disputas entre socialistas e anarquistas. Os anarquistas percebiam o potencial revolucionário não na classe trabalhadora industrial, mas nos camponeses sem terra e nos desempregados. Rejeitavam o Estado em todas as suas formas, predizendo que a "ditadura do proletariado" se transformaria em um novo instrumento de opressão, dessa vez regido por e para o benefício de intelectuais.
Ao passo que os marxistas contavam com a progressão natural da economia capitalista para realizar uma revolução, os anarquistas pediam uma "ação direta", isto é, um ataque imediato ao sistema existente.
O tempo mostrou que os anarquistas estavam certos em todos os três pontos: revoluções sociais irromperam não em países industrializados, mas nos agrários, e a "ditadura do proletariado" tornou o Estado Comunista uma ditadura permanente de não-trabalhadores sobre trabalhadores braçais e camponeses.
Praticamente todas as previsões de Marx se revelaram incorretas, como foi ficando evidente durante toda a sua vida e, incontestavelmente, depois de sua morte.
Ao longo do tempo, os trabalhadores adquiriram sua parcela no status quo, tornando-se parte do mesmo sistema que os marxistas queriam que derrubassem. Nenhuma explosão aconteceu em nenhum dos países capitalistas avançados: tais revoluções, no Século seguinte à morte de Marx, ocorreram, como os anarquistas haviam predito, nos chamados países do Terceiro Mundo, com uma economia capitalista embrionária, uma grande população campesina sem terra e regimes ilegais.
Quando as previsões da doutrina marxista revelaram-se falsas – e isso ficou evidente após a morte de Marx, em 1883 – primeiro os socialistas, e depois os comunistas, embora alegassem ortodoxia, começaram a revisar a teoria de Marx. Nas democracias ocidentais, essas revisões geralmente abrandaram o zelo revolucionário de Marx e aproximaram o socialismo do liberalismo. O resultado foi a social-democracia. No Leste Europeu e nos países do Terceiro Mundo, uma contradição: as revisões tenderam a aguçar os elementos de violência. O resultado foi o comunismo. O marxismo, em sua forma pura, não adulterada, não foi adotado em lugar nenhum do mundo como plataforma política, simplesmente porque vai de encontro à realidade.
A I Internacional dissolveu-se em 1876, mas reviveu em 1889, após a morte de Marx, como II Internacional. Uniu partidos socialistas de diversos países – os anarquistas foram excluídos -, sendo o seu principal esteio o Partido Social-Democrata Alemão. Revolucionária nos slogans, progressista na prática, a II Internacional dominou a política socialista até a deflagração da I Guerra Mundial. Sua plataforma oficial, o chamado Programa Erfurt, adotado em 1891, sustentava que os interesses do "Estado Burguês" e a classe trabalhadora eram irreconciliáveis, e que, conseqüentemente, os trabalhadores não tinham nenhum interesse na sua Nação.
Deviam lealdade somente à sua classe. Reafirmou a unidade internacional da mão-de-obra e a iminência de uma revolução que esmagaria o capitalismo e a burguesia em todo o mundo.
Nem todos os socialistas aceitaram essa doutrina radical. Realisticamente falando, o progresso da classe trabalhadora possivelmente seria resultado da reforma política e econômica, ao invés de uma revolução violenta. O socialista francês Jean Jaurès predisse:
"A nossa sociedade se desenvolverá gradativamente para o comunismo, não através do colapso da burguesia capitalista, mas pelo fortalecimento gradativo e inexorável do proletariado".
O principal defensor desse rumo foi a Sociedade Fabiana inglesa. O seu programa exigia "persuadir" o país a se emancipar do capitalismo pela nacionalização da indústria. Assim como os socialistas pré-marxistas, os fabianos apelavam para a consciência da Nação.
Todavia, o ataque mais audacioso às premissas e à agenda do marxismo foi empreendido por Eduard Bernstein, um importante mentor da social-democracia alemã e fundador do "revisionismo" socialista. No final da década de 1890, ele pediu aos social-democratas que ajustassem a sua teoria, assim como seu programa, ao fato de que o capitalismo não estava fadado a falir e nem o trabalhador a cair na miséria. Continuou a acreditar no socialismo, mas achava que ele aconteceria como resultado de um processo político e social pacífico, dentro do capitalismo. Previu algo como uma convergência do capitalismo e socialismo, com o último emergindo do primeiro.
O Partido Social-Democrata Alemão, o maior e mais influente da Europa, repudiou as teorias revisionistas de Bernstein e continuou a apoiar o revolucionário Programa Erfurt e só abandonou formalmente o marxismo em 1959.
A II Internacional manteve-se fiel à crença de que os trabalhadores de todos os países eram irmãos e que tinham a responsabilidade suprema de impedir as guerras desencadeadas pelo capitalismo. A Resolução adotada no Congresso de Stutgart, em 1907 – de cuja minuta participaram dois marxistas russos importantes: Vladimir Lenin e L. Martov -, comprometia-se, em caso de guerra, "a levantar as massas e, assim, apressar a queda do governo da classe capitalista". Em outras palavras: comprometia-se transformar uma guerra entre nações em uma guerra civil entre classes.
No Congresso seguinte, em 1910, os delegados aprovaram por unanimidade uma Resolução que pedia aos parlamentares socialistas que votassem contra os projetos de lei relacionados à guerra.
Infelizmente, para eles, os socialistas e sua Internacional revelaram-se completamente impotentes para evitar a guerra geral européia que irrompeu no verão de 1914. Assim, pregar a greve geral não levou a lugar nenhum. Para agravar anda mais a coisa, tanto os social-democratas alemães quanto os socialistas franceses, contrariando suas promessas solenes, votaram em favor da guerra, desacreditando, portanto, a noção de solidariedade internacional dos trabalhadores. A lealdade à Nação sobrepujou a lealdade à classe.
O fracasso da II Internacional em tornar efetivas suas promessas antiguerra foi um golpe devastador na sua sorte. Os partidos socialistas sobreviveram à guerra, mas se tornaram, a cada dia, mais identificados com suas próprias nações.
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O texto acima é um resumo do capítulo "A Teoria e o Programa Comunista", publicado no livro "O Comunismo", escrito por Richard Pipes, editado no Brasil em 2002 pela Editora Objetiva Ltda. Richard Pipes é professor da Universidade de Harvard e autor de vários livros sempre abordando o tema Comunismo.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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Posted: 01 Jun 2016 03:17 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Merval Pereira
Já ensinava o ex-presidente do PT José Genoino, nos tempos em que ainda não fora condenado pelo mensalão: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Com isso, queria dizer que situações semelhantes poderiam ter consequências distintas, como estamos vendo hoje.
Não há dúvidas de que o governo Michel Temer começou atabalhoado, cheio de arestas a aparar. Dois ministros acabaram demitidos em menos de 20 dias, o que não pode ser considerado normal. Mas isso não quer dizer que o governo interino esteja fadado ao fracasso.
O governo de Itamar Franco também teve lá seus percalços, e nada menos que quatro ministros da Fazenda em seis meses. E o que dizer da presidente afastada? Nada menos que oito ministros foram demitidos no seu segundo mandato, numa sequência de escândalos de corrupção no primeiro ano de seu segundo mandato.
Do limão João Santana, ainda fora da cadeia, fez uma limonada e cunhou Dilma como "a faxineira", que não tolerava escândalos de corrupção. Agora sabemos que, muito antes, a corrupção corria solta na Petrobras, e o próprio Santana havia sido pago pela campanha eleitoral com dinheiro da Odebrecht desviado da estatal, a pedido, segundo Sarney revelou nas gravações de Sérgio Machado, da própria presidente.
A delação premiada que a empreiteira está acertando com a Procuradoria-Geral da República esclarecerá a mando de quem o pagamento foi feito, pois a Polícia Federal já encontrou documentos provando que eles existiram.
A farsa da "faxineira ética" não durou muito, pois logo as pressões fizeram com que os mesmos partidos banidos do governo por corrupção voltassem, em certos casos para o mesmo ministério, embora com outros nomes.
As demissões no primeiro escalão do governo Temer, pelo menos até o momento, obedecem a um padrão: os ministros pegos em situações irregulares acabam pedindo demissão, o que, se por um lado indica que Temer não quer criar constrangimentos para eles ou seus padrinhos, por outro tem conseguido se livrar dos problemas sem, aparentemente, abalar sua base de apoio no Congresso.
Vai se equilibrando nessa linha tênue entre o combate à corrupção e os que são apanhados tramando contra a Lava-Jato. Dilma, depois de renegar a "faxina ética", passou a fazer pior: montou em seu Ministério, pouco antes de sair, um esquema de proteção aos possíveis alvos das investigações de Curitiba.
Tentou dar foro privilegiado ao ex-presidente Lula na Casa Civil, inventou um ministério para proteger Jaques Wagner, e assim por diante. E continua mentindo nas entrevistas que dá, ora afirmando que nunca recebeu Marcelo Odebrecht no Alvorada, quando as agendas oficiais informam o contrário, ora se utilizando das delações de Sérgio Machado para anunciar que o golpe está provado, esquecendo-se de que já disse um dia que não respeita delator.
E, sobretudo, que esse delator específico ficou 13 anos no comando da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, fazendo toda sorte de falcatruas, com seu beneplácito. Por isso, como dizia Genoino, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A volta de Dilma ao Palácio do Planalto continua tão difícil quanto sempre foi, pela simples razão de que ninguém na antiga base aliada tem saudades dela, ou da relação política com o PT.
Pode haver um ou outro senador querendo criar dificuldades para obter facilidades. Além do mais, não há nada que indique que Dilma mudou seu pensamento em relação aos erros que cometeu, e, portanto, ela definitivamente não é uma solução para os problemas do país.
Ao contrário, sua volta seria uma tragédia política de consequências inimagináveis. E ate mesmo o PT, e especialmente Lula, não ganhariam nada com essa volta. Eles agora têm pelo menos um slogan, falso, mas que soa bem, para enfrentar a campanha municipal: "Não vai ter golpe". Definitivamente, "Volta, Dilma!", não é eleitoralmente muito chamativo.
Merval Pereira é Jornalista e membro das Academias Brasileiras de Letras e de Filosofia. Originalmente publicado em O Globo em 1 de junho de 2016.
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